quinta-feira, 22 de setembro de 2011

CASAS DE MADEIRA (2)


Sartori  dormindo .1978
 foto de LAGiron

As velhas casas parecem ter alma .E como tem ! Muitas vezes,quando ando pelas ruas de Caxias  faço um balanço daquilo que se foi e do  que restou. Como ando todo  santo dia  as mudanças ficam poucos perceptíveis. Em algumas  ruas  as transformações são   notórias.Em outras o tempo congelou.A quadra situada entre a Júlio e a Simimbu da rua Borges de Medeiros faz parte das ruas que permaneceram congeladas. Lá o tempo parou  na década de 1940.
O  tempo das casas de madeira se foi. Algumas ficaram de pé e outras apenas  na memória.
 Uma das maiores casas de madeira   da cidade  estava  na  Avenida Júlio de Castilhos,esquina com a Garibaldi,ao lado do Hospital Pompéia . Pertencia a  família Sartori,que era proprietária do lote que hoje constitui o chamado Mato Sartori.Graças a ela,  hoje ainda  existe a única reserva de mata  atlântica no cenrto da cidade.Fosse outra   familia teria aberto uma serraria e liquidado com a mata .Ou quem sabe para ficar mais fácil   venderiam as árvores como lenha e, depois do desastre ecològico ,sempre poderiam  e loteaar o lote.Como fizeram tantas outras famílias.
Na década de setenta, nela viviam três irmãos, mais precisamente duas irmãs e um irmão. Mexendo nas fotos antigas encontrei uma foto da época. Agora se tornou uma janela para o passado. Seu Anúncio  ficava muitas horas sentado em uma cadeira, em frente da janela que dava na rua Garibaldi.Uma  imagem patética.Maravilhoso tempo em que se podia dormir em frente a uma janela térrea sem ser assaltado.
Algumas casas de madeira  foram preservadas   no centro da cidade como a velha casinha que se situa ao lado do Sindicato dos Bancários na rua Bento Gonçalves, da qual desconheço o passado.
Casa de Angeli ,rua Alfredo Chaves .2011

Casa Rech r. .Guia Lopes 2011

Casa Aguzzolli .Ru a Bento Gonçalves 2011

Velha Casa na B. Gonçalves

Outras casas de madeira são paradigmáticas como a dos Aguzzoli sita na mesma rua. Não se pode esquecer a casa dos De Angeli na Alfredo Chaves ,tão bem cuidada como se fosse nova .
O prédio do escritório da empresa Giacomet  na rua Sinimbu sempre bem preservado ,na rua Sinimbu.
 As imagens das casas  falam .Assim, posso poupar as palavras.

escritório da E. Giacomet 2011

  Por  fim a casa Rech na Júlio de Castilhos um modelo do que foi o centro de Caxas na primeira década do século XX.Não foi esgotado o levantamento que realizei não foi esgotado. Faltam muitas a serem apresentadas neste blog aos interessados.Só  espero que não seja para sua demolição.

Um comentário:

  1. Prezada Professora Loraine, com grande satisfação descobri o seu blog hoje à tarde. Como interessado nos temas relativos à imigração italiana, há anos acompanho a sua produção intelectual, e considero um privilégio ter este canal de comunicação com a senhora.
    Em relação às casas de madeira ainda existentes no centro de Caxias, preciso dizer que, como observador vindo de fora (sou de Bento Gonçalves e moro em Porto Alegre), ainda me impressiona a quantidade de casas existentes e, aparentemente, pouco modificadas. Possivelmente o olhar da senhora, como moradora da cidade e conhecedora da paisagem antiga, seja diferente, inclusive no post há menção sobre algumas casas recentemente demolidas. Contudo, para mim, que tenho visitado Caxias com certa frequência nos últimos tempos, ainda é um prazer passear por determinadas ruas e observar vários exemplares da arquitetura colonial italiana num mesmo espaço. Na minha cidade, Bento Gonçalves, isso não é mais possível, infelizmente. Ao contrário do que acontece na área rural de lá, onde o turismo - e a renda que ele gera - provocaram um certo estancamento na demolição de construções antigas, na área urbana o processo de demolição continua num ritmo muito acelerado, descaractrizando totalmente o qu foi a cidade até meados do século XX. Creio que haja dois fatores que contribuem para isso. O primeiro é que a zona urbana de Caxias sempre foi maior, com muito mais construções. Além disso, a topografia da área onde foi situada a sede da Colônia Dona Isabel dificilmente poderia ser pior... A cidade demorou bastante pra conseguir sair e se expandir além daquela depressão onde foi traçada inicialmente, o que fez com que os prédios históricos se concentrassem numa área geograficamente menor. Assim, a especulação imobiliária na área central conseguiu, e consegue, atingir em cheio o patrimônio arquitetônico.
    Por hoje, era o que tinha a comentar. Grande abraço e parabéns por mais essa iniciativa!

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