O texto que segue foi apresentado em Pedavena (Itália) não tendo sido publicado no Brasil.
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
São lembranças tristes que quero esquecer. (José Corsetti)
Loraine Slomp Giron*
Em trabalho realizado em 1990, foi feito um levantamento das mulheres proprietárias de terras e de estabelecimentos de indústria e comércio, no período compreendido entre 1884 e 1924. Foram listadas 1.515 mulheres registradas nos livros de lançamentos de impostos pela Intendência de Caxias, como proprietárias. Essas mulheres tornaram-se donas da propriedade ou da empresa, na ausência do marido. Essa ausência foi devida a três motivos: viuvez, abandono e incapacidade física ou mental do marido. Foram 33 as mulheres abandonadas pelos maridos, 54 possuíam marido incapazes, e 1.425 eram viúvas. É possível acompanhar o drama das mulheres abandonadas, viúvas ou com maridos incapazes por meio dos requerimentos encaminhados à Intendência Municipal de Caxias.
Por mulheres proprietárias se entende as que respondem por empresas, propriedades ou atividades. As mulheres proprietárias estavam presentes em todos os setores da economia. No setor de serviços, foram registradas 46 no livros de lançamento de Indústrias e Profissões, no período compreendido entre 1890 e 1925. O objeto desta comunicação é a mulher imigrante, ocupada no setor de serviços, na antiga colônia Caxias, no período de 1890 a 1925, avançando até 1950. A pesquisa foi realizada entre 1990 e 1995. Uma nova pesquisa, iniciada em 2006, permitiu um retorno à zona rural, buscando verificar a influência dos meios de comunicação nesse meio, quando através dela foi possível verificar a participação atual da mulher no trabalho da pequena propriedade. Identificar as diferenças existentes entre a antiga mulher imigrante e a mulher atual descendente de imigrantes italianos fecha a presente reflexão.
COLÔNIA CAXIAS
Demorados e tortuosos são os caminhos
em minha terra colonial e íntima.( Oscar Bertholdo)
Colonização foi a forma utilizada pelo Império brasileiro, a partir de 1850, para ocupar os vazios demográficos e as sesmarias abandonadas pelos seus antigos proprietários, através da introdução de imigrantes europeus, visando a instalar no Brasil uma agricultura produtiva e mão-de-obra livre, visto que, até então, vigorava o trabalho escravo .
A região escolhida para instalar a Colônia Caxias era dura e agreste, distante dos centros urbanos. A região da encosta do Planalto Meridional era desconhecida, até o final do século XIX, pelos habitantes da Província. Nela, viviam de forma temporária nativos, e por ela passavam alguns poucos tropeiros, que, pela estrada Geral, demandavam o vale do Caí. Algumas sesmarias haviam sido concedidas a súditos portugueses, na região, pelo rei de Portugal, mas desses, poucos haviam nelas se fixado, e ela continuava sendo um vazio demográfico. Para reconhecer as terras a serem demarcadas, foi organizada uma entrada liderada por Luís Antônio Feijó Júnior, em 1870, a mando do governador da Província do Rio Grande do Sul.
Foi então iniciada a demarcação das terras, seguida de seu povoamento, que só se tornou possível graças à ação oficial do Império. Somente o poder público possuía os meios necessários para trazer o pessoal técnico necessário para medir as terras, abrir estradas, coordenar a vinda de imigrantes, abrigá-los e assentá-los em seus lotes, dando início ao processo de ocupação das terras. Em 1875, começou o povoamento da região das matas com a chegada dos primeiros imigrantes europeus, em sua maioria provenientes do Norte da Itália. Os imigrantes vieram em busca de terras para plantar e sustentar a família.
A ocupação da região das encostas foi difícil, pois havia poucas estradas para ligar a região a ser colonizada e a capital da província. Eram primitivos os meios de transporte, apenas os cargueiros podiam vencer as subidas abruptas e o barro das estradas em tempo de chuva.
Entre a sede colonial da Colônia Caxias e a capital do e, mediavam 193 quilômetros, sendo 60 Km pelo rio rio Guaíba e Caí e 50 Km por campos e colinas, e nada menos de 73 Km que cortavam as matas cerradas. As dificuldades dos caminhos foi uma constante nos relatórios das autoridades italianas que visitaram a região. Uma viagem de ida e volta entre a Colônia Caxias e Porto Alegre levava, no mínimo, uma semana. Foi o isolamento das colônias que definiu os rumos de sua organização e de sua cultura.
A Colônia Imperial Caxias fazia parte do sistema de colonização iniciado pelo governo brasileiro, visando povoar as terras devolutas, como parte da política de terra, para aumentar a produção agrícola nacional. Eram compostas por 17 léguas em quadro (6.000 metros em quadro) cada uma légua era dividida em travessões. No centro da colônia, foi demarcada, em 1877, a sede Dante, que se tornou o centro administrativo e comercial da colônia. Havia 76 quadras. Nelas, foram construídas casas rústicas de madeira falquejada, distribuídas nas quadras reticulares com 90 metros de lado. O centro colonial fervilhava com a chegada de levas contínuas de imigrantes, abrigados em um barracão de alvenaria, situado no limite oeste da área urbana.
