SINDICATOS DE PATRÕES E OPERÁRIOS
A
organização dos sindicatos patronais e operários em Caxias do Sul apresenta grande semelhança entre si. Surgem
de união inicial da classe empresarial e da operária na defesa de sues
interesse classistas.
A
união dos empresários se dá na Associação Comercial que vai servir de mediadora
entre a organização e os problemas comunitários políticos. Só a partir da
Revolução de 30 ocorre um envolvimento com a classe operária. Os problemas são
resolvidos através do apoio da política, com a qual a classe envolveu-se
diretamente no início da formação da Associação Comercial. A organização dos
sindicatos patronais se dá tardiamente, sua organização não esvazia o caráter de mediadora que a
Associação Comercial e depois do Centro
de Indústria Fabril sempre tiveram. A Assessoria Jurídica partiu sempre da
organização maior, os sindicatos patronais limitaram-se a uma posição
dependente em relação à organização daquelas a que estiveram vinculados.
O
serviço assistencial dado pela CIC, e antes dela pela Associação Comercial e
pela CIF, aos empresários se vincula aos interesses econômicos do grupo, sendo
que se resume a uma orientação geral para a ação do empresário em relação a
Política econômica nacional. A Assistência Jurídica é dada tanto aos sindicatos
patronais quanto para as empresas associada a CIC. Não há uma assistência
específica para aqueles.
Tendo
sido criados os organismos de união patronal, antes da organização sindical,
possibilitaram uma ação livre a autônoma dos empresários, sem os freios que
caracterizam a legislação sindical. O atraso, em relação a legislação com que
foram organizados os sindicatos demonstra esta liberdade de ação que os
empresários usufruíram mesmo durante o Estado Novo.
Os
contatos com as autoridades constituídas sempre foram realizados através do
sindicatos patronais. Estes contatos sempre tiveram objetivos de conseguir
melhores condições para as empresas, tanto em relação a empréstimos com em
relação a isenções ficais. Os contratos para prevenção de situações futuras,
não constituem a tônica da ação da organização patronal.
Não
se observa entre os sindicatos patronais a severa hierarquia que ocorre entre
os sindicatos operários. Sua localização espacial dentro da sede da CIC revela
a posição pouco expressiva, porém todos ocupam o mesmo espaço, não havendo
espaços maiores ou menores de acordo com o número maior ou menor de associados.
Para atender a todos sindicatos patronais há apenas três funcionários excluída
assistência jurídica que é comum aos outros departamentos da CIC.
Os
sindicatos operários foram constituídas após a criação da União Operária. A
União foi a matriz geradora dos sindicatos dos trabalhadores nas indústrias.
Com o advento das medidas repressoras dos Estado Novo, a União foi dissolvida
de direito. Mas permaneceu como um fato, visto que a administração geral da
sede e as Caixas de Pecúlio estavam
ainda ligadas a “extinta” entidade. A organização dos sindicatos operários não
esvaziaram a União, que aparece com outras denominações, mas permaneceu como
ponto de ligação entre estes mesmos sindicatos. A força que a União sindical
propiciou aos operários, dada a ligação direta entre seus líderes, nunca foi
utilizada devidamente. Os operários parecem desconhecer o que representa sua união real, já que
legalmente estes laços são apenas assistências e administrativos.
Patrões
e operários possuem organizações especulares, a Comunidade Assitencial e A
Câmara de Industria e Comércio tem idênticas finalidades assistências, apenas
em setores diversos, a primeira oferece assistência médica, odontologia e
jurídica e segunda apresenta uma assistência jurídica e fiscal.
A
organização dos patrões, sob o ponto de vista sindical, foi instituída quando a
força da união dos operários passa a se fazer sentir diretamente no período da
redemocratização. Os sindicatos patronais foram criados em reação a organização
dos operários, não antes, pois a Associação e a CIF os representavam de forma
conveniente.
Os
sindicatos operários tem apresentado uma relação com o poder bastante
semelhante ao dos sindicatos patronais. A atitude subserviência e bajulação
para os órgãos importantes para o setor constituem um ponto comum entre a
organização patronal e operária. A imprevidência na tomada de medidas
preventivas para a melhoria das associações da classe é outro ponto comum entre
as duas organizações.
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