sexta-feira, 3 de outubro de 2014

HISTÓRIAS DE FAMÍLIA IDENTIDADE E CULTURA REGIONAL

 


Chiera grapovertá
Nostri padri la abiam lasciá


 FAMÍLIAS &  HISTÓRIA


            Histórias de família  são pequenas ( ou grandes) obras,  que relatam  sagas familiares,.História comuns de pessoas que deixaram sua pátria, em geral premidas, pela pobreza.  As  histórias de família, contam a  trajetória  de imigrantes  italianos, a  sua vida a de seus filhos e netos e estabelecem   a  árvore genealógica  do grupo familiar . As histórias de família escritas entre 1975 e 2002,  nos municípios formados a partir da fragmentação administrativa das antigas colônias :Caxias, Dona Isabel ,Conde D’ Eu ,  Alfredo Chaves e Antônio Prado ,ou seja da   antiga Região  Colonial Italiana do Rio Grande do Sul(RCI) .  Observa-se que a data da publicação das obras, nem sempre  corresponde é a  sua  produção, que pode ser mais antiga, o que amplia   o seu recorte temporal da primeira  metade  até o  inicio do século XXI.
As histórias de família são fontes para o conhecimento dos mitos, crenças e da ideologia do grupo dos descendentes de colonos italianos, através das quais é possível acompanhar a criação da sua identidade. Segundo o levantamento realizado o mais antigo livro de família parece ser História da Família Bordignon (BORDIGNON,1975). Mas há uma obra anterior datada de 1943 que foi encomendada por Abramo Eberle , conta  a historia familiar centrada na figura do homenageado ,então maior industrial da cidade.



RELAÇÃO DAS  HISTÓRIAS DE FAMÍLIA ANALISADAS


 Autor

Obras
Local
data
1. Álvaro Franco

Abramo já tocou
Porto Alegre
1943
2.  Pio Vitório Galleazzi
Galleazza: emigrante italiano conta sua história
Porto Alegre
1975
 3. Pe. Félix Buzzata e outro
Um pioneiro em novas colônias italianas. Imigrante Mateus Dal Pozzo
Porto Alegre
 1976
4. Padre Félix Fortunato Busatta
Arvore transplantada da Itália para o Brasil
 Porto Alegre
1978
EST
5. Pe. João Leonir Dall’Alba
Os Dall’Alba-Cem anos de Brasil
Porto Alegre
1984

.6.Luciano Bresolin

Imigração Italiana: os Bresolin
Caxias do Sul
1984
7. Alice Gasperin
Vão simbora- Relatos de imigrantes italianos da colônia Princesa Dona Isabel, RS.
Porto Alegre
1984
.oito.Alvise Antonio Mezzomo
Centenário de imigração da família Mezzomo
Porto Alegre
  1986
.9.Nelly Veronese Mascia
De um imigrante nasce um químico
Caxias do Sul
1987
Da Autora
.11.Ângelo Ricardo Costa Milan
Homens e Mitos na História do Caxias
Porto Alegre

1989
12 Geraldo Farina
Reencontro
Bento Gonçalves
1989
 13.Oscar José Carlesso
 A sonhada América:Os Carlesso em Santa Maria 1878-1988
 Porto Alegre
1989
Posenato Arte  cultura 
.14. Paulina Soldatelli Moretto
A caminhada dos Soldatelli

Caxias do Sul
1991
15.Remi Antônio Baldasso
História da família de Pedro Baldasso
Carlos Barbosa
1992
 Autor
 16.Ivo Martinazzo
Colônia Santa Maria da Soledade; A Família Martinazzo
 Porto Alegre
1992
EST
17.Aureo Bertelli
O Livro dos meus
Família Bertelli
São Marcos
1994
 18.Armando Luiz Bortolini
Bortolini :Canello, Grécia, Marsura
Porto Alegre
1995
Evangraf
. 19. Francisco Gialdi  e outro
Memorial da Família Gialdi
Porto Alegre
1995
EST
.20.José A.Ribeiro  Bon Giovanni
Bongiovanni-Tremea;Raízes resgatadas
Caxias do Sul
1996
 21.João Leonir B. Dal ‘Alba e outros
Pioneri in Brasile  Ballardin – Fameia emblemática
Porto Alegre
1997
EST
.22.Dario Perondi e outros
 Família Perondi 120 anos no Brasil
Caxias do Sul
1998
Maneco
.23.Monsenhor Antônio  D. Lorenzatto
A família Lorenzatto-Cassela No Brasil
 Porto Alegre
1998
Santa Maria Artes Gráficas
24. Pedro Locatelli
Família Locatelli
Porto Alegre
1998
EST
25.Maria de Fátima D. S. .Zardo
Do outro lado do Rio
Família Dall’Onder
Memórias
Bento Gonçalves
1999
26. Geraldo Mainardi
Os Mainardi no RGS

Porto Alegre
1999
27.Ely José Chiaradia Andreazza
Breve História e genealogia da família de Antônio Chiaradia
Caxias do Sul
2000
 Autor
28.Nair Bavaresco
Zenaide B. Zanini
A família Bavaresco na travessia do tempo
Porto Alegre
2000
EST
29.Lino Bortolini

Fatos e Retratos : Dados históricos ,memórias e a descendência do casal Antônio Bortolini e Emília Bertoldi
Curitiba
2000
 Champagnat
.30.José Victorio Piccoli

Piccoli
Caxias do Sul
 2001
31.Floriano Molon
Molon História de uma família
Porto Alegre
  2001
 32.Ambrósio Giacomini
Família Giacomini; História e genealogia
Porto Alegre
2001
EST
33.Celso Agostini
Beatriz L. Bortolini
Doces Lembranças
Garibaldi,
 2002
. 34.Adriane Tomasin De Toni
 Família De Toni Uma civilização no novo Continente
Porto Alegre
2002
EST
35 Frei  Gentil Costella
Costella- Matiello: Uma presença ítalo brasileira
Porto Alegre
1980
EST
 36.Flávio Bolzan
Bolzan
Porto Alegre
2002
EST

 

.
IDENTIDADE & CONTROVÉRCIAS
É por meio da diferenciação social 
que essas classificações da diferença
são vividas nas relações sociais. Woodword

Há palavras cujo sentido está sendo reinventado continuamente,  há palavras polissêmicas e com tantos significados e tão diferentes uns dos outros que apontam para  uma impossibilidade de  consenso na sua conceituação  .A palavra identidade parece uma delas, e o que é mais interessante ,ela também  sofre um problema de crise  de identidade.
             No decorrer do tempo o sentido de identidade passou por várias mudanças   desde Aristóteles até os dias de hoje. De  forma geral  foi usada como contraposição à  diferença;.
Identidade vem do latim idem que significa igual , na lógica formal é representada por A = A , portanto nada de muito profundo. A questão se complica quando se diz Eu = Eu, já que então ocorre a duplicação de um único ser,ou seja do  eu.
Santo Tomás de Aquino,seguindo o Filósofo, atribui a identidade  o  mesmo sentido que unidade.  A unidade apresenta para ele  vários sentidos:  formal ( de gênero) ,o da simplicidade (quando há  um só   ser ) e o universal ( proveniente da razão,)  Foi usada na escolástica para distinguir o igual do diferente.(AQUINO  1981 p  114)
 Tal entendimento que acompanhou a escolástica até os tempos modernos, foi reformulado por Hegel, tornando-a parte fundamental da doutrina da Essência,   que indica identidade numérica, (como 2=1+1 ), mas  nas hábeis mãos de Hegel pode ganhar condições qualitativas,  ou seja  como  igual identidade está  em outro ser.  Por exemplo   semente = árvore, onde na primeira estão implícitas as  qualidades da segunda. (INWOOD 1997 p 73 ).