O transporte dos imigrantes da capital a São Sebastião do Caí era feito por vapores e daí, até a sede da colônia, por meio através de tropeiros. Para o transporte dos colonos, que era feito por tropeiros, foram abertas novas picadas na direção da Terceira Légua e abertos novos caminhos que ligavam a sede aos lotes, como a estrada Rio Branco. Em 1884, estava em boas condições a estrada Conselheiro Dantas, que unia a Colônia Caxias à Dona Isabel e a estrada Rio Branco, que ligava a colônia tanto aos campos de Cima da Serra quanto ao vale do rio Caí.
Os imigrantes europeus chegados ao Brasil eram submetidos a contratos assinados entre o governo e as companhias que importavam colonos- futuros compradores das terras devolutas. A colônia começou a ser povoada em 1875, iniciando o povoamento do sul para o norte e de oeste para leste. Forqueta foi a primeira região a ser povoada, e a Décima Sexta Légua foi a última. Nas colônias do império, não havia fundadores, havia imigrantes pobres que dependiam da Comissão de Terras para comprar seus lotes e neles ser instalarem. A Comissão de Terras, por sua vez, dependia da Secretaria de Agricultura da Província do Rio Grande o Sul, que estava subordinada ao Ministério da Agricultura do império do Brasil. Observa Costa que “o cargueiro foi o sistema de transporte que, na época, estava ligado a uma profissão, a dos tropeiros ”[1]. Os tropeiros e a estrada Provincial, marcaram a região e transportaram milhares de imigrantes e seus pertences, antes do advento das estrada carroçáveis e das estradas de ferro.
MULHERES E SERVIÇOS
Há nos frutos um gosto do suor da fronte.
(Oscar Bertholdo)
Dentre os imigrantes vieram mulheres viúvas. Algumas saíram sós da Europa, como Ana Rech, outras ainda ficaram viúvas durante a viagem, como Maria Segat, outras ficaram viúvas logo após a chegada, como Maria Garbin. As mulheres viúvas receberam lotes, conseguiram pagá-los, bem como os impostos, criaram seus filhos e até casaram novamente. Algumas mulheres foram destruídas pela viuvez. Incapazes de dirigir a propriedade, apelam para a caridade das autoridades. Nos requerimentos, lastimam sua sorte, informam às autoriadades sua incapacidade de dirigir a produção e a propriedade. Há alguns casos, como o de Maria Triches[2] que solicitan a autorização e passa mendigar, conseguindo licença da Intendência. Outro caso é das Pandolfo [3], as quais, ao ficarem viúvas, não fizeram qualquer tipo de reivindicação. Morreram na mais extrema miséria, incapazes de se sustentar.
As mulheres abandonadas só o foram, após a chegada no Brasil. A primeira mulher que assumiu a condição de abandonada pelo marido foi Giovana Perin[4]. O caso de Giovanna é paradigmático em relação à ação das mulheres abandonadas. A história de Giovanna pode ser reconstruída mediante de seus requerimentos. Residia no lote n.º 18, do Travessão Cavour, na nona Légua. Segundo suas próprias informações, foi abandonada em 1897. Seu primeiro requerimento data de 1900, três anos após o abandono. Informa que tem quatro filhos menores. Com ela vivem os sogros idosos e incapacitados para o trabalho. Alegando falta de meios para pagar o Imposto Focolar, pede isenção desse tributo. Nos anos subseqüentes, continua solicitando e consegue outras isenções, como a do Imposto de Conservação e Melhoramentos de Estradas. Num dos requerimentos, observa que sua situação era “pior do que a viuvez”. Ela sustenta sua família apenas com a força de seu trabalho, pois seus os filhos menores e os sogros idosos pouco a auxiliavam na lavoura. Em 1906, informa que ficou viúva, assim consegue nova isenção. Os filhos já estavam maiores, e as condições, menos adversas, suas queixas diminuem de intensidade. Mas, sobre as causas do abandono, nada foi possível levantar. Não se sabe para e onde foi o marido, quando, onde, ou como ele morreu.
Mais sério que o caso das mulheres abandonadas, total ou temporariamente, é aquelas que possuíam maridos incapazes física ou mentalmente. A análise das guias de internação de doentes pobres, levados para Porto Alegre, revela números altos de doentes mentais e físicos na região. Através das Guias de Encaminhamento de 1898 a 1908, foram levantados 172 casos de doentes com problemas mentais encaminhados à Santa Casa e ao Hospício São Pedro. Há mais “loucos”, como são chamados os doentes, que requerimentos de mulheres. Isso significa que as mulheres, de certa forma, foram tocando seus negócios sozinhas. Um dos casos de loucura do marido foi o de Mariana Mussoi Bascou, que encaminhou requerimentos à Intendência, como proprietária do lote nº 1, Travessão Vitor Emanuel, na sétima Légua. Pediu isenção de impostos e licença para vender frutas na Praça Dante, na vila. A história de Mariana Bascou diverge das outras mulheres proprietárias, pois consegue a interdição do marido além de sua internação definitiva no Hospício São Pedro de Porto Alegre.[5]
Da mesma foram que nem todas as mulheres encaminharam requerimentos à Intendência, a maior parte delas não se registrou na Intendência, como prestadoras de serviços. Apenas 46 estão inscritas como donas de hotel, parteiras de casas de pasto, proprietários de botequins, carretas e de tropas. Não se esgotam aí as atividades desempenhadas pelas mulheres imigrantes. Muitas forneciam comida para fora sem estarem registradas como donas de restaurante. Situação idêntica parece ter ocorrido com outras atividades, como a de parteira. Giuditta Tavernaro, por exemplo, registrada como agricultora, exercia ainda a atividade de parteira, auxiliando vizinhas nos trabalhos de parto.
