sábado, 10 de dezembro de 2011

O COMÍCIO QUE NÃO ACONTECEU -HISTÓRIA NA PRAÇA (7)



Afortunadamente , a memória não é um livro de história tradicional.Assim, não segue a ordem cronológica. As hstória da Praça ocorrem-me de forma livre. Lembro deum fato e procuro detalha-lo. ( não demais)   Como diria Nabocov ,fala memória ...

A guerra das bandeiras .
 Quando penso  no movimento das Diretas já   lembro de Milton Nascimento, cantando Menestrel da Alagoas Lembram da letra?

Quem é esse saltimbanco
Falando em rebelião
Como quem fala de amores
Para a moça do portão
?
  A música  foi uma homenagem à Teôtonio  Vilella, que participou da campanha das diretas .Democrata d e última hora,  só enjoou da ditadura em 1984 .De 1964 a 1984 gozou de seus benefícios e privilégios. Afinal ele não foi o único


Manchete não toma partido.
Quando penso na redemocratização é novamente   Millton Nascimento  com Coração de estudante que me aparece na lembrança..Já a  encenação da agonia  e morte de Tancredo Neves  é movida   à Fafá de Belem cantando o Hino Nacional, na tela da Globo.. Já campanha de  1989  de Collor em   vem embalada no Ala pucha, tchê. de Os Serranos .Música suave como um soco  ,cuja  letra  diz :

Se a bala vem por baixo, eu salto pra cima
Se a bala vem por cima, me atiro pra baixo
Se a bala vem no meio, e rolo pra qualquer lado


Enfim, cada movimento tem a música que merece.

Mas é do comício de  30 de novembro de 1989 na Praça Rui Barbosa que quero relembrar..  O dia em que a praça Dante virou um inferno como foi chamado na excelente matéria,  publicada pelo  do jornal O Caxiense , de  2007,quando o episódio completava vinte anos.

