“Salvar o passado e mudar tudo aquilo que era em tudo
aquilo que deveria ser, somente isto para mim seria uma redenção”
Nietzsche
NORMA E FORMA
Para escrever a história há algumas normas
gerais que devem ser obedecidas, o conhecimento sobre elas é essencial para aqueles
que desejam escrever obras perenes e definitivas.
A norma de como deve ser escrita a história
positiva está presente em Os Sertões. Escrita a mais de 100 anos é
até hoje considerada exemplar tanto na literatura como na história. A forma
mais do que o conteúdo encanta a quem se aventura a ler e alentada obra, mas é
o seu conteúdo que agride e espanta os leitores.
Mereceria um
estudo detalhado –quiçá psicológico- o estranho paralelismo existente as vidas
do autor e do personagem. Cunha e Maciel, sofrem de um mal comum, ambos são
vítimas ou causadores do adultério, que literalmente os marcou e que acabou
destruindo suas vítimas suas vidas.
Dados os
limites desta reflexão apenas três aspectos serão destacados na obra: o
conceito de região, as bases teóricas metodológicas e ideológicas e as fontes
usadas pelo autor.
REGIÃO DA BARBÁRIE
Nem só com preconceitos é
escrita a história positiva. Poucos historiadores tem a clareza de Cunha sobre
a importância da história, para a preservação da memória da sociedade, aponta
fatos que foram esquecidos por não terem um historiador. Desta forma assume a
condição de historiador, pois, não quer que Canudos seja esquecida, como guerra
emblemática da civilização contra a barbárie, para tanto estabelece para sua obra
um plano irretocável.
Em primeiro lugar monta o cenário do drama: o sertão. Como na época existiam
poucos trabalhos sobre tal tema, lança-se á tarefa hercúlea de descreve-lo.
A descrição do sertão parte das variáveis então utilizadas pelo
determinismo geográfico, em moda naquele início de século. Não se trata (nem
poderia tratar) do espaço geográfico, mas do meio. Assim denomina a paisagem
que descreve minuciosa e precisamente e assim denomina também a primeira parte
da obra. Usa as modernas variáveis da geomorfologia:
o clima, a vegetação, o relevo, avançando sobre suas conseqüências para o nativo
As duras condições geográficas fazem de seu morador um sobrevivente.
O meio por outro lado, aparece como fruto da diferença entre a dureza
do sertão e a amenidade do litoral. O sertão é a antítese do litoral, e, ao
mesmo tempo, tese e síntese da diferença. O litoral onde existe a civilização e
onde está o poder. O sertão com suas plantas retorcidas e ressequidas pelas
secas milenares tem como contrapartida o ressequido sertanejo, morador
histórico das paragens e como as cactáceas, é um esquálido produto do meio. O
sertão é a local da barbárie.
A pena de Euclides se aproxima do sertão,- cena da luta- a partir do litoral ou seja de
fora para dentro como se portasse uma câmara, que circula pela cena de Belo Monte
(nome dado a povoação pelos seus moradores, e que ele chama de Canudos De uma
tomada alto do Monte Santo vislumbra o espaço do conflito, o lugar onde vivem
os bárbaros.
A descrição que resulta desta visão do alto da montanha é fotográfica.
È necessário lembrar a força que a imagem da montanha tinha no final do século
XIX e início do século XX. Basta citar Zaratustra e a Montanha Mágica de Thomas
Mann. Montanha que significava a superioridade, o distanciamento e a
possibilidade de amplitude da visualização. Do alto da maior montanha da região
Cunha descreve-a passo a passo, resultando em leitura político geográfica,
debruçando-se sobre os bosquejos cartográficos, que elaborou e que são
reproduzidos no livro. Desta forma através da leitura precisa do mapa cria o
cenário para o drama.
A região é deduzida passo a passo,
a partir das variáveis propostas, o resultado é impactante, a dureza do meio
permite que seja explicado o nascimento da sub-raça sertaneja. Não há indução
em momento algum, apenas a dedução através da ótica da segurança da doutrina
positiva.
Com a crueza de uma a
filmadora precisa a medonha paisagem. Mas
a lente lê apenas o que vê o autor, não anda sozinha rodando o mundo. Focada
nos aspectos escolhidos registra apenas
os pontos de vista do autor, sob a qual é posto.