No quadro 1, é possível acompanhar a variedade das atividades do-setor de serviços.
Quadro 1: (Ocupação das Mulheres Proprietárias/Serviços_1890-1925)
Ano
|
1890-
|
1900
|
1910
|
1915
|
1920
|
1925
|
Total
|
Hotel
|
-
|
-
|
1
|
2
|
2
|
2
|
9
|
Casas de Pasto
|
-
|
-
|
2
|
2
|
2
|
2
|
8
|
Botequim
|
-
|
-
|
1
|
4
|
6
|
3
|
13
|
Carretas
|
-
|
-
|
1
|
4
|
-
|
-
|
5
|
Tropas potreiro
|
_
|
1
|
_
|
2
|
-
|
-
|
3
|
Parteiras
|
2
|
2
|
2
|
3
|
11
| ||
Total
|
0
|
1
|
7
|
16
|
12
|
10
|
46
|
Fonte: Livro de Lançamento de Impostos de Indústrias e Profissões.
Pelos requerimentos, observou-se que as mulheres desempenhavam outras atividades, mas que não foram registradas. Algumas “despachantes” escrevem requerimentos às mulheres analfabetos, assinando a petição, mas disso não há registro nos livros de lançamento. No decorrer do tempo, há uma certa especialização dos serviços femininos. Aumenta o número de parteiras, de modistas e de donas de pensões não familiares. Dessa forma, as mulheres assumiram profissões ligadas direta ou indiretamente com as atividades domésticas, em especial as de cama e mesa.
Outras profissões são novas, como é o caso das casas de banho-velho costume dos romanos reeditado nas colônias dirigidas por mulheres. Algumas estavam associadas a hotéis, e outras eram independentes. As águas do arroio Tega, canalizadas, alimentavam grandes banheiras servidas por água corrente. Essas casas constituíam um dos prazeres dos rapazes, que as freqüentavam nas tardes de sábado. Após o expediente, os homens se encontravam em casas de banho. A mais afamada delas era de propriedade de Castorina Alves, uma mulata forte e disposta. Segundo alguns informantes, as casas de banho teriam um caráter semelhante às casas de massagem atuais. Apesar de serem mantidas por mulheres, estas não as freqüentavam.
Merece menção especial, no setor de serviços, a profissão de mulheres donas de pensões não familiares. Em Caxias, em 1932, as donas de pensões não familiares e de salas de bailes, representavam nada menos do que 26% do total das mulheres registradas. Entre elas foram registrados os nomes de: Angelina Crestani (Angelona), Ignácia de Brito, Amélia Huber, Jovina Lopes, Basílica Anzolin, Stela Bertelli, Antonieta Flores da Silva, Elvira Borges, Clélia Dudoth, Alzira Flores, Hermínia Marmoros (Salomé), entre outras não registradas.
Há indícios, em algumas memórias, de que a prostituição era praticada pelas imigrantes sem recursos, nem todas foram viver em pensões. Esse é o caso de Angela Crestani, também registrada como Angelina e apelidada de Angelona, que foi a mais famosa dona de bordel da cidade. Registrada como sendo pensão não familiar, venda de bebidas e salão de baile entre 1925 e 1951. Entretanto, parece ter começado mais cedo. Sua pensão estava situada na rua Ernesto Alves, zona do meretrício, situada no centro da cidade. Sua casa abrigava mulheres de várias partes do Brasil, que permaneciam na cidade algum tempo na casa, sendo após substituídas por novo “estoque”... Angela morava com a família na pensão, sendo considerada pelas suas hóspedes como uma verdadeira mãe. Sendo boa compradora e cumpridora, pagava em dia seus compromissos, era conceituada no comércio local. Antes de ser proprietária de pensão, na sua juventude havia atuado no setor em outras pensões. Seus clientes eram homens proeminentes da sociedade. O local funcionava como sala de baile e área de convivência com os amigos, para ouvir uma boa orquestra.
Muitas prostitutas se tornaram donas de bordéis, e outras casaram, deixando a antiga profissão. Uma dona dessas pensões relembra “quarenta e cinco gurias que moravam comigo casaram e as que não casaram estão amigadas. Até com delegado uma casou. [6] Por outro lado muitas das “meninas” da cidade eram encaminhadas para a capital federal, onde faziam sucesso nos melhores “castelos”. Mas, ao se casarem, sempre podiam voltar para a família.
Outra profissão que ocupou as mulheres imigrantes foi a de parteira. Representavam cerca de 48% do total das mulheres ocupadas no setor de serviços. Poucas possuíam formação profissional. Eram parteiras práticas que haviam aprendido com outras parteiras, como Genoveva Meneguzzo Ioppi, que aprendeu o ofício com sua tia. Num período em que o número de médicos era insuficiente para atender a população, as parteiras eram importantes para o atendimento das mulheres. As parteiras não só atendiam aos partos, como também davam consultas para doenças decorrentes do sexo, algumas faziam abortos, acompanhavam as mães e os filhos recém-nascidos nos cuidados do pós-parto.