Ele interpreta a asserção de que uma coisa é abstratamente auto - idêntica no sentido de que é totalmente contida em si  e não envolve qualquer diferenciação em seu interior mas uma coisa desse tipo é vazia e indeterminada e só na medida em que se relaciona ativamente com o outras coisas e se diferencia destas, e no processo de diferenciar-se de si mesma, que uma entidade adquire uma natureza determinada. O seu modelo de o Eu = Eu =Eu como tal é vazio só adquire conteúdo ao voltar a si do outro.


.Desta forma, a identidade só pode existir  se houver  a diferença, já que só diferenciando-se uma das outras,    ganha  sentido de igual por meio da comparação.Assim  distinguindo-se  de outros que possuem outras características, e, portanto, outra identidade. A identidade só existe em função da diferença.
A identidade torna-se fundamental para classificação, das espécies de seres vivos ou não, nas ciências naturais. É  difícil  imaginar uma ciência, como a botânica por exemplo, que não estabeleça  critérios  de semelhança  tanto de gênero, como de espécie em suas classificações .Tais critérios traçam a identidade de determinadas plantas .
.As classificações que parecem ser atos simples de taxinomia, apresentam algumas dificuldades. Segundo Hegel,  apresentam  um duplo problema:  são   estabelecidas  a priori, e nela se procura  encaixar a realidade , ou são estabelecidas a  partir da realidade através da qual se cria a classificação. No primeiro  caso  os critérios são estabelecidos  antes de ser  verificada a realidade,  no segundo se corre o risco da criar uma classificação marcada pela particularidade. Pela dialética deveria haver um duplo movimento: que partindo da realidade traçasse os critérios, e depois voltando a ela com critérios já  verificados, fizesse uma nova leitura do real. Desta forma o movimento permitiria uma classificação sempre adequada a  realidade à qual de destina.
No século XIX após a revolução que causou entre os cientistas  a publicação, em 1851, da Origem das Espécies, de Charles Darwin,  uma nova   classificação deveria ser buscada ,até mesmo para os homens  antes considerados “como imagem e semelhança de Deus”. Foi então iniciada a busca para encontrar a semelhança do homem com outras espécies, estabelecendo sua família, e a  procura sempre adiada  ao    elo perdido, ligando homem e primatas. Estava posta em causa a identidade através da diferença
A busca de uma classificação para as diferentes espécies de homens deu origem a teorias racistas. Os critérios de classificação traçados a priori - não podiam ser testados, - partiam do pressuposto que havia desigualdades entre os homens. As desigualdades e diferenças  foram traçadas pelas diferenças externas  existentes  entre os homens:  como :a  cor da pele, dos olhos, tipo do cabelo , e ainda  qualidades morais e éticas, ou o  domínio ou  não de  tecnologias .
Assim a crença na existência da diferença entre os grupos de homens levou a crença na existência de  uma  raça superior ,  baseada não só nos atributos físicos, como  também  nos  culturais.  Foi o critério de diferença  racial e  na crença na superioridade europeia, física e  cultural, que  justificou a  dominação ocidental  sobre as culturas consideradas  inferiores, eram os critérios europeus  que  mediam as diferenças culturais. Entre os europeus e os nativos do Velho e do Novo Mundo.   
O dominador era quem observava, julgava ,media e classificava como inferior o dominado. Os europeus donos da razão, diante irracionalidade dos nativos  podiam submetê-los ,baseados nas diferenças.  Tais diferenças foram as bases do  colonialismo europeu,  e do genocídio dos povos  ditos “selvagens “.
Hitler no século XX, levou as últimas consequências a doutrina da  superioridade racial ariana. Sua posição não era isolada, pois se baseava nas  teorias “científicas” aceitas  pela comunidade cientifica  da época. Pois ” é nos arianos –raça que é  e  foi o expoente da Humanidade –que se verifica isto com maior clareza.”, porque   dominavam as artes e  as grandes invenções, enquanto nada disto possuíam as raças inferiores , como latinos, judeus e ciganos. Da mesma maneira que.foi a crença no superioridade   racial  que  justificou a guerra dos superiores e o genocídio  dos inferiores (HITLER 1941 p 251). Como nos séculos  XV e XVI havia sido  justificado o colonialismo.
Os desmandos e a barbárie propiciados   na  crença  da superioridade racial, terminada a Segunda Guerra parecia que já  não podiam subsistir. Novos critérios de diferença - nem tão novos assim- foram estabelecidos pela Antropologia  baseados não mais diferenças físicas mas nas  diferenças culturais.
. No mundo atual (pós-moderno para alguns) muitos foram os possíveis caminhos para determinar o futuro das diferenças de identidade e outros tantos para entender a “identidade” Neste inicio de milênio, aparentemente, o  domínio da raça ou da cultura superior foi retirado da cena.A identidade dos diferentes grupos étnicos ( modo  pós- moderno para raça) passou a  ser a garantia de cultura semelhantes. Tal identidade mantêm pelo menos uma  grande  diferença, já que  diferentes são  as estruturas do “pensamento selvagem” e a do pensamento “racional” e científico dos brancos.
.Os novos critérios  são estabelecidos para determinar a  identidade como: a língua, o  imaginário coletivo, as representações e os mitos fundadores. Tais linhagens  teóricas que problematizam o conceito de identidade podem ser assim sintetizadas :
Os teóricos do “hibridismo” (BHABHA1994), do “transnacionalismo, ”(GILROY,1992), das fronteiras evanescentes (ANZALDÚA,1987), da “subalternidade” (SPIVAK 1996), da “subversão e transgressão” (GROSSBERG,1996), das zonas de contato e rotas (CLIFFORD,1997) –enfim todos aqueles que problematizam  o conceito de identidade..” (RAJAGOPALAN   2002 P. 77)




            Essas  explicações  que procuram escapar do relativismo e, muitas vezes,  acabam caindo em um  “essencialismo estratégico” (.)  pois  “atendem a metas ideológico políticas interessantes e, portanto devem ser cultivadas”.(IDEM).
A aparente diversidade de critérios e de sentidos  atribuídos à  identidade  podem ser reduzidas a duas grandes  facções: a dos defensores da pragmática e  os do ético-política, ambas  descartam os antigos critérios  de identidade baseados na  raça ou na  cultura.Nem acreditam que a identidade seja  um  fato natural. Mas apenas um constructo ,
Porque as identidades são construídas dentro e não fora do discurso que nós precisamos compreendê-las como  produzidas em locais históricos e institucionais específicos ,no interior de formações e práticas discursivas específicas de poder e são, assim mais o produto demarcação da diferença e da exclusão do que o signo de uma unidade idêntica, naturalmente constituída, de má “identidade” em seu significado tradicional- isto é, uma mesmidade que tudo inclui, uma identidade sem costuras, inteiriça, sem diferenciação interna.(SILVA ,: Vozes , 2000. p.81 )


Ao reconhecer que a identidade é construída dentro do discurso em determinados tempo e lugar e tem sentido de afirmação de um determinado grupo, que busca o poder e a inclusão. ovos são os critérios de demarcação, especialmente em tempos de globalização, já que segundo  Woodword :

   A globalização, entretanto, produz diferentes resultados em termos de identidade. A homogeneidade cultural promovida pelo mercado global pode levar ao distanciamento da identidade relativamente à comunidade e a cultura local, de forma alternativa, pode levar a uma resistência que pode fortalecer e reformar algumas identidades. (WOODWORD 2000 p.21)


Tais modificações estão em curso, sendo difícil prognosticar  seu  futuro, em relação à manutenção ou extinção das identidades regionais. De qualquer forma  os conceitos certamente estão mudando, e na atualidade, até os seguidores da pragmática tem dificuldade em remeter a  semelhança e a diferença  apenas a processos discursivos e linguísticos, passando a adotar o conceito  de “performatividade” de Austin que remete à concepção da identidade como  movimento e transformação. (SILVA, 2000 P.73)
         Já o grupo  ético – político  define a identidade como uma construção, não só teórica como também real. .Afirmando que: “as identidade são fabricações, formas que a vontade política é capaz de criar: o que importa é examinar a serviço de que elas se forjam”
 A afirmação da identidade e a enunciação da diferença traduzem o desejo dos diferentes grupos sociais ,assimetricamente situados, de garantir o acesso privilegiado aos bens sociais. A identidade  e a diferença  estão ,pois, em estreita conexão com as relações de poder. O poder de definir a identidade e de marcar a diferença não pode ser separado das relações mais amplas de poder. A identidade e a diferença não são, nunca inocentes. (GONDAR  2002 p.115) .