Da mesma forma que o homem, a
região é deduzida do determinismo geográfico, que o autor conhece e no qual
acredita. O meio como o homem são entidades em construção, nos primeiros
estágios da criação humana e geográfica. Ambos- meio e homem- e se encontram na
mais baixa escala da evolução geológica e social. São as diferenças entre o litoral
e o sertão que marcam o tom. De certa forma o autor vindo do litoral consegue traçar
a dureza dos caminhos e da viagem e o desencanto da chegada. Felizmente, filtro
literário se sobrepõe à precisão da ciência, o que faz de Os Sertões, uma obra única. O sertão que molda o homem
condena-o a extinção
.
CIÊNCIA E IDEOLOGIA
O que causa impacto imediato em Os
Sertões é a paixão com que foi escrito. Amor e ódio estão sempre presentes.
O desprezo contra os sertanejos e o amor pela ordem e pela legalidade está em todas
as páginas. O autor ama o vencedor da luta e sente repugnância pelos vencidos,
ao mesmo tempo que sente por eles uma imensa e insondável compaixão.
. Encontra argumentos fortes para justificar o governo e procura
argumentos ainda mais fortes para caracterizar os conselheiristas. A
repugnância pelos vencidos e a crença na justeza da guerra baseiam-se no seu convencimento
pessoal. Sua convicção dá força à prova. Sua pena liquida sem piedade os
rebeldes e a rebelião.
A utilização- com precisão- dos
símbolos e metáforas oferece ao leitor
imagens de força e coerência. Inesquecível é a comparação do arraial com
uma medonha Tróia de taipa. A imagens
pejorativas e grandiosas se alternam ora Canudos é a Vendéia do sertão, ora é a
Goblentz de trapeiros. Conselheiro é o mais acabado tipo de paranoico, só comparável
a Bandara ou a Miguelzinho.
Bandarra
que é utilizado como paradigma de loucura foi trovador e místico português. Seu
nome era João Annes, sapateiro de profissão teria nascido em Trancoso (Beira) e
preso em 18 de setembro de 1541, abjura de suas crenças fazendo auto de fé,
sendo libertado. Vários de seus vaticínios referiam-se à volta de Dom
Sebastião, que havia sumido em Ceuta. [1]Eis
um exemplo
Augurai,
gentes vindouras,
Que
o Rei que daqui há de ir,
Vos
há de tornar a vir
As profecias de Bandarra
são atribuídas as crenças messiânicas, já que segundo constava era ligado aos
cristãos novos da Beira, que, apesar de batizados como católicos, ainda
esperavam o Messias que os viesse salvar. Bandarra teve suas trovas publicadas
em 1602, sendo tão popular em Portugal e suas colônias como o vidente francês
Nostradamus.
Para Cunha é considerado um
líder tão doente como Antônio Conselheiro, e, como ele, sem causa. Acontece que
Bandarra não é líder de movimento de revolta mas apenas de agregação popular.
Estudos mais recentes indicam que nem Antônio Conselheiro era inculto e
paranóico como afirma a obra. Desta foram até as imagens inexoráveis e dantescas de Canudos, são como Os Sertões leituras distorcidas da
realidade.
A obra está fundada no conhecimento científico do final do século XIX,
período marcado pelas teorias
positivista e determinista. O arcabouço da explicação repousa nos pressupostos
da evolução.
Há uma predeterminação do meio sobre
os homens. Sertão e litoral determinam os homens que os habitam. O litoral é o
lócus do saber moderno, o sertão o do
anacronismo. Os detentores do saber precisam
superar os detentores da ignorância. Há leis gerais que regem tal
vitória.
O sertanejo mais do que forte é um ser destinado a destruição. O
mestiço não tem lugar no mundo civilizado. O processo de civilização é o da
vitória da raça superior sobre as raças inferiores.