Entre as parteiras registradas encontram-se Emma Nora, Basílica Brant, Maria Centenaro, Zulmira Capelini, Araci Coelho, Maria Courtois, Luiza Demarqui, Orphelia Emer ,Suzana Maier, Maria Segalla, Olga Zimermann e Maria Duso, registradas na zona urbana. Sylvia Belló residia em Galópolis, Regina Adami, Maria Basso e Cecilia Toniello em Ana Rech. Clélia Sebben, Bambina Paraboni e Catarina Torun em Nova Vicenza. Florentina Pretto uma das parteiras mais conceituadas da cidade de Caxias, respondeu a três processos por exercer o “comércio de abortos criminosos”, sendo absolvida em dois deles. Os delitos denunciados estavam ligados a abortos feitos em prostitutas.
Serviços como o de hotel, de casas de pasto, de botequins e similares eram extensões dos serviços domésticos, para os quais as mulheres tinham sido longamente treinadas, havendo supremacia da mulher nessas atividades. Quase todos os hotéis, as casas de pasto e os botequins eram dirigidos por mulheres, ainda que algumas vezes existisse um proprietário nominal.
Algumas das mulheres imigrantes trabalharam em profissões consideradas masculinas, como a de carreteiro, de tropeiro, de ferreiro, de sapateiro e de açougueiro. Algumas mulheres desempenharam essas atividades; outras mulheres seguiram o pouco convencional ofício de tropeira. Trabalho difícil que requeria longas ausências de casa, ainda assim há mulheres tropeiras como Catarina Cavagnolli e Cezira Oliboni, que tinham tropas e carretas; Ana Rech que tinha uma casa de pasto e seu potreiro.
TROPAS E TROPEIROS
Naquela época os viajantes não tinham pressa. (José Koff)
A Região Colonial Italiana era uma área de fronteira, situada entre a civilização e a natureza selvagem. Por ela passava a antiga estrada Provincial, que ligava os Campos de Cima da Serra a São Sebastião do Caí. Mais tarde, essa estrada recebeu o nome de Rio Branco, na porção que ligava Vacaria ao vale do rio Caí. Era esse o caminho dos tropeiros e mais tarde foi esse o caminho dos imigrantes.
Tropeiro era o homem encarregado do transporte de mercadorias e de seres vivos. O tropeiro carregava crianças nas bruacas de suas mulas, mulheres cansadas, arcas com os bens dos imigrantes. Os tropeiros da região realizavam vários tipos de transporte: de mercadorias, de animais e de pessoas. Na região, havia muitos tipos de tropeiros: que eram donos de suas tropas e que serviam a casas de comércio; os que eram contratados pelos fazendeiros para transportar tropas de bovinos, suínos e aves do lugar de criação para o da venda e os contratados pelas casas comerciais para o transporte de gêneros coloniais até a capital, e dos produtos industrializados da capital para a região colonial. Vittorio Bucelli avistou uma dessas estranhas tropas e registrou:
Num certo ponto sentimos sons estranhíssimos e no fundo da estrada vimos uma nuvem de pó :involuntariamente paramos todos ao mesmo tempo, enquanto um peão gritava “ não , é apenas uma manada de porcos” .
De fato mais de 3000 porcos vinham correndo pela estrada o quanto sua gordura permitia, espantados por dois jovens armados de longos bastões...grunhindo em uma gama de sons pouco musicais. Numa orquestra infernal que combinava o fedor ,com a banha, santo Deus, que beleza.[7]
Os tropeiros eram responsáveis pela distribuição das mercadorias, pela distribuição dos colonos em seus lotes e pela distribuição das notícias vindas de outros lugares e pela expansão da própria língua. Costa recorda os tropeiros que passavam pela casa comercial de seu pai, situada no Retiro (Alfredo Chaves).
Então o brasileiro é aquele que falava o brasileiro, que era o português, Mas a gente dizia que falava em brasileiro. E quem falava em brasileiro era negro, porque lá em casa era pouso de negros, que eram os tropeiros que iam para Guaporé e seguiam pelo caminho de Fagundes Varela. Depois eles iam... às vezes eles iam para a serra, às vezes voltavam para pegar o caminho de Lagoa Vermelha e Vacaria, e como meu pai tinha uma casa de comércio, uma casa grande, e na frente tinha uma cantina, e, no fundo, umas grandes estrebarias. Então eles paravam ali, pastavam os animais, acho que eram mulas. E tinha potreiro, um enorme potreiro, que ainda hoje existe. Tem quase uma colônia de potreiro. Então eles largavam os animais ali, e como eram animais mansos, davam pasto, e depois quando chamavam já recolhiam. Ficavam às vezes até dois dias. Então iam tomar banho de rio, faziam as comidas deles, preparavam comida para andar, ensinavam minha mãe a fazer charque. De noite eles vinham em casa, e quando era época de cana-de-açúcar, então nós plantávamos aquela cana de, eles entendiam e falavam em português, a gente entendia.. Ele não falava o português, só entendia. Pouquíssimas palavras, ele sabia.