Podemos dizer que onde existe a diferenciação- ou seja, identidade e a diferença- aí estão presentes o poder. Há ,entretanto, uma série de outros processos que traduzem essa diferenciação ou   que com ela guardam estreita relação. São outras tantas marcas da presença do poder :encrue(“estes pertencem, aqueles não) ;demarcar fronteiras (“nós” e “eles”), classificar (bons e maus puros e impuros; desenvolvidos e primitivos;   “racionais e irracionais”) SILVA ,Tomaz Tadeu da. A produção social da identidade e da diferença.( SILVA.,, 2000. p.81 )


                                                           Assim como a identidade depende da diferença, a diferença depende da identidade, Identidade e diferença são, pois, inseparáveis.
“Em geral consideramos a diferença como um produto derivado da identidade. Nesta perspectiva, a identidade é a referência, é o ponto original relativamente   ao qual de define  a diferença. Isso reflete a tendência a tomar aquilo que somos como sendo a norma pela qual descrevemos ou avaliamos  aquilo que não somos .Por sua vez, na perspectiva  que venho tentando desenvolver, identidade e diferença são mutuamente determinadas.(Idem)

         . Ao que tudo indica a construção da identidade na região colonial  é similar a que levou a  construção da identidade do gaúcho. Assim, se parte  da hipótese que a construção da identidade do colono e a do gaúcho  tem a mesma origem e função.

Em síntese pode-se afirmar que

 

Precisamos vincular as discussões sobre identidade a todos aqueles processos e práticas que tem perturbado o caráter relativamente” estabelecido “de muitas populações e culturas: os processos de globalização, os quais, eu argumentaria, coincidem com modernidade (Hall, 1996) e os processos  de migração forçada (ou” livre “) que tem se tornado  um fenômeno global do assim chamado mundo  pós-colonial.  As identidades parecem invocar uma origem que residiria em um passado histórico com o qual elas continuariam  a manter uma certa correspondência. Elas   têm a  ver, entretanto, com a utilização dos recursos da história, da linguagem e da cultura para a produção não daquilo que somos, mas daquilo  no qual nos tornamos.(HALL,2000,109)

 



       As raízes surgem da narrativa, mas, a natureza necessariamente  ficcional  deste processo não diminui, de forma alguma, sua eficácia, material ou política, mesmo que a sensação  de pertencimento, ou seja, a  sutura à história” por meio da qual as identidades surgem, esteja, em parte, no imaginário( e no simbólico) e, portanto, sempre, em parte, construída na fantasia ou, pelo menos, no interior de um campo fantasmático.··.






FAMILIAS & CULTO

Familie  origina-se  do  latim famíli
a -no século XVI- A palavra deriva de famulus (servo ,criado), significou originalmente   “domésticos “,mas acabou por referir-se a todas as pessoas de uma casa, tanto os familiares e dependentes quanto os escravos sob a tutela do pater familias.”( SILVA  , 2000. p.76)
Nos tempos modernos e atuais passou a significar a comunidade de pais e filhos, ou   grupo de parentesco relacionado pelo sangue. As famílias nasceram ao que tudo indica ,amarradas ao culto dos morto s

   Estas são  crenças antigas e parecem-nos muito falsas e ridículas. Exerceram, contudo ,o seu império, durante grande número de  gerações, sobre o homem. Governaram as almas; (...)que regeram a sociedade e que  a maior parte das instituições domésticas e sociais dos antigos tiveram esta origem.( COULANGES, , 1929.p.25.)


       Tal era a importância dos mortos entre os antigos, que além de cultuados eram nomeados como “bons santos e bem aventurados “e de um certo modo  “no seu pensamento cada morto era um deus. “(COULANGES, 1929.p.25).E como tal recebiam  cultos e para eles estava acesso o fogo sagrado , conservado sempre acesso sobre o altar, no qual eram oferecidos  repastos ao qual os antepassados mortos  como deuses o presidiam , e ainda e entre os romanos no dia 1° de março .De cada  ano era apagado e reacendido o fogo sagrado. O fogo representava os deuses lares, os manes ,os  vates e os penates.
       O culto dos antepassados terminava se uma família que  não tivesse   filhos. Os filhos eram assim a garantia da manutenção do culto aos antepassados .Não havendo filhos poderia ser mantido o culto através de filhos adotivos ,que adotavam o culto dos antepassados de sua nova família, renegando os da antiga.  Tais cultos não tinham   relação com o culto dos santos pelo cristão, pois “cria-se que o morto não aceitava a oferenda a anão ser da mão dos seus; apenas queria o culto dos descendentes.” (COULANGES1929.p.47)  A presença de estranhos era proibida no culto ,não podendo o estrangeiro nem se aproximar de um túmulo.
       O culto dos mortos era o culto dos antepassados. , designado entre os  gregos como  parentare .Em tempos antigos os parentes deveriam ser enterrados num mesmo sepulcro e em tempo mais remotos eram enterrados na própria casa (Idem).O o culto dos mortos era realizado pelos de  dentro da família e os dos santos pelos  estranhos a ela, dificilmente ambos se encontravam.
       Não é apenas de culto que vivia e vivem as famílias antigas e atuais,antes demais nada na Antiguidade clássica, - tanto entre   os gregos como entre os  romanos _ a família constituía uma  unidade de produção. Não eram nas empresas, mas, na propriedade familiar que eram produzidos tanto produtos agrícolas como os artesanatos. .
       . O antepassado comum parece marcar os homens, não apenas em relação à carga genética, representada então por unir os portadores do  mesmo sangue., Mas ainda em relação a uma cultura comum , cujas raízes estão cravadas no antepassado .
O genes foi importante durante a fase primitiva do culto familiar, quando surge à família monogâmica cai o poder dos genes  e do culto  comum e em seu lugar nasce o cidadão, ligado a  família como instituição, e o direito cedido ao estado.Com a família monogâmica os antigos  deuses lares ligados ao o culto dos mortos, também  morreram ,pois, quando morria o culto morria  também a memória sobre o culto e sobre os antepassados.(Engels ,s/d,83)
Desta forma  a genealogia do genes que remontava ao mais remoto passado ,foi substituído pela genealogia familiar que  junto” a família monogâmica perece-nos insignificantes.(idem) Tais mudanças marcam  a passagem entre a família natural e a legal ,  para  Hegel, no século XIX   nos tempos românticos , a família apresenta  dois tipos:
1- a  família natural cuja  lei não escrita dos deuses inferiores, a qual  “não é de ontem ou de hoje, mas, eterna embora ninguém saiba de onde veio, nada mais do que a lei natural lei sagrada que une vivos e mortos, pelos laços impalpáveis do sangue. A preservação desta lei cabe a mulher, cujo domínio é a família, onde estão os laços familiares e culturais:
2- a família legal, que depende da lei do estado, sancionada pelos deuses olímpicos. O cumprimento desta lei cabe ao homem, neste caso os governantes.
       Nenhuma dos dois tipos  são superiores uma ao  outro, razão pela qual ,muitas vezes, há conflito entre uma e outra, entre os conflitos de ordem natural e os de ordem institucional e jurídica. Hegel apresenta como  exemplo a tragédia de Antígona de Sófocles , na qual a heroína enterra  seu   irmão apesar da lei, que Creonte exige que seja cumprida.( Hegel ,1997,154)
       A  família legal  não é superior a  natural, mas é na primeira que reside  à base do estado ,preparando os homens  para serem  membros de uma  pequena organização, prontos para seguiram as determinações do Estado como seus membros.  Constitui assim a fase imediata da eticidade e uma das raízes do Estado .(HEGEL ,1997,154)