Desta maneira
as formas de explicar a realidade dependem dos meios que se dispõe para tal
intento Não são só os conceitos que mudam, mudam também os instrumentos e os
modelos de explicação. A ciência como o homem é produto de determinado espaço temporal,
Muitas vezes os conceitos – e os modelos de explicação- mudam pelo
aperfeiçoamento dos meios que se dispõe para ler a realidade. Caso paradigmático é o da biologia, que mudou
seu foco, com a descoberta dos meios atuais disponíveis para leitura do mapa
genético do homem.
CIÊNCIA E PODER
O racismo
europeu dá a base teórica, que serve de suporte, e pano de fundo, para a
descrição do meio e do homem, dá segurança à narrativa, na qual as palavras
nunca são jogadas a esmo. Dele partem as raízes da mestiçagem produtos da história, e
que é o sertão que permite e faz
florescer a mestiçagem, base da barbárie.
Não mudou o homem,
enquanto espécie, mas apenas os meios de explicar suas semelhanças. A biologia atual se vale das semelhanças
existente entre os homens, contidas em seu genes. A carga genética humana
descoberta une as raças numa similaridade impensável no final do século XIX.
Então se pensava apenas em suas diferenças. As diferenças físicas determinavam
as culturais, éticas e morais.
Hoje a biologia acredita nos genes ou, ou
seja no conteúdo interno do homem, para definir as igualdades e semelhanças. Antes os cientistas acreditavam – em sua
maioria- nas diferenças de forma A leitura da diferença é a utilizada por
Euclides da Cunha. A civilização vence à barbárie. “È que neste caso a raça
forte não destroi a fraca pelas armas, esmaga-a pela civilização.”[3]
Para os positivistas, a força que move o
processo histórico é o saber científico. A ciência positiva nega a fé, como
fruto de tampos superados. Para eles o misticismo é tão retrógrado quanto a metafísica. Na física dos novos
tempos a ciência explica o mundo, a história e o homem.
A raça branca
criou a ciência, e o saber é o poder maior do novo tempo. O saber é domínio da
raça superior. Neste modo de ver o mundo de crentes e mestiços são
excrescências no mundo moderno. O progresso é a negação da religião. O processo
da civilização é o da vitória dos sábios sobre os ignorantes, da ciência sobre a
religião. O saber da ciência é o grande poder.
A repugnância que Euclides da Cunha sente
pelos sertanejos é a do homem sábio contra os atraso daqueles que fazem da crença religiosa o modo de ler o mundo, a fé,
para este tipo de cientista , é uma forma de doença
Porque essas
psicoses epidêmicas despontam em todos os tempos e em todos os lugares como
anacronismo palmares, contrastes inevitáveis na evolução desigual dos povos ,
patentes sobretudo, quando um largo movimento civilizador impele vigorosamente
as camadas superiores. [4]
A utilização
dos símbolos com precisão e felicidade traz ao leitor de Os sertões imagens de força
e coerência. Inesquecíveis as metáforas do arraial As imagens pejorativas e
grandiosas se alternam ora Canudos ora é comparada a uma medonha Tróia de taipa, ora a uma Vendéia do sertão ou a uma
Goblentz de trapeiros.
Da mesma forma o Conselheiro é o mais
acabado tipo de paranóico, comparável a
Bandarra ou a Miguelzinho. Sua doença resulta do atraso cultural, que afeta
todo um grupo Líderes, como ele doentes e sem causa., que padecem do mal sem remédio da inferiorize
racial e cultural. As imagens inesquecíveis de Canudos são como Os Sertões leituras distorcidas da realidade.
A ciência como saber do homem é
marcada pelo tempo. O homem inventa explicações teóricas e passa acreditar
nelas. Como observa Braudel:
Desgraçadamente,
o vocabulário dos cientistas do homem s
não se presta para as definições peremptórias. Ainda que na maioria dos
conceitos nem tudo é indeterminado,
dependem de um contínuo devir, estes conceitos estão longe se serem fixados de
uma vez para sempre ,variam de um autor para outro de estão evoluindo diante de
nossos olhos .(...) O que eqüivale dizer que no campo das ciências do homem
(como no da filosofia), as palavras mais
simples variam freqüente e forçosamente de sentido segundo o pensamento que lha
dá vida e a que as utiliza.[5]
TESTEMUNHA OCULAR
Como militar
Euclides da Cunha foi um jornalista
bissexto, quando pelos percalços de sua
carreira se afastava da corporação
aproximava-se da imprensa ,como forma de subsistência. Foi num destes períodos
que se tornou correspondente de guerra do
Estadão.