Ou seja para atender os tropeiros aos poucos os colonos aprendiam a língua nacional e a comida nacionais. Nas regiões fronteiriças mais do que em qual quer outra a bodega e o pouso são fundamentais , visto que representam um espaço de convívio e de mediação entre a zona da produção agrícola e a da produção das mercadorias industrializadas.. A casa de comércio ,o pouso ,o pasto e o comerciante representavam abrigo certo para os tropeiros e as para suas tropas Como observa Reginatto” existia também um vínculo de amizade muito estreito com o dono da casa comercial ao ponto dele”
O tropeiro era o encarregado da distribuição das mercadorias e das notícias. Mas antes demais conduzia a tropa. Uma tropa era composta por cerca de 20 mulas. Mulas são animais híbridos resultantes da cruza de uma égua com um jumento . Os filhotes são parecidos com a mãe, mas tem a força do pai. O acasalamento entre o jumento e a égua é uma atividade de difícil execução, pois aquele tem menor estatura do que esta e, por vezes, precisa ser ajudado que a conjunção ocorra. Os filhotes resultantes deste cruzamento são estéreis. Possuem equilíbrio e força a mula (ou burro) conseguindo andar por caminhos íngremes nas montanhas, sendo utilizados como animal de carga. As mulas são mais fortes que o cavalo e o jumento, podendo carregar até 100 quilos de carga. .Mas ainda assim devem descansar após um dia de tropeada. Para o descanso das mulas era usado o potreiro e para o descanso dos tropeiros a casa de pasto. Sobre a casa de pasto conta João Corso
Os carreteiros vinham de São Sebastião do Cai e iam para Vacaria, Lagoa Vermelha e Bom Jesus . Já os Tropeiros eram anunciados de longe pelo barulho do cincerro. A noite se reuniam na casa de pasto para contar histórias ,comer pinhão e tocar gaita a casa de negócio tinha quartos para os que quisessem a 10 réis por noite e o potreiro custava 20 réis [8]
Muitas vezes a casa de pasto era anexas à casa de negócio. Nela não havia apenas produtos mas local de repouso tanto para a tropa como para o tropeiro “os que traziam gado vinham tocando a tropa a cavalo e deixavam o gado todo num potreiro que tinha na casa de comércio, que também servia de pouso. ”[9]
.Burton ao analisar os diversos tipos de rancho observa que
A estalagem ou hospedaria é a quarta e última face da evolução do rancho, não se falando no hotel, que naquele tempo não se diferençava muito da hospedaria. Dava cama e comida para o hóspede e "camaradas"(empregados dos viajantes) e pasto para os animais.
Burton conclui que muitos destes pousos deram origem a povoações , este observação parece ter identificar a pousada de Ana Rech.
MULHERES TROPEIRAS
As notícias não vão ,chegam sempre
Como quem traz uma carta pessoalmente
.Oscar Bertoldo
A atividade de tropeiro era eminentemente masculina o que não impediu que algumas mulheres ao enviuvarem adotassem essa atividade. Não foram só as imigrantes italianas que conduziram as tropas .Nilza Huyer Ely no constata a existência de mulheres tropeiras no vale do rio Três Forquilhas. Observa que as mulheres estavam acostumadas a trabalhar ao lado dos maridos, cuja atividade principal era a de tropeiro , “na falta do chefe de família, a mulher, incontinente ,tornava-se tropeira ,sem qualquer dificuldade e sem solução de continuidade nas atividades e negócios” [10] . Entre as tropeiras estão :Dona Cucha,Paula,Witt,Luiza Kilpell,Benta Hoffmann e Isabel Pinheiro, ao que tudo indica bem mais numerosas do que as da região da colônia>há assim nos casos analisados uma relação entre a viuvez e a adoção do tropeirismo.. Entre as mulheres donas de tropas registradas estão Cecilia Oliboni , Catarina Cavagnolli e Ana Rech.
Cesira Soso natural de Verona chegou ao Brasil em 1878 acompanhando seus pais. Pouco tempo depois casou com Giuseppe Oliboni, fixando-se no lote nº 9 do travessão Rondelli. O marido morre poucos anos depois . Cesira como Viúva Oliboni consta nos livros de Registro de Industrias e Profissões como dona de uma tropa de mulas, de uma carreta e de uma serraria à água. Pouco tempo depois se casa de novo apesar de ter casado de novo, para garantir as isenções mantêm o antigo nome de viúva Oliboni .Manteve os mesmos negócios entre 1905 e 1924. Cesira mandava na família chegando ao ponto de escrever um requerimento à Intendência em nome de seu filho Anacleto ,que era maior de idade informando que tendo ela vendido a carreta , ele não pode mais viajar.
Catarina Cavagnolli chegou em Caxias em 25 de maio de 1877,vivendo na Xª Légua , no travessão Rondelli . Em 1905 tem registrado em seu nome três lotes, no mesmo Travessão, os de número 45, 50 e 51. Em 18989, quando já tinha mais de 55 anos, informa à Intendência que vai trabalhar com uma tropa de seis mulas, para “ transportar mercadorias dos comerciantes para fora e para dentro da X Légua” [11]. Solicita ser lançada como proprietária de tropas e não como comerciante. Catarina distingue sua profissão da do comerciante ,pois se afirma ser apenas ” intermediária entre as casas comercias “.O trabalho com tropas parece ter sido Catarina manteve a mais exclusiva das profissões masculinas junto com outras atividades econômicas até o fim de sua vida. Sobre a vida pessoal de Catarina apenas encontrou-se rumores, segundo o qual não seria casada ,tendo um filho fora do casamento. Nada foi comprovado.