FAMÍLIAS & FESTAS

Setant' oto giorni di viagio
Di Belluno a San Martin
Lungo viagio riva la fim
E la terra abiam conquistá

A família era e  é muito importante  para os colonos europeus que ocuparam os lotes das colônias da região nordeste do Rio Grande do Sul, pois dela dependia a produção da terra , que com seu trabalho garantia a manutenção de seu valor maior: a propriedade da terra O vínculo entre a festa e a família ,ao menos na região em estudo, são recentes. Já as festas familiares são antigas, perdem-se nos idos do tempo, marcam os momentos de mudança. Como observa Ribeiro
As festividades tem sempre uma relação marcada com o tempo, como foi sublinhado por Batkhtin, porque, dentre outras razões, nas suas diferentes fases históricas ligaram-se a períodos de crise, de mudanças.Na vida da natureza, do homem  e da sociedade. Os ciclos da natureza, a morte e o renascimento, “(...) a alternância e a renovação constituíram sempre os aspectos marcantes da festa que criaram o clima típico da festa”(RIBEIRO,2002,43)

As festa s de casamento,batizado, crisma e  do padroeiro reuniram famílias para comemorar a passagem de datas comemorativas ou  os ritos de passagem. Até mesmo o velórios constituíam, antes do advento das capelas funerárias, motivos para reunir familiares e amigos na casa do falecido.
Outra particularidade da festa é que ela é sempre um ato coletivo, um ato social(...) Fazer festa supõe partilhamento e participação. é um acontecimento que necessita da presença dos outros para que  produza seu efeito de alegria  e prazer comum.  A experiência da festa implica, portanto, relacionamento com os outros, mediatiazado por atividades agradáveis( ou não atividades) que como regra ,estão ausentes desse outro estado que rege e disciplina as relações de trabalho e no cotidiano(RIBEIRO,2002,43)

As festas por outro lado devem ser pensadas como um  ritual , como um procedimento protocolar que segue determinada
O processo ritual pode ser utilizado naquelas situações em que uma dada coletividade necessite operar um ajustamento da percepção do outro em relação a si própria. Para tal, põe em cena uma  realidade sociocultural para que passe a ser percebido e considerada pelos que estão de fora dessa realidade. Nesse caso, o processo ritual pode auxiliar o grupo que almeja ser reconhecido e prestigiado a encontrar, na ritualidade, uma via eficaz para a auto-representação.
Exemplo de uso dessa estratégia de expressar e divulgar anseios de auto-representações por meio de ações ritualizadas como representações simbólica da própria identidade foi dado pelos habitantes de Caxias do Sul ,no Rio Grande do Sul,
ao inventarem a Festa da Uva, no ano de 1931” (RIBEIRO,2002,53)

A festa da família é uma celebração (repetir) ou uma comemoração (lembrar juntos)  e constitui  uma comemoração  ,já que lembra os antepassados em conjunto e  não repete , mas cria uma ritualista própria.
A partir da década de setenta  do século passado,  as famílias  começaram a se realizar festas de confraternização familiares, reunindo quatro ou cinco gerações, que possuem antepassados .comuns,  no caso: os   antigos imigrantes. .Tais festas se realizam  em vários municípios ,sendo comuns a toda região. Mesmo realizadas distantes umas das outras tem os mesmos objetivos e  o mesmo tipo de organização que parece ter sido padronizada. Desta forma quem participa de uma festa participa de todas e que m  conhece uma conhece  as outras.
        Um bom exemplo de organização é apresentada pela primeira ata da  Comissão organizadora  da festa da Família Bavaresco


Aos vinte e um dias o mês e março de mil e novecentos e  noventa e nove, a pedido do Frei Agemir Bavaresco reuniram-se José David Anzanello  e Ivete Bavaresco Anzanello , Noeli e Maria Salete  Vanin Bavaresco para iniciarem a organização do I Encontro Família Bavaresco.Inicialmente fizemos o levantamento dos imigrantes italianos tendo sido feita a seguinte relação na qual serão  acrescentados outros dos quais ainda não temos conhecimento: os irmãos Giuseppe, Ferdinando, Pascoal e Marieta Bavaresco conhecidos como os Giacometi) ;os irmãos Giacinto e Domenico  e a cunhada que parou em São Paulo (pois o marido faleceu na viagem de navio da Itália para o Brasil) conhecidos estes como Ganéo e Sebastiano Bavaresco( apelidados de Bastian)  e outra família ainda não identificada por nós ( os parisoti). Foram lançadas algumas idéias que ficaram para serem debatidas na próxima reunião ,marcada para o dia do dois de abril.com a presença do Frei Agemir Bavaresco...( BAVARESCO,ZANINI 2000.p.15)

 Para Bavaresco e Zanini(idem)os motivos  que os levaram  a realização das festas são os de  :
a)     preservar a memória histórica da família Bavaresco para garantir aos descendentes os valores de nossos antepassados:
b)     Integrar e unir a família Bavaresco par o mútuo conhecimento e amizade;
c)     Comemorar mais de um século da chegada da Família Bavaresco no Brasil;
Constituir a árvore genealógica da Família Bavaresco para a publicação de um livro.
 A festa organizada por um pequeno grupo de parentes,geralmente os que ficaram na região próxima da  terra na qual viveram seus antepassados. , que se encarrega do levantamento  dos membros da família. Os mais velhos de determinado grupo são consultados e através dele são localizados os seus parentes  mais próximos, e numa reação em cadeia tornam-se conhecidos os convivas, mesmo os mais distantes. O grupo organizador envia os convites, aluga o salão da comunidade, onde viveram os avós ou bisavós , e encomenda o cardápio . As despesas são calculadas  repartidas entre os participantes das festa.
A organização da festa dos Bavaresco é exemplar,  podendo  ser acompanhada  pela 8º ata que detalha as atividades realizadas :

(...) Às seis horas da manhã ,houve alvorada festiva com espocar de foguetes por uma equipe de Lajeadinho  coordenada por Martinho Feltraco. A partir das sete horas, começaram a chegar os descendentes da família... continuar. (BAVARESCO,2000,25)


As  festas tem uma organização comum, começam com uma missa  em homenagem aos mortos, e a chegada dos parentes. Grande alegria tem os organizadores que podem contar com  um padre  da família ou a ela ligado para a celebração religiosa. A  missa é seguida por  um  almoço colonial , como são denominados  As diferenças ficam apenas no nome das famílias , no  número maior ou menor de membros de cada uma delas e na  sua maior ou menor riqueza.
Também os cardápios são comuns, apresentando pequenas variações. Essenciais são: o sopa de agnolini , as carnes lessas, pão e saladas. A variação pode ser a substituição da massa pelo rissoto do galeto pelo porco assado, a salada de batatas pelas batatas doces carameladas.  Em todas as festas é cumprido o mesmo ritual, até na ordem em que são servidos os pratos, e as bebidas. Depois do almoço em geral  é o café depois do qual são  sorteados    alguns brindes, e finalmente  são  distribuídos( vendidos) os livros  com a  história da família. Ocorrem encontro de parentes que não viam há muito tempo  há  alegria  e tristezas pelos que já se foram. Há ainda   certo constrangimento daqueles parentes que são menos aquinhoados que os outros. .E assim  termina o encontro familiar, com promessas do vindouros, que podem ou não ocorrer.