Euclides da
Cunha chega a Canudos como enviado pelo jornal O Estado de São Paulo, no final da guerra, ao que tudo indica, no
final de setembro. Visita assim o cenário da guerra que estava acabando,
conhece os conselheiristas sobreviventes
e realiza algumas reportagens sobre o conflito. As últimas trinta e uma
páginas da obra resultam da vivência direta do autor, bem como a descrição do
meio e do homem.
A sua presença na agonia do movimento faz
com se torne testemunha ocular da hecatombe. O resultado são preciosas páginas
de história, cheias de força e revolta.
Euclides da Cunha, como alguns autores que
ele consulta fazem parte de um grupo seleto de intelectuais que importam
modelos externos de explicação. Adota as posições da ciência européia positiva
e racista, que acredita na inferioridade do Brasil e dos brasileiros em relação
a Europa e aos europeus.
A mescla das três
raças tristes que marca o destino do sertanejo: índios , negros e portugueses(
e quiçá algum gene batavo) criam o
feitio grotesco do povo do sertão.
Como nas somas algébricas as qualidades dos elementos que se justapõem,
não se acrescentam, subtraem-se ou destroem-se segundos os caracteres positivos
ou negativos em presença. E o mestiço – mulato, mameluco ou cafuz-, menos que
um internediário, é um decaído, sem a energia física dos ascendentes selvagens,
sem a altitude intelectual dos ancestrais superiores.[6]
Desta forma a
mestiçagem não é um produto de uma soma algébrica, mas um desastre biológico
feito de mesclas e de incertezas, Resultado adverso de uma quebra milenar de
origem. Nem brancos superiores, nem negros inferiores, os mestiços são apenas
mulas híbridas e improdutivas, este é o sertanejo euclidiano, marcado para
morrer.
Tal povo da
raça inferior, segundo sua expressão vigorosa, só poderia perder a luta para a
raça superior, ainda não conspurcada pela mestiçagem.
Ao
escrever a história do massacre de brasileiros por brasileiros porta-se como europeu
culto e alheio ao meio em que vive. De certa forma nega os princípios
deterministas do meio e da raça, como se ele, -
e só ele- fosse imune aos
princípios científicos que defende.
VERDADE
INCONTESTE
Como homem de seu tempo Euclides da Cunha não
indica as suas fontes. Consulta autores, os mais abalizados de seu tempo para
justificar suas afirmações. De Hegel à Humbold desfilam os sábios de seu
século, destilando seu saber a partir de suas não citações. Fornecem ao autor o arcabouço da explicação.
O homem e o meio brotam deste arcabouço teórico, preenchido pela beleza
arrepiante do texto. Se o meio e o homem se valem de teorias positivas, onde a
diferença entre a cultura e a civilização é a norma. A história brota da
leitura oficial do episódio. Talvez aí reside a diferença entre as duas
primeiras partes e a terceira.
As fontes
utilizadas por Cunha são as oficiais, aquelas que fazem parte da hierarquia
militar. Como guardiões da república, como haviam sido antes do império, os
oficiais de carreira só relatam fatos oficiais, que sejam adequados ao poder ao
qual servem. São como ordens do dia, mais do que testemunhos.
São em número
de trinta e seis as fontes indicadas de forma incompleta por Euclides da
Cunha. Destas oito são testemunhos de
militares, que participaram da guerra de forma direta ou indireta. São
militares de alta patente de general a coronel. Não há depoimentos de soldados
rasos.
As provas
apresentadas na obra são as produzidas
pelas autoridades militares, que são parte do conflito. Como um processo
imperfeito não há o contraditório, pois só uma das partes é ouvida. Os
seguidores do Conselheiro e a do povo que o venerava não são consultados. A
verdade de um lado só revela toda a desigualdade do julgamento. As testemunhas leais a causa que defendem, são
os juízes da causa vencida.
O outro lado
da moeda inexiste. A moeda tem uma só face. A contradição ou o contraditório
como preferem os rábulas não está presente. Os relatórios oficiais, as ordens
do dia, os ofícios das autoridades policiais, servem de ponto de partida para a
descrição e de baliza para o julgamento do
autor.