Ana Rech chegou á colônia Caxias em abril de 1877, sendo uma das primeiras moradoras do travessão Leopoldina., comprou o lote nº 104 na 8ª Légua. Ana Maria Pauletti era viúva e tinha 49 anos ,nasceu em Pren em 1º de outubro de 1828 . Aos 19 anos casou-se com Osvaldo Rech , de 25 anos, natural de Muner como ela filho de agricultores sem terra ,em 20 de novembro de 1847, passando a viver como meeiro em Pedavena ,onde nasceram seus nove filhos A vida familiar foi marcada pela tragédia. Sua filha mais velha morreu quatro meses após ter casado e a seguir morre Osvaldo marido , na véspera do natal de 1875. Foi então que Ana decidiu emigrar.
A região onde ela se estabeleceu situa-se a meio caminho entre a região dos campos e a da colônia Caxias Na nova terra aproveitou a circunstância do lote situado no caminho das tropas e construiu um potreiro, e uma casa de pasto, aproveitando a sótimas aguadas Durante algum tempo possuiu uma tropa provavelmente dirigida por um de seus filhos, segundo Livro de lançamento do registro de industrias e profissões, em 1900 mas dela logo se desfaz. As águas e a casa comercial se tornaram famosos O pouso de Ana Rech parece se enquadrar na classificação Burton. Tão conhecido era seu potreiro ,que em 1915 nos registros da Intendência a localidade antes chamada de Leopoldina passa a se chamar de Ana Rech nos registros oficiais.
Dall’Alba resume assim a saga de Ana Rech
começou a trocar o pouso e seu trabalho com os produtos transportados pelos tropeiros, que objetivavam o centro maior, o Campo dos Bugres.Tornou-se entreposto de mercadorias, muito popular
e querida entre os moradores e tropeiros. Atuando também como parteira teve muitos afilhados na comunidade. Ao doar terras para a Igreja, colégio, provocou a formação de uma comunidade que trás
com orgulho o nome de sua fundadora. Morreu em 1916 aos 88 anos estando seus restos mortais abrigados na Igreja matriz desde 1977, quando foi criado um monumento em sua homenagem. Ana Rech é a única localidade que tem o nome de uma mulher imigrante e o conserva.[12][13]
e querida entre os moradores e tropeiros. Atuando também como parteira teve muitos afilhados na comunidade. Ao doar terras para a Igreja, colégio, provocou a formação de uma comunidade que trás
com orgulho o nome de sua fundadora. Morreu em 1916 aos 88 anos estando seus restos mortais abrigados na Igreja matriz desde 1977, quando foi criado um monumento em sua homenagem. Ana Rech é a única localidade que tem o nome de uma mulher imigrante e o conserva.[12][13]
Se na condução das tropas havia poucas mulheres nas casas de pouso e nas casas de negócio o seu papel era vital. Pois dela dependiam não feitura das refeições como de toda organização da casa comercial . Atrás da loja ficava “uma sala e uma cozinha enorme com fogão de hotel mesmo, fogões os maiores que tinha, então aquelas panelas enormes e toda família comia junto na mesa, primeiro os mais velhos depois as crianças, era um verdadeiro hotel[14]”, nela comiam também viajantes, trabalhadores, amigos e compadres.
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VELHOS HÁBITOS NOS NOVOS TEMPOS
O trabalho é o novo nome da cidade
Oscar Bertholdo
O grau de instrução das mulheres analisadas na pesquisa no período de 1884 a 1924 varia de acordo sua procedência. 100% das mulheres originárias dos Estados Alemães sabiam ler e 89% das procedentes do Tirol sabiam ler. As que vieram da Itália 28% eram alfabetizadas. Não é por acaso que foram estas a que mais sofreram das conseqüências da ignorância. A análise dos mapas escolares do período inicial da colonização, ou seja, de 1881 a 1900, revela que ¾ dos alunos eram do sexo masculino, apenas 1/3 eram do feminino.
Após 1910, na região urbana há uma mudança dos percentuais ,havendo maior número de meninas matriculadas nas diversas classes. Na região rural no período analisado a diferença se mantém .A um dado singular o número de analfabetas aumentou na segunda geração. Se em 1886, 33% do total das mulheres independente da origem sabia ler, em 1921 o número de alfabetizadas baixou para 21%.
Os meninos eram enviados à escola para ter as condições mínimas necessárias para dirigir a propriedade, já as meninas não tinham esta necessidade, pois se “as mulheres não soubessem muito, não tinha importância, desde que soubesse o marido.”[15]“Mas o pai não me deixou ir à aula, embora eu gostasse. Se me tivessem mandado, eu aprendia e bem, mas não me deixaram. Achavam que às mulheres não era necessário.”[16]
Muitas das mulheres tinham consciência da diferença de tratamento a que eram submetidas pela família em relação a educação ao lhe ser negada a freqüência mínima em uma escola a menina ficava condenada à ignorância. Da ignorância para a submissão a distância não era grande. Ao saber ler e fazer contas o homem afirmava sua superioridade sobre a esposa ignorante, ignorância que era transmitida às filhas .
Não sabendo ler, ou lendo pouco, a mulher assinava sem saber “os acordos desiguais” que possibilitavam a transmissão das terras familiares para os irmãos homens .Não sabendo fazer contas não controlava os ganhos da propriedade, nem entendia as explicações que o marido para cortes nos gastos.
A ignorância afastava as mulheres da direção dos negócios e encaminhava-as à total submissão às decisões do marido na aplicação da receita da produção. A ignorância em que a mulher imigrante, e mais precisamente da filha de imigrantes, foi mantida pelo grupo social. A falta de conhecimentos serviu para reforçar sua pretensa inferioridade em relação ao homem. A desigualdade era tão “natural” que servia como motivo de orgulho pessoal à distribuição injusta dos bens “Aos filhos se dá um pedaço de terra, às filhas se dá o dote”, uma repartição definida pelo sexo. Na repartição desigual há um agravante: a filha pagava pelo enxoval e pelo dote, enquanto os filhos recebiam as terras como paga pelo trabalho não remunerado realizado. Mas as filhas também trabalhavam sem remuneração, este era um detalhe que tinha importância, nem para próprias filhas.
A partilha dos bens era uma decisão paterna. As filhas eram deserdadas pelo sexo. Este costume passou a ser adotado no momento em que a Diretoria de Terras deixou de decidir sobre as terras. Na documentação da intendência não se encontram requerimentos exigindo mudanças nos termos das partilhas. A divisão injusta não provocou reclamações das possíveis lesadas. Praticamente a única maneira de uma mulher tornar-se proprietária era ao casar ou na melhor das hipóteses enviuvar.
Como imperativo categórico só herdavam pela morte dos pais as filhas que não tivessem irmãos .Nem a condição de filha única salvou Maria Tonietto da injustiça. Residiu no lote n.º 2 da Linha Feijó, Colônia Sertorina., no período que vai de 1900 a 1918 durante este tempo encaminhou vários requerimentos à Intendência, pedindo isenção de impostos. Segundo afirmava seu pai idoso morava com ela, sendo por ela sustentado já que ela costurava para fora. Apesar pedidos não foi isenta dos impostos de conservação de estradas. Maria Tonietto não aparece como proprietária nos registros. O pai idoso, sustentado pela filha que pagava os impostos a terra devidos não transferiu para a propriedade em troca do sustento garantido como teria feito com um filho homem.
Mas as mudanças se avizinhavam no Livro de Lançamento de Industrias Profissões de só no ano de 1932 havia de 46 mulheres registradas. Destas 6 eram modistas, 12 donas de bordéis e eram 22 parteiras, representando cerca de 87 % do total de mulheres ocupadas em ofícios e profissões. Repercutiu na imprensa local o caso de Segismunda Pezzi, que começou a trabalhar no banco Francês e Italiano em 1927,e que se tornou a primeira mulher a ocupar o cargo de presidente do sindicato dos bancários no Brasil .Sobre o assunto escreve um articulista no O Assombro
em toda a parte principiaram a botar a cabecinha de fora. Primeiro foram costureiras apenas .Depois manicures agarrando-se a vida com as unhas ...dos outros. Em seguida empregadas de balcão e datilógrafas mais tarde deram uma topada nos garçons e viraram garçonetes.(....) O fato do avanço é tão grande que se isso continuar termos uma prefeita, uma bispa e uma delegada de polícia[17]
. Mas ,ainda assim a injustiça perdurava .Em 1940 foi movida uma ação pedindo a anulação da partilha, a autora argumenta, por intermédio do seu procurador, que fora ludibriada, por ser analfabeta e humilde, tendo sido levada a assinar – sem saber – uma procuração em que desistia da sua parte da herança, deixada pelo falecimento da sua filha. O juiz defere o pedido da autora. O réu recorreu, em novo julgamento o desembargador indefere este pedido de apelação corrigindo o valor da causa.
Em 1943 foi realizado o inventário de um homem que morreu, sem deixar testamento. Como sua esposa já era falecida filho mais velho foi o inventariante. Através do seu procurador, vem a juízo requerer que os bens descritos sejam certificados junto a administração pública, para após serem partilhados. As filhas renunciam a sua quota hereditária em favor dos irmãos
Mas a injustiça cansa e a mulher que durante muitos anos carregou a propriedade rural revoltou-se e abandonou a zona rural. Hoje para encontrar uma esposa o jovem colono deve procura-la na cidade . Mas a mulher criada na zona urbana não se adapta ao trabalho da propriedade agrícola .E os casamentos deste tipo dificilmente ocorrem.
A guerra dos sexos regional não se travou por questões de amor mas em questões de bens .Além de serem lesadas pelas partilhas desiguais de bens mulheres precisam lutar contra a injustiça que resultam de seus relacionamentos amorosos ou maritais.
. As mulheres algumas vezes de forma voluntária ou não se submetem à tradição. Em alguns casos as mulheres são enganadas, tanto pelos pais quantos pelos irmãos sendo excluídas dos bens Na maioria dos casos analisados as herdeiros aceitaram acordos extrajudiciais, que de certa forma mantêm o costume de excluir as mulheres dos bens herdados.
A educação realizou seu milagre. A permanência jovens na escola e a conclusão do curso fundamental ,garantiu sua ida ao ensino médio realizado na zona urbana. A maior parte das jovens vai para a universidade e não mais retornam à vida da colônia. Ao contrario delas alguns rapazes não concluem o ensino fundamental e permanecem com os pais levando adiante o trabalho agrícola e o da produção de vinho.