FAMÍLIA & HISTÓRIA


Cento ani de vita e lavoro
Tutti uniti dobiam ricordar
L' onor della Famiglia MEZZOMO
Com alegria dobiam festigiar

Os livros de histórias de família –como as festas- tem  em geral  a mesma organização .A semelhança começa  no título ,que tem o nome familiar. A primeira parte é constituída pela origem e,alguns apresentam  explicam o significado do pretenso  brasão familiar. A seguir há uma longa ou curta da viagem e da chegada  dos imigrante desde a Itália até seu lote colonial ,seguir há  trajetória da família no Brasil. Por último é elaborada um árvore genealógica que raramente ultrapassa  a geração dos trisavôs.O Monsenhor Lorenzato revela  motivos que o levaram a escrever a história de sua família:


A 30-11-1972 ,na cidade de Guaraniaçu, PR, festejei meus 25 anos de ordenação sacerdotal. .No alegre convívio com os irmãos e parentes, recordávamos as  pessoas  e os acontecimentos de nossa família .No entanto percebeu-se que alguns dos participantes da confraternização, por terem se criado longe dos demais nada sabiam dos nossos antepassados .Eis porque o Pe. Luiz Lorenzato Serraglio deu a sugestão:” Seria bom escrever a história de nossa família  para que não se percam coisas tão interessantes”, e todos os presentes de incumbiram   de realizar a difícil tarefa.Aceitei o encargo, lembrando-me que uma família  sem história, com o tempo que tudo apaga- é como se não tivesse existido; a medida em que as pessoas morrem é a família que vai desaparecendo (.LORENZATO, 1998 ,p.13)


Há três  elementos que não podem ser esquecidos: :o fato de ser um padre o que escreve a história; o fato de ter um professor na família e ainda deve se destacar o corte que é feito no passado isolando um casal  dos outros pares que compõem a família .O que leva ao desejo de escrever a história familiar é a imposição do grupo e por último manter viva a memória da família   ainda que as pessoas que a compõe, compuseram e comporão  morram , enfim um desejo de perenidade num mundo destinado a desaparecer.
   A escolha de qual dos vários ramos da qual será  elaborada  a história revela o poder patriarcal, pois é a partir da linha paterna que construídas as histórias e a genealogia.. Algumas vezes  o critério é o sucesso econômico .
  De acordo com as posses familiares, a genealogia pode ser  mais  completa., quando  encomendada a algum instituto ,ou realizada pelo autor  em rápida pesquisa na terra natal de seus avós, Um detalhe curioso poucos são os  imigrantes - e seus pósteros - que mantiveram  relações contínuas com a parte da família que permaneceu na Europa .Desta forma a história familiar perde is nexos anteriores à chegada ao Brasil. Muitas vezes a  história resulta na busca a  busca de um passado que já não existe  e que  muitas vezes  nem existiu
Os objetivos  que levaram o autores a  escrever as sagas familiares também  são semelhantes., como as festas e os livros. Até o momento, de  acordo com os motivos que levaram os autores  a escrever as histórias de família,  parecem ser três: um ° O valor  que a  família para o grupo,: 2- a manutenção dos laços familiares:; 3- o registro escrito do passado .
1. O primeiro motivo que levou os autores a escreverem histórias familiares parece ser  a importância   que tem a instituição para o grupo de descendentes de imigrantes europeus, em geral  e italianos em particular, Parece que não há muito a acrescentar sobre valor  da família para os  colonos  cujas raízes estão plantadas  na posse de na produção da terra, que depende do trabalho familiar.
Para a produção na pequena propriedade agrícola , a mão-de-obra familiar é essencial, havendo assim uma estreita ligação  entre terra e família nos autores estudados :Como afirma  o autor sobre a pequena propriedade :”Nela podemos constatar a diversidade de produtos cultivados pelas famílias italianas que trabalhavam a terra. Era uma agricultura familiar onde todos trabalhavam para prover seu sustento.” ( COSTAMILAM 1984 p.425)


2. . O segundo motivo é a tentativa de preservar  entre   familiares os laços  que  se rompem rápido no decorrer das gerações. Já que  para o grupo é tão grande a importância da família as  relações entre os seus  membros estes devem necessariamente ser mantidas. Pois segundo se supõe há  uma estreita ligação entre os antepassados e  as gerações deles decorrente.
 Segundo Mulo  (MOLON 1991 p.12)

estes livros serviram e servirão para promover a integração entre pessoas que têm( Sic) grau de parentesco, mais próximo ou mais longínquo, ou que se identificam por terem um sobrenome comum, uma ascendência comum,.

Ou  como afirma  Mezzomo ( 1986 p.13)
 Despertar e conservar vivos os sentimentos de união pelos vínculos do amor fraterno entre parentes e como preito de gratidão, aos nossos antepassados pela inestimável formação que nos legaram.
           


           
Esta parece ser também a opinião de Dall’Alba,  que acrescenta um  elemento novo na busca da identidade pessoal e do grupo. .”(DALL’ALBA   1984. p.11)


 acontece que cada um de nós vai se perguntado: Que influência tem a hereditariedade em mim? Por que sou assim? Como eram meus antepassados? (...). A estas e outras perguntas que gostaríamos de dar resposta  nesta monografia, (...). Talvez nosso livro sirva para reatar laços por demais tênues. Talvez ... apenas uma lembrança saudosa

  três.,O registro histórico do passado, registrados nas histórias de família são necessários, para compreensão do presente e garantia do futuro. Segundo Piccoli:
 Com este livro pretendemos resgatar um pouco da História dos nossos ancestrais, fazendo-nos compreender suas vidas, seu progresso, a superação das dificuldades pela persistência, pela indomável força de vontade. Conhecendo nossas origens valorizaremos os agentes da nossa História. Como seres humanos tiveram também suas fraquezas, seus erros, mas o somatório das virtudes foi bem alto. Uma meditação sobre os primeiros tempos de colonização, quando tudo devia ser feito, com um mínimo de recursos, poderá nos tornar hoje, mais tolerantes e pacientes e assim aceitarmos com mais resignação às contrariedades que a vida nos apresenta. PICCOLI 2000 p.11)

Idêntica  é a opinião de Molon ao comentar os quatro encontros realizados pela sua família

“A História da família continua a ser escrita dia a dia e os Encontros servem para resgatar, valorizar, promover e integrar seus membros. (...).” –  (...). Continuou por um longo tempo mantendo relações com os parente de Otávio Rocha e com a sua morte, os laços familiares foram esquecidos entre as duas comunidades. .” –((MOLON 1991 p. 197 )


Tais posições são corroboradas por outros autores  como “. Hoje, em vésperas do centenário da chegada do Luigi Dall’ Alba, já não podemos aguardar. O livro, mesmo com genealogias incompletas, vai ao prelo.” :(  DALL’ ALBA 1984 p.9)   Ou como Paulina Soldatelli  “além disso, percebi como se sabe pouco de nossos antepassados..” (MORETTO,1991  p. 05)