A história de
uma só mão foi composta pela consulta de dez fontes documentais, que são
citadas na obra. Defensor dos vencedores não consulta os historiadores da época,
vale-se de periódicos. Cita apenas cinco jornais, sem indicações sobre datas e números consultados. Sabe-se que O Estado de São Paulo, A Gazeta de Notícias, O País e o Jornal do Brasil e a Nacion de
Buenos Aires, serviram-lhe de fonte. São desconhecidos os motivos pelos quais
que não foi citado O
Jornal do Comércio, único que cobriu
o evento com enviado especial , que permaneceu e, Canudos durante o
decorrer da guerra . Se outras foram
consultadas não foram citadas.
São
utilizadas ainda fontes bibliográficas.
Entre elas estão alguns tomos do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro,
do número 10 e seguintes: Memórias de
Manuel Ximenez; Os crimes célebres do Ceará, do Coronel João Brígido; História
do Brasil, de João Ribeiro entre outras. São autores pertencentes á mesma
escola do autor. Mas a grande fonte foi
sua presença no cenário da luta,
Como um novo Tucídides ele é testemunha
do fato.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Não é
possível ignorar o fato que se Canudos é
o mais lembrado dos movimentos ante republicanos – sejam monarquistas,
sebastianistas, milenaristas ou messiânicos - muito se deve a Euclides da Cunha. Condenado pela revisão
historiográfica contemporânea Os Sertões
continua sendo uma obra de referência
obrigatória no estudo da história brasileira, cruzando as fronteiras da
história avançou para condição de obra prima literária. A obra criou explicações e personagens.
Tão importante foi a obra, que Canudos
tornou-se a temática de Os sertões,
como se o episódio sangrento da história brasileira fosse apenas uma cena da
obra. A obra e a fato de certa forma se confundem. Tudo se passa como se figura de Antônio Conselheiro fosse apenas o
tresloucado personagem de Euclides da Cunha.
A obra marcou tanto o evento que o massacre
dos seguidores de Antônio Maciel parece ser uma questão de justiça
civilizatória, e até hoje seus seguidores são chamados de fanáticos e jagunços, termos esculpidos
pelo autor.
Cunha justifica o
processo de extermínio, dando forças ao Estado que joga sua força militar
contra os miseráveis. Mais do que isto criou heróis oficiais e bandidos
oficialescos, criou ainda uma mitologia de superioridade racial, que se
eterniza na cultura brasileira. A da
civilização que mata a cultura.
Criou um
história que fez escola: onde a evolução e a cultura superior da raça branca matam , e , necessariamente devem matar
a cultura inferior da raça mestiça. Ao mesmo tempo em que criou uma obra
prima literária marcada por tal crueldade que lembram a de Nietzsche ao afirmar
que “por um propósito dionisíaco, a
solidez do martelo , a alegria própria da destruição, são premissas
absolutamente necessárias.”.[7] Para fazer surgir a estátua
é necessário romper o mármore, este parece ser o papel de Euclides da Cunha. A
estátua do Conselheiro nasce da sua morte em Canudos, Os sertões é a sua memorabilia.
.
[1] HERMANN, Jacqueline. No reino do Desejado. A
consturção do sebastianismo em Protugal séculos XVI eXVII. São Paulo : Comanhia
das Letras1998, p.44
[2] CRUZ,
José Marques da .Profecias de Nostradamus.
São Paulo: Menphis, s/data .p.136.
[3] CUNHA
,Euclides da. Os sertões. São Paulo:
Abril Cultural ,2003.p. 75
[4] CUNHA
,Euclides da. Os sertões. São Paulo:
Abril Cultural ,2003.p. 75
[5]
BRAUDEL,Fernand. Las Civilizaciones actuales.Madrid: tecnos, 1969.p.12.
[6] CUNHA,
Euclides da. Os sertões. São Paulo:
Abril Cultural ,2003.p. 75
[7]
NIETZSCHE, F. Ecce Homo Tradução de
Lourival de Queiroz Henkel. Rio de Janeiro,Tecnoprint, s/d.p. 184
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