. A Praça então era tinha outro aspecto. Havia legustres de amplas  copas,que  eos  postes de luz de pouca altura ,com  lâmpadas  fracas  pouco iluminavam .O correto do comício erguido na rua Marques do Herval   em frente ao Banco do Brasil. O de Lula realizado  poucos dias antes fora  realizado na rua Dr. Montaury defronte à Casa da Cultura . Em 1989 houve outros comícios na Praça ainda Rui Barbosa.,eu havia assistido alguns .
  O candidato à Presidência Fernando Collor de Mello era esperado em Caxias.,para o comício. O avião no qual viajava já sobrevoava a cidade, no inicio da noite . Naquelas eleições os showmícios eram muito concorridos. Ver artistas importantes de graça era um bom  programa.A população comparecia. Eles se tornaram parte da coreografia política  de  1895 ( Diretas já) a  2006 quando foram proibidos .Os políticos e seus discursos eram o ônus.
Naquele dia 30 o entrevero começou durante o show do conjunto  Os Serranos ,quando uma bandeira teria atrapalhado alguém  fazendo cair uma caixa de som .Logo outras caíram e do  nada,  surgiu uma tropa de choque com paus  e armas  atacando a tudo e  a todos.   A correria foi geral. Durante a ditadura e mesmo depois dela, as tropas de choque eram comuns, caiam sobre o povo como se este fosse o inimigo público número um. Havia acontecido antes durante as eleições do Diretório Central de Estudantes da Universidade de Caxias do Sul, quando uma tropa de aluguel invadiu o Campus. Pessoas desconhecidas.passaram a atacar e ameaçavam os estudantes que votavam. Os brutamontes estavam ligados à chapa de direita. Por sinal ligados a um vereador que se afastou a poucos dias da Câmara de Vereadores  caxiense Na Praça que eu saiba foram apenas dois os incidentes entre povo e policiais por ocasião deas duas  visitas de Prestes à Caxias,creio que uma  em 1961, e outra  em  1973. Da longa história da Praça apenas três incidentes. Não é significativo que os todos tenham arranjados ?
Tudo até então tinha sido tranqüilo. O acirramento da campanha política entre Lula e Collor (,aparentemente entre a esquerda e a direita)  fazia os ânimos ferverem . Mas na Praça ,naquela noite não era diferente.Quem não queria  ver Os Serranos (no auge de sua forma) e um  antigocomponente do conjunto    Os Menudos teria  um programa legal.. Trazer artistas. foi  era uma das  formas de  poupar a a voz dos políticos e de  gastar as  polpudas verbas coletadas na campanha naqueles estranhos dias deuma democracia recém conquistada. O showmício prometia. 
Eu estava lá quan as cores das bandeira  vermelhas e amarelas lulistas e as azuis celestes do Caçador de Marajás pareciam enfeitar a Praça...Eu estava lá  enquanto o show iniciava ..O que me espantou foram  as  caras desconhecidas dos portadores das bandeiras de Frente que apoiava Lula ,Os quais eu conhecia.Era uma época demilitância e ,em geral, eram os estudantes da UCS que levevam as campnhas adiante.   Outro motivo deminha  preocupação foi o grande número de bandeiras de opositores à Collor..Era normal haver  mais seguidores de Lula do que de Collor num comício desse? Nunca!
 Só algo inventado  uma encenação poderia trazer tantos seguidores de Lula para um comício de Collor .dar origem ao que aconteceu naquela  noite em Caxias .         No programa de Collor a boataria era o mais forte componente. Parece que fazia parte da campanha   assustar o povo com a violência das  esquerdas. A ameaça de estatizar as riquezas privadas, unida a afirmação de  roubos e invasões das  casas dos ricos para dividir com os pobres. Não adiantava alertar  sobre os boatos.,parte expressiva da população acreditava neles. O projeto de Collor   era o de abrir o  Brasil   ao mercado global,
terminando com as reservas de mercado ,privatizando as empresas estatais. Muitos acreditaram nas mentiras. Entre eles o ex-prefeito de Caxias do Sul Mansueto Serafini ..
Quando passei na  Praça para  ver  como as coisas iam , vi que estava esquisito .Havia pessoas estranhas e violência  no ar.Como correra um boato  de que  algo iria acontecer ,voltei  rápido para casa. e  perdi a festa .A batalha campal que aconteceu em Caxias repercutiu no horário de propaganda política do PRN  .Caxias a Metrópole do Trabalho, a Rainha do deixa disso foi envolvidada no  tumulto.Esse  começou às 21 horas. Segundo alguns incitado por simpatizantes de Lula e de Leonel Brizola (PDT), candidato a presidente derrotado no primeiro turno.Segundo outros pelos falsos apoiadores da Lula a mando de Collor. Vai saber!
             Como resultado foram  destruídos: o correto,os holofote e  o sistema de som.A Brigada foi envolvida e o  resultado onze feridos,é claro,do povo . Muitos veículos de comunicação estavam na cidade para cobrir o comício e  aproveitaram na falta daquele para  noticiar o ocorrido
 Collor ficou no Aeroporto esperando  o desenrolar dos acontecimentos. Concedeu entrevista coletiva à imprensa acusando o PT como agitador,sem nada ter visto. A luta campal resultou em onze 11 feridos sem nenhuma  gravidade. A encenação ocorrida na Praça foi usada   no horário eleitoral de Collor, que continuou a acusar os partidários de Lula.
Lula, por outro lado colocou no ar imagens do segurança de Collor com o revólver em punho atacando a população.  O incidente repercutiu no Brasil e os caxienses apresentados como desordeiros. Outros incidentes  ocorreram em outras cidades, delas não sei se  foram ou não orquestrados pela tropa de choque do Caçador de Marajás Em Caxias garanto que não foi a população que impediu o comício. A turma da Praça adorava Os Serranos e não faria nada para perder o show.  
Para Lula o incidente de 30 de novembro rendeu 121.043 votos, o triplo do conseguido por  Collor, Nem a melhor campanha do mundo teria dado tal resultado
 De todos os entrevistados pelo O Caxiense ,vinte anos depois, presentes naquela noite (,entre os quais estive por algum tempo) ,apenas o ex-prefeito Mansueto acredita até hoje que não foi um  tumulto arranjado. Incrível, pois, ele conhece como poucos a política caxiense


O Pionerio registra o incidente,1989
 ..

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