 AS DIFERENÇAS SOCIAIS

A imagem do colono  bom, trabalhador, pouco politizado, e socialmente ignorante  não é corroborada nas histórias de família. A imagem do colono pobre, mas,  trabalhador é mantida e transmitida de geração em geração, também  a diferença entre os senhores e os colonos repercute na memória dos pósteros.
Como observa Woodword (2000 p. 1 4 ) “é por meio da diferenciação social  que essas classificações da diferença são vividas nas relações sociais”.. A manutenção e das  evidentes  desigualdades entre os  comerciantes  ricos e os colonos pobres,  que levavam uma  vida trabalhosa e sem gratificação. Um dos casos típicos da região e que demonstra de foram clara a percepção dos em relação as condições sociais a que estavam submetidos , foi assim sintetizada por Alice Gasperin:[1]

“Em março de 1898, por ocasião de sua visita às Colônias de Caxias, Bento Gonçalves, Garibaldi e outras do Rio Grande do Sul, chamadas colônias italianas, esteve em Caxias o Conde Brandolini acompanhado do Juiz da então Comarca (Montenegro), e encontrando-se este com uma ex-colona italiana, disse-lhe:
-      A  senhora está de parabéns hoje, não?
           -   Porque , perguntou ela
-      Porque está em Caxias uma personalidade ilustre da Itália, respondeu-lhe o magistrado
-       Absolutamente. Esta é aquela espécie de gente que nos odiávamos e por causa dos quais tivemos que abandonar nossa pátria, se não quiséssemos morrer de fome, retrucou aquela imigrante."
O fato não poderia ser mais significativo ,apresenta alguns aspectos que merecem ser destacados. O primeiro refere-se a identidade da personagem definida como ex-colona, ou seja uma antiga moradora da zona rural que passou a  residir na cidade, significa que deveria ter boas condições econômicas .Pois ao acumular alguns bens os colonos mudavam-se para a cidade ou para o núcleo urbano mais próximo. Um outro aspecto é  a possibilidade de  declarar seu ódio aos   senhores de terra  da Itália, já que  então ela também se tornara também uma senhora ,ou seja uma proprietária  de terras.
.Havia na região da  colônia uma certeza : “os ricos da Itália são os pobres da América,” diziam aos nossos. Para as famílias numerosas, para os jovens, não havia outra saída. Era preciso emigrar”.[2] Como diz Rossato [3]referindo-se á riqueza da sua propriedade :” em Valdagno seria rico quem tivesse tanta madeira” E complementa revelando a força da mudança social que vivenciou com a vinda para o Brasil“ lá éramos servos e aqui somos senhores”.
De uma forma geral a partida não havia sido fácil. Tonniazzo [4]fala de como foi desprezado por não ter recursos e que ” parecia-me que, de algum modo ,fui expulso daquele vilarejo que tanto amei.” Este sentimento de ser sido rejeitado pela pátria  somado a algum ato  sujeito a punição  fazia com que a Itália fosse aos poucos sendo também rejeitada. Segundo Dall’Alba [5]
” Contava-se, mas à boca pequena e muito por alto, (...), que o Giácomo teria, durante o serviço militar, pertencido a uma associação secreta, uma espécie de máfia, ou sociedade anárquica. No mínimo estivera envolvido numa conspiração que assassinou uma alta personagem, um conde tirânico, parece.”

-         

As condições de vida dos camponeses era péssima ,tanto que as mães deixavam seus  filhos “para ir amamentar filhos dos ricos, uma espécie de atividade mais ou menos comum naqueles tempos.”[6]. Tal pobreza e tal exploração facilitavam o esquecimento e a adpstação às novas condições que a nova pátria garantia. Afinal eram muito” pobres. Não mais pobres que os outros.” Sofrendo da falta crônica da terra de terra  pouca terra.” (...).”– p.18. Quando ainda estão na Itália. [7]

 “Acrescenta-se que a grande maioria dos agricultores italianos não era proprietário das terras, único meio de produção. Necessitavam arrendá-las e trabalhar para os seus senhores latifundiários, a fim de verem supridas as necessidades básicas. Por ocasião do arrendamento acontecia uma verdadeira espoliação, ficando o agricultor obrigado a ceder ao senhor das terras a metade da produção e ainda arcar as despesas e prejuízos. (...).” – MOLON p.43 – Citação feita para explicar a condição em que viviam os imigrantes na Itália.


O símbolo da poder era a posse da terra,mas a riqueza só se conseguia com o comércio “ ele se tornaria um dos mais poderosos comerciantes do interior do município, projetando seu nome e prestígio muito além das fronteiras de sua casa de comércio." [8](


! As informações, eram bem pouco precisas, e só davam conta de que o vinho estava adulterado. Para Caetano (...) foi como se um raio o atingisse em cheio, já que tal procedimento por parte das autoridades ligadas ao setor, correspondia a dizer que ele era um comerciante desonesto, e  isso, com a inevitável publicidade que o caso teria, era o mesmo que jogar por terra o que em muitos anos ele havia construído e com tanto sacrificio.(487)Costamilam
               "  No dia 8 de junho de 1901, tendo como palco o salão da " Sociedade Operária Príncipe de Nápoles" é fundada oficialmente a Associação dos Comerciantes do Município de Caxias, a qual viria a adquirir um tal prestígio, graças à sua ação efetiva na defesa dos direitos e aspirações  dos comerciantes, que dentro em pouco se constituiria numa força política atuante, e seria a causa da desgraça de homem que até então vinha impunemente oprimindo os caxienses." (447Costamilam
Caxias continuando a crescer e sem que houvesse uma infra- estrutura a acompanhar este progresso daí as contínuas petições e reclamações que chegavam ao protocolo da Intendência. As estradas encontravam-se em estado calamitoso, e só mesmo a força de vontade que animava os comerciantes pode explicar que tenham superado tais dificuldades (...) tinham que custear eles mesmos os reparos mais necessários, mediante concentração de trabalhadores nas colônias..." (472)costamilan
a guerra declarada pelos comerciantes da Associação à pessoa do Sr. Campos Jr, era também uma afronta direta à seita que essa autoridade representava...." (462) Costamilam

" Era tudo mato. Vovô Gasperin ganhou a sua colônia na Linha São Miguel. Cinqüenta hectares de terras, de mata virgem, com duzentos metros de frente.(...)  Quando vovô recebeu o número do lote dele, tratou logo de cortar o mato e plantar o que dava na época. Davam-lhe as sementes. Construiu uma pequena casinha com tábuas serradas à mão. Quando entrou na sua pequena casinha, construída por ele, com sua família, em sua terra , sempre dizia que se julgava o homem mais rico do mundo." (16)


“(...). Ele não é rico, mas é um bom rapaz, trabalhador e de quem não se pode dizer nada. Trabalhador e honrado. (...).” – p.   Palavras ditas sobre João Rigo, por seu pai. FARINA
1)     “(...). A possibilidade de ir para a América, para essa gente, era a realização do sonho de ter a sua propriedade, e de não mais serem explorados pelos donos e senhores das terras.” – p. 01 BORTOLINI




Os valores aparecem de forma repetida em todas os autores, entre eles Molon ( MOLON 1991 p.12)
O objetivo do livro é despertar  e conservar vivos os sentimentos de união, como preito de gratidão aos nossos antepassados pela inestimável formação que nos legaram, no que diz respeito especialmente à formação cristã, ao amor ao trabalho e à integridade moral.

FAMÍLIA
O sentido da família, nas obras analisadas ,parece ter três sentidos: o trabalho e a propriedade e os valores  Nas obras são citados 38  vezes pais e pai e 31 vezes mãe e 49 família.