Hoje a família que vive na zona rural é diferente da de antigamente, sendo em média composta por quatro filhos por família, destes em geral apenas um permanece com os pais, sendo ele herdeiro presuntivo da terra. As moças que ficam na colônia em geral não concluíram o ensino fundamental. Algumas tem filhos antes do casamento ,por vezes encontram uma segunda união estável ,sem a legalização do casamento, quando isto ocorre o companheiro passa a auxiliar os pais da mulher, fornecendo assim mão de obra barata para os trabalhos agrícolas. O custo da mão-de-obra agrícola é de 45 reais por dia, sendo cara, motivo pelo qual este tipo de relação é aceita
Nas propriedades analisadas fica evidente que as jovens da zona rural buscam em maior número um curso superior que os jovens. São elas que adquirem os computadores e se preparam para uma nova vida.. Hoje o trabalho na colônia deve ser pago e a escravidão familiar está extinta. Os tempos em que o sexo determinava a submissão e a exclusão da mulher , definitivamente acabaram, como está acabando a produção familiar e a pequena propriedade, premida pelo preço de mão-de-obra e pela falta de mulheres a serem exploradas
BIBLIOGRAFIA
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Conheça-me por dentro. Correspondência da Comissão de Terras copiadas por João Spadari Adami
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Depoimento de Angelina De Lazzer Perini- Cedoc Universidade de Caxias do Sul
Depoimento de Raymundo Pezzi IN: GIRON, Loraine Slomp e BERGAMASCHI, Heloísa. Casas de Negócio .Formação econômica Regional. Caxias do Sul.Educs,2001
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Jornal O Momento ,Caxias ano de 1940
DOCUMENTOS CONSULTADOS
Livros de Registro de Lançamentos de Industrias e Profissões.1890 a 1943 AHMMCS
Mapas Estatísticos
lançamentos de Imposto Focolar
Requerimentos de1890 a 1940 AHMMCS.
Ofício de 28 de novembro de 1904
Processos civis de 1927-1940.Centro de Memória do Judiciário .Ucs
Requerimentos existentes no Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami deCaxias do Sul:
Requerimento datado de 06 de junho 1903
Requerimento datado de 7 de fevereiro de 1905
Requerimento de 02 de junho 1905
Requerimento de 1 de maio de 1904.
Requerimento de 10 de maio de 1898.
Requerimento de 15 de maio de 1903.
Requerimento de 16 de agosto de 1964.
Requerimento de 16 de janeiro de 1910.
Requerimento de 2 de junho de 1905
Requerimento de 26 de maio de 1900
Requerimento de 27 de janeiro de 1898 e de 31 de maio de 1898.
Requerimento de 31 de dezembro de 1898.
Requerimento de 4 de setembro de 1898.
Requerimento de 6 de abril de 1898.
Requerimento de 7 de fevereiro de 1905.
Recenseamento de terras – 1890 Livro 29 AHMJSACX
Requerimento de 3 de novembro de 1898.
.Requerimento de 9de dezembro de 1911
Requerimentos de 1913.
http://site.cruzeironet.com.br/sorocaba/fasciculos350anos/fasci06/pg03.shtml
[1] COSTA, Rovílio. Antropologia visual da imigração italiana .Porto Alegre: EST, 1978. p.148.
[2] Requerimentos de 1913.
[3] Registro do Inspetor no livro de lançamentos do Imposto Focolar, reconhecendo a “ extrema miserabilidade das viúvas”.
[4] Giovana Perin encaminha vários requerimentos à Intendência Municipal de Caxias, nos anos de 1900, 1905, 1906.
[5] Encaminhou vários requerimentos de 1900 a 1918.
[6] Depoimento de Abetina Gomes de Oliveira, prestado em setembro de 2005 a Liana Pulita Martini e Lucimara Goreti de Oliveira.
[7] BUCCELLI, Vittorio. Un viaggio a Rio Grande del Sud. Milano: Officine Cromo-Tipografiche L.F. Pallestrini & Cia. 1906. p. 222.
[8] Entrevista concedida a Mauren Corso citada na obra História da família Corso .não publicada.
[9] Depoimento de Angelina De Lazzer Perini-Cedoc Universidade de Caxias do Sul
[10] ELY , Nilza Huyer. Vale do Três Forquilhas .Veredas,vidas e costumes.Porto Alegre :Est,1999p.55
[11] Ficha completa ano de 1905, requerimentos de 19/04/1898 e de 27/10/1906.
[13] DALL ALBA, João L.Pe. e outros. História do Povo de Ana Rech .Volume 1-paróquia .Caxias do Sul:Educs,1987 p. 49
[14] Depoimento de Raymundo Pezzi IN: GIRON, Loraine Slomp e BERGAMASCHI Heloisa.Casas de Negócio .Formação econômica Regional. Caxias do Sul.Educs,2001.p432.
[15] COSTA, Rovílio. Assim vivem ...Vol. I, p. 398.
[16] Idem p. 251.
[17] O Assombro Caxias Ano 2º nº 6 1937
Tudo bem Loraine, estava lendo este artigo e achei interessante, pois achei o nome da minha trisavo " Cezira Oliboni ", que segundo o artigo foi tropeira ou carreteira. Vc pode me dizer onde encontro mais sobre ela?
ResponderExcluirGrande abraco.
Everton Oliboni
evertonoliboni@yahoo.com.br