Sartori dormindo .1978 foto de LAGiron |
As velhas casas parecem ter alma .E como tem ! Muitas vezes,quando ando pelas ruas de Caxias faço um balanço daquilo que se foi e do que restou. Como ando todo santo dia as mudanças ficam poucos perceptíveis. Em algumas ruas as transformações são notórias.Em outras o tempo congelou.A quadra situada entre a Júlio e a Simimbu da rua Borges de Medeiros faz parte das ruas que permaneceram congeladas. Lá o tempo parou na década de 1940.
O tempo das casas de madeira se foi. Algumas ficaram de pé e outras apenas na memória.
Uma das maiores casas de madeira da cidade estava na Avenida Júlio de Castilhos,esquina com a Garibaldi,ao lado do Hospital Pompéia . Pertencia a família Sartori,que era proprietária do lote que hoje constitui o chamado Mato Sartori.Graças a ela, hoje ainda existe a única reserva de mata atlântica no cenrto da cidade.Fosse outra familia teria aberto uma serraria e liquidado com a mata .Ou quem sabe para ficar mais fácil venderiam as árvores como lenha e, depois do desastre ecològico ,sempre poderiam e loteaar o lote.Como fizeram tantas outras famílias.
Na década de setenta, nela viviam três irmãos, mais precisamente duas irmãs e um irmão. Mexendo nas fotos antigas encontrei uma foto da época. Agora se tornou uma janela para o passado. Seu Anúncio ficava muitas horas sentado em uma cadeira, em frente da janela que dava na rua Garibaldi.Uma imagem patética.Maravilhoso tempo em que se podia dormir em frente a uma janela térrea sem ser assaltado.
Algumas casas de madeira foram preservadas no centro da cidade como a velha casinha que se situa ao lado do Sindicato dos Bancários na rua Bento Gonçalves, da qual desconheço o passado.
Casa de Angeli ,rua Alfredo Chaves .2011 |
Casa Rech r. .Guia Lopes 2011 |
Casa Aguzzolli .Ru a Bento Gonçalves 2011 |
Velha Casa na B. Gonçalves |
Outras casas de madeira são paradigmáticas como a dos Aguzzoli sita na mesma rua. Não se pode esquecer a casa dos De Angeli na Alfredo Chaves ,tão bem cuidada como se fosse nova .
O prédio do escritório da empresa Giacomet na rua Sinimbu sempre bem preservado ,na rua Sinimbu.
As imagens das casas falam .Assim, posso poupar as palavras.
escritório da E. Giacomet 2011 |
Por fim a casa Rech na Júlio de Castilhos um modelo do que foi o centro de Caxas na primeira década do século XX.Não foi esgotado o levantamento que realizei não foi esgotado. Faltam muitas a serem apresentadas neste blog aos interessados.Só espero que não seja para sua demolição.
Prezada Professora Loraine, com grande satisfação descobri o seu blog hoje à tarde. Como interessado nos temas relativos à imigração italiana, há anos acompanho a sua produção intelectual, e considero um privilégio ter este canal de comunicação com a senhora.
ResponderExcluirEm relação às casas de madeira ainda existentes no centro de Caxias, preciso dizer que, como observador vindo de fora (sou de Bento Gonçalves e moro em Porto Alegre), ainda me impressiona a quantidade de casas existentes e, aparentemente, pouco modificadas. Possivelmente o olhar da senhora, como moradora da cidade e conhecedora da paisagem antiga, seja diferente, inclusive no post há menção sobre algumas casas recentemente demolidas. Contudo, para mim, que tenho visitado Caxias com certa frequência nos últimos tempos, ainda é um prazer passear por determinadas ruas e observar vários exemplares da arquitetura colonial italiana num mesmo espaço. Na minha cidade, Bento Gonçalves, isso não é mais possível, infelizmente. Ao contrário do que acontece na área rural de lá, onde o turismo - e a renda que ele gera - provocaram um certo estancamento na demolição de construções antigas, na área urbana o processo de demolição continua num ritmo muito acelerado, descaractrizando totalmente o qu foi a cidade até meados do século XX. Creio que haja dois fatores que contribuem para isso. O primeiro é que a zona urbana de Caxias sempre foi maior, com muito mais construções. Além disso, a topografia da área onde foi situada a sede da Colônia Dona Isabel dificilmente poderia ser pior... A cidade demorou bastante pra conseguir sair e se expandir além daquela depressão onde foi traçada inicialmente, o que fez com que os prédios históricos se concentrassem numa área geograficamente menor. Assim, a especulação imobiliária na área central conseguiu, e consegue, atingir em cheio o patrimônio arquitetônico.
Por hoje, era o que tinha a comentar. Grande abraço e parabéns por mais essa iniciativa!