FAMÍLIA:CONCEITOS

 É a primeira e a mais importante das  instituições sociais, biológicas e morais; é o nascimento da vida social e o repositório das tradições. Prolongamento do homem no tempo MEZZOMO
Anteparo mais seguro da liberdade do homem....e assim por diante MEZZOMO
A Família é o "meio de cultura". MEZZOMO

Família é a pátria do coração é síntese e a base da sociedade. P. 15 e 16 MEZZOMO



IMIGRAÇÃO
3 ABORDAGENS;
1.Situação na Itália .2 Motivos para a vinda  3.O luto pela saída
1.SITUAÇÃO NA ITÁLIA
“A propriedade rural tornava-se muito cara e permanecia em poder de uma minoria privilegiada, enquanto a maior parte do trabalho braçal, era formada pelos inquilinos que nada possuíam e nada tinham para economizar.” – p. 10. Sobre a situação dos agricultores na Itália.
Farina

“(...). Pobres. Não mais pobres que os outros. Pouca terra. (...).”– p.18. Quando ainda estão na Itália. DALL’ALBA

“Dos Zaupa diz-se que não passavam fome, mas poareti come ragni, parece que não tinham terra própria. Sempre a fito, pagando renda, à meia.”– p. 18. Sobre a vida na Itália. DALL’ALBA

“São gente pobre, mas livre, exercendo verdadeira democracia. De início tinham arrendado os terrenos, mas agora já eram proprietários. É admirável o espírito comunitário.” – p. 21. Comentando da Itália. DALL’ALBA

A propriedade rural tornava-se muito cara e permanecia em poder de uma minoria privilegiada, enquanto a maior parte do trabalho braçal, era formada pelos inquilinos que nada possuíam e nada tinham para economizar.” – p. 10. Sobre a situação dos agricultores na Itália..MOLON
" Dançavam também valsa, polca, vanera... Na Itália faziam serão nos estábulos. Aqui continuaram com o mesmo serão, chamado 'filó'. Contavam as suas misérias, alegrias, as dificuldades e por fim cantavam. E sempre o 'goto' de vinho, com pinhões, quando era época e muita pipoca." (41)Dal’Alba

3 MOTIVOS PARA A VINDA

“A Itália é a pátria – mãe de muitos imigrantes.”( MOLON 1992  p.42. )
Quando na Itália se soube que o Governo Brasileiro decretou a lei que receberia imigrantes italianos pobres, dando-lhes terras para trabalhar, transporte e mantimentos por um ano, houve muitos que não pensaram duas vezes. Inscreveram-se logo." (11) " Cirillo Piccoli fixou-se em definitivo na colônia (lote) n 49..... Era alfabetizado. Casou com Albina Armigliato, de 16 anos em Ronco All' Àdige em 06 de agosto de 1872, não alfabetizada... O casal teve um início difícil. O importante, porém era possuir um pedaço de terra, o que era quase impossível na Itália." (29) Gasperin

" Cirillo Piccoli fixou-se em definitivo na colônia (lote) n 49..... Era alfabetizado. Casou com Albina Armigliato, de 16 anos em Ronco All' Àdige em 06 de agosto de 1872, não alfabetizada... O casal teve um início difícil. O importante, porém era possuir um pedaço de terra, o que era quase impossível na Itália." (29) Piccoli

A propaganda intensa das nações americanas interessadas, especialmente os Estados Unidos, Argentina e o Brasil. A América era apresentada como a terra de promissão, de facilidades e enriquecimentos rápidos.” – p. 10. Sobre as causas da imigração. MAINARDI

Giovanni Battista amadureceu a idéia de vir para o Brasil pela mesma via lógica de raciocínio que arrastou milhares e milhares de vicentinos de suas casas para o porto de Gênova. Era a única oportunidade positiva que se apresentava para escapar finalmente de uma vida cada vez mais sufocada pela fome e pela injustiça social. (...).” – p. 54 BONGIOVANNI

 Foi, acima de tudo, em busca de terra que, de 1876 a 1900, um contigente humano de 1.040.000 emigrantes deixaram a Itália e se estabeleceram no Brasil. (...).” – p. 09 FARINA
Acrescenta-se que a grande maioria dos agricultores italianos não era proprietário das terras, único meio de produção. Necessitavam arrendá-las e trabalhar para os seus senhores latifundiários, a fim de verem supridas as necessidades básicas. Por ocasião do arrendamento acontecia uma verdadeira espoliação, ficando o agricultor obrigado a ceder ao senhor das terras a metade da produção e ainda arcar as despesas e prejuízos. (...).” – MOLON p.43 –


Foi, acima de tudo, em busca de terra que, de 1876 a 1900, um contigente humano de 1.040.000 emigrantes deixaram a Itália e se estabeleceram no Brasil. (...).” – p. 09 FARINA


“O mundo ideológico destes imigrantes caracteriza-se pelo fascínio da posse de terra: a crise da propriedade na Itália e a exploração a que se encontravam submetidos (...), fê-los considerar a propriedade do solo como sinônimo de independência, dignidade e liberdade, proporcionando aos filhos alimentação farta e futuro; (...).” – p. 09 BRESOLIN
3. LUTO  pela saída
 “Na despedida dos imigrantes, ás vezes havia festas, mas quase sempre o ambiente era triste, de separação.” (SOLDATELLI  1991  p.19)
“(...). Podemos imaginar a família recebendo a bênção do velho pároco amigo. (...). As crianças abraçando o vovô e a vovó, os tios, a tia Madalena..” (DALL’ALBA1984  p.29.)

“No dia aprazado para a partida, os imigrantes saudavam os vizinhos e levados por algum amigo até a estação ferroviária mais próxima, (...).” – p. 70 MOLON




FAMÍLIA E VALORES

(...). Vocacionados a emigrar, homens de fé, no majestoso templo dirigiam preces especiais invocando ao Deus Onipotente sua proteção para levar a bom termo a longa e difícil viagem rumo ao Brasil.” – p. 17 FARINA

 “Rezar o terço em família, participar das atividades religiosas e culturais das pequenas comunidades foram às formas encontradas pelos imigrantes para fugirem do isolamento em que foram abandonados na floresta.” – p. 25 FARINA


“Os imigrantes italianos – homens simples, afeitos à agricultura de subsistência e ao pequeno comércio – na força de seus braços e na perspicácia de suas mentes, aliadas à tradição de fé à busca de integração, encontraram o caminho do progresso e do crescimento da comunidade. (...).” – p. 44MOLON
            ".... Rezavam e cantavam. Em religião, tinham um bom conhecimento e muita fé...." (13) Gasperin





AMOR
“(...). Até que eu era criança o pai chegava em casa e fazia o pão e a polenta... chegava a dar comida na boca, à mãe. Era muito carinhoso.” – p.142. DALL’ALBA


“O menino Angelin (...) queria muito bem a nona Carolina, (...). Quase todos os dias saía da casa do pai (...) pegava um ovo fresquinho e levava para a nona.” P 21 – Soldatelli)

UNIÃO
“Muito trabalho, muita união, muita piedade nessa família de pioneiros. (...).” – p.53 DALL’ALBA


“(...), a família cresceu unida, respeitosa, com regular formação cultural, com profundas convicções religiosas e morais. Era uma família numerosa, de 13 filhos. (...).” – p. 79. Dall’Alba.


Na casa do pinheiral ficavam o pai, a mãe, e os filhos menores. No domingo reuniam-se todos.” – p.78 DALL’ALBA

“Todos viviam em comunhão, comendo do mesmo alimento, participando dos mesmos trabalhos. (...).” – p.80 MOLON
“Muito trabalho, muita união, muita piedade nessa família de pioneiros. (...).” – p.53 DALL’ALBA
RESPEITO


" Giácomo, seu pai efetivamente havia sido o patriarca daquela família, e no mesmo estilo militarista em que vivera sua juventude e lograva aprimorar os seus princípios  assim conduzia seu lar, com mão- de- ferro  e  bem pesada, não dando ensejo a qualquer um de seus filhos pautasse o seu comportamento por outras diretrizes senão aquelas que ele, durante todos os anos em que viveu, fez questão cerrada fossem a bússola a nortear seus passos." (423)COSTAMILAN

(...) tem em Elia um verdadeiro exemplo de dedicação à família e ao trabalho." (149)Zardo

RELIGIOSIDADE
A Itália é a pátria – mãe de muitos imigrantes. Alicerçada na doutrina cristã de ‘crescei e multiplicai-vos’, sem restrições, as famílias eram numerosíssimas. Não é raro encontrar casais com mais de 15 filhos. (...).” – p.42. Citação feita para explicar como eram as famílias na Itália .MOLON


Citação de Ecl3,9-10   Mezzomo

O temor a Deus é o princípio da sabedoria e a piedade da ciência...

“(...), casal de costumes cristãos e de conduta rigidamente dentro dos princípios da moral, educaram cristãmente o pequeno Giovanni, conduzindo-o à Primeira Eucaristia na mesma Igreja quando tinha sete anos.” – p. 24 FARINA



“Rezava-se longamente em casa. (...). Terço, ladainhas, (...). Outras famílias, não todas, também rezavam. (...).” – p.105 DALL’ALBA

“Na véspera do Natal, reuníamos lá em casa os primos do Toni e do Piero para um jantar. Depois ia-se com a carreta para a Missa do Galo. Que Missa! Orquestra com  tromba, (...).” – p.106 DALL’ALBA


“(...). Era ali na cozinha separada da casa, que se rezava, aprendia-se a doutrina, comia-se, conversava-se, passava-se o tempo frio, o tempo de chuva, os serões das noites de inverno.” – p.154 Dall’ Alba


 “Muito trabalho, muita união, muita piedade nessa família de pioneiros. (...).” – p.53 DALL’ALBA


(...), a família cresceu unida, respeitosa, com regular formação cultural, com profundas convicções religiosas e morais. Era uma família numerosa, de 13 filhos. (...).” – p. 79. Sobre a família de Antônio Dall’Alba.
“(...). Nem é preciso imaginar para vê-los rezando ao redor dessa rústica mesa. Quase tudo era mato ainda, mas havia roças nas clareiras. Isolados no mato, mas felizes!” – p. 33 DALL’ALBA




Num ambiente de tanta religiosidade, não podia estar ausente o surgimento de vocações religiosas e sacerdotais, estimuladas pelos próprios pais...Notável um lugarejo de 900 hectares e três dezenas de famílias, deu à Igreja uma legião de sacerdotes e religiosos...,cita p. 16 Barbosa


“Da Lúcia falava-se de sua grande família.” “(...). Nem todos sobreviveram, mas teve 17 filhos. Criou 14. Se o pai estivesse à frente desse batalhão já mais crescido, certamente teria feito prosperar muito mais esta família abençoada com tantos braços. (...), era uma bênção (...) uma família numerosa na época patriarcal da colonização, quando vestir era fácil, estudo não se costumava dar (...).” – p.118. Dall’ Alba .


            Todas as famílias rezavam diariamente o terço em sua casas. Rezava-se indo para trabalho na lavoura. Rezava-se e cantava-se durante o trabalho. Não havendo padre Maximino Bampi rezava o rosário e encomendava os mortos. Nos dias santificados recitavam o terço na capela, bem como as ladainhas. Barbosa


DISCIPLINA E HIERARQUIA

“Os pais eram rigorosos. (...).” – p.83. Dall’Alba

“(...). Ambos eram bons. Severos, que não precisavam levantar a voz, porque todos eram submissos mesmo. Mas bons. Agora, entre eles é que nem sempre as coisas corriam tranqüilas. Dois caracteres fortes, de vez em quando explodia tremendo desabafo com palavras rudes. (...).” – p. 131. Dall’ Alba




Consultava sempre a mãe, pois não tinha mais o pai.” – p.53.. SOLDATELLI

" Giácomo, seu pai efetivamente havia sido o patriarca daquela família, e no mesmo estilo militarista em que vivera sua juventude e lograva aprimorar os seus princípios  assim conduzia seu lar, com mão- de- ferro  e  bem pesada, não dando ensejo a qualquer um de seus filhos pautasse o seu comportamento por outras diretrizes senão aquelas que ele, durante todos os anos em que viveu, fez questão cerrada fossem a bússola a nortear seus passos." (423)COSTAMILAN



FAMÍLIA E TRABALHO
 (MOLON  1991 p43)

 Acrescenta-se que a grande maioria dos agricultores italianos não era proprietário das terras, único meio de produção. Necessitavam arrendá-las e trabalhar para os seus senhores latifundiários, a fim de verem supridas as necessidades básicas. Por ocasião do arrendamento acontecia uma verdadeira espoliação, ficando o agricultor obrigado a ceder ao senhor das terras a metade da produção e ainda arcar as despesas e prejuízos. (...).”



O Giácomo era gente de trabalho. Tinha porcos, vacas, parreiras, prado para feno, pastagens, roças de milho e trigo, casa boa, mulher dedicada, filhas crescendo.” –p. 52 DALL’ALBA


            " Para nossos avós, era motivo de orgulho verem que três de seus filhos, Frederico, Virgínia e Caetano, estivessem todos estabelecidos, desfrutando de uma sólida situação e felizes em seus casamentos. Só João ainda não havia acertado o passo em seus afazeres, mas todos tinham esperança de que ele também se encaminhasse  a contento cedo ou tarde." (486)Costamilan


"... Ele estava de cama, esgotado de tanto trabalhar. Viveu só para trabalhar. Era de temperamento oposto ao meu pai. Papai era explosivo e trabalhava tanto na lavoura como de carpinteiro. Gostava de farras e de festas. Tio Francisco era calmo, nunca se alterava. Tinha autoridade sim, mas sempre no mesmo ritmo. Só se dedicou à lavoura. Gastou-se trabalhando. Pai de dezessete filhos e comprou terras para todos." (89) Referência ao seu tio Francisco. Gasperin



“Seguindo o costume, quando um filho casava, ficava morando com os pais pelo menos por um ano. Quando saiam, os pais ajudavam no que podiam para o casal iniciar a nova vida e davam uma quantidade de gêneros de primeira necessidade para o sustento, ou estando ainda junto com os pais, já iam plantando para a primeira colheita. Esse era o procedimento dos pais com os filhos e o último, ficava morando na casa paterna.” ( p. 72.Soldatelli) Citação feita para comentar que um dos filhos tinha casado.o filho mais novo e, segundo costume trazido da Itália, ficou morando na casa com os pais, pois cabia aos mais jovens esse privilégio.” – p. 23..” – Soldatelli

PROPRIEDADE
A situação do agricultor italiano. Eram 8.550.000 agricultores, em 1881 e destes, apenas possuíam terras uma sexta parte e não havia esperanças de se tornarem proprietários.” – p. 10. Sobre as causas da imigração. MAINARDI

A propriedade rural tornava-se muito cara e permanecia em poder de uma minoria privilegiada, enquanto a maior parte do trabalho braçal, era formada pelos inquilinos que nada possuíam e nada tinham para economizar.” – p. 10. Sobre a situação dos agricultores na Itália. MAINARDI

A propriedade rural tornava-se muito cara e permanecia em poder de uma minoria privilegiada, enquanto a maior parte do trabalho braçal, era formada pelos inquilinos que nada possuíam e nada tinham para economizar.” – p. 10. Sobