Na historiografia gaúcha sobre imigração e colonização há uma
lacuna sobre as relações entre alemães e italianos na região
das antigas colônias do Nordeste
gaúcho, povoadas por imigrantes europeus
,em sua maioria provenientes do norte Itália. Além dos tropeiros lusos os
imigrantes italianos tomaram contato com
os alemães, não só os do vale do Cai, também com aqueles da encosta da serra.
As relações entre os alemães que viviam no vale do rio Cai e os imigrantes
italianos, dá-se inicialmente através dos comerciantes alemães da encosta da
Serra ,e ,mais tarde , dos jesuitas da
freguesia de São José do Hortêncio que acompanharam os colonos nos primeiros
tempos da imigração,nas colônias viviam
lado a lado colonos tirolezes alemães e italianos do Vêneto. Relações
sociais são estabelecidas entre os dois grupos, através das trocas comerciais,
das compras e familiares.
O objetivo desta comunicação é o de delinear o
quadro das relações entre italianos e alemães no processo de ocupação das
colonias da citada região, utilizando fontes
primárias e documentais das antigas colônias e das intendências e
relatos de viajantes e de cônsules italianos.
ALEMÃES
E IMIGRANTES
Após 1872 os colonos alemães
passam a ocupar o vale dos arroio do Ouro e do Forromeco mas terras que depois seriam destinadas pelo
governo imperial à colonia Caxias.
IMIGRANTES
E COMERCIANTES
No final do ano de 1975 chega ao vale do Cai, a das maior leva de imigrantes italianos ,nesta ocasião a quando a Primeira e a Segunda léguas estavam sendo medidas e abertas as primeiras picadas.Sendo informados da demora na demarcação dos lotes os imigrantes são obrigados a permanecer na região .Segundo Chiarello
Enquanto
não fossem medidas as novas colônias( lotes),ficaram aquelas quese 600 pessoas,ficaram acampadas ao relento,na
base do Morro Cristal,então chamado Morro da Torre em Nova Palmira.Ali
permaneceram 6 meses,abastecendo-se na casa do colono alemão Germano Noll ( P.
23)
A lembrança do
fato continuou mais de cem anos depois. Pedro Carlos
Wilibaldo Feter , neto de Germano Noll
,que tinha uma casa comercial e um moinho à água. comerciante lembrava-se do
lugar onde haviam permanecido os colonos, também os colonos não esqueceram o
fato,que reapareceu em muitas das entrevistas realizadas por pesquisadores em
Nova Milano.
CHIARELLO, Natal. Breve História de
Minha Terra.,Caxias do Sul, Pró Reitoria de Pós Graduação e Pesquisa.UCS,
1985p.23
O fato pode parecer sem
relevância,mas alimentar tantas pessoas, ainda que estas possuissem os vales do
governo,não parece pouco.Crianças com menos de 12 e maiores de 65 anos não recebiam vales para alimentação. ,neme
existiam vales para a saúse e muito menos médicos. Tais fatos exigiam tanto a
solidariedade quanto o auxílio dos pouco as habitantes dr Nova Palmira que se
reduziam apouco mias de vinte famílias.
As relações
entre italinos e alemães parecem ter continuado boas após o assentamentodos
italianos nos seus lotes,já que não
existem registros na documentação oficial de incidentes entre os dois grupos de
colonos.
Comerciantes
alemães dirigiram-se para Nova Vicenza(hoje Farroupilha)quando em 1906 começam
as atividades do assentamento de trilhos da estrada de ferro. Com a chegada do
trem a partir de 1910,mais comerciantes alemães chegam a Nova Vicenza.Carlos
Fetter Valdemar Behlong,Gabriel Ruschel ,Frederico Fuhr e Emílio Weissheimer
são alguns deles.
Observa-se que ao contrário do que aconteceu na Vila de
Caxias ,não há negociantes de origem
lusa.são apenas comerciantes italianos que se estabelecem na praça,Há também
outra diferença que é a presença dos colonos alemães vindos da Forqueta
Baixa e do Alto Feliz que se instalama
no núcleo de Nova Vicenzasão Os Fetter,os Fuhr,os Ruschel que instalam,muito
antes do que em Caxias uma comunidade luterana (Comerciants p 11)
GIRON, Loraine Slomp.Comércio e Comerciantes fde Farroupilha .Cadernos
de pesquisa, Pró Reitoria de Pós Graduação e Pesquisa.UCS, VolumeII, nª 1 p.23
Não se tratavam de
relações transitórias. O grupo de alemães luteranos fixaram-se na comunidade
,sendo construída um dos primeiros templos
lutera nos da região. Houve
inclusive casamentos inter étnicos e o
que é mais significativo entre católicos e protestantes.
ITALIANOS
E VIAJANTES ALEMÃES
Outro tipo de relação estabeleceu-se entre os comerciantes
italianos e as casa importadoras alemãs,situadas em Porto Alegre, a mais
importante das qauis era a Bromberg & Cia Ltda. A Bromberg foi lembrada por
vários depoentes entrevisatdos pela
autora na pesquisa sobre mulheres proprietárias. Mulheres. Várias delas
receberam máquinas alemãs Pfaff, importadas pela Bomberg como dote . Através do
aprendiz\ado do “corte e costura”
algumas se tornaram profissionais
aumentando desta forma a renda familiar,
O
trabalho dos caixeiros viajantes alemães
era extraordinário. Em viagem ao
Sul ,em 1906, Vittorio Bucelli ,encontra-se com alguns deles e não se
cansa em elogiar seu modo de agir na
zona da colônia italiana. A caminho de Alfredo Chaves encontra o primeiro
viajante, que segundo ele alemão que já havia tomado “!asa atitudes e os
costumes e as tendências dos gaúchos “ e como eles usava o laço ”instrumento indispensável para aqueles que
se ocupam da vida do campo,.”
Com três viajantes comerciais alemães viaja durante dias acompanhando o modo como
eles tratam os seus fregueses”eles tratavam a todos como parentes ou amigos
delonga data”,tal forma de negociar deixou Buccelli maravilhado,pois
Em cada de comércio a nossa chegada se
transformava logo em uma festa;era comum que se trata-se de
negócios vendas, as compras e as
liquidações velhas e novas por uma meia
hora,,o resto do dia era um banquete continuo,uma verdadeira festa de família.
Buccelli p.252
percebendo
que pouco apouco a Alemanha conquistava de foram pacifica o comércio da América
Nenhum comentário:
Postar um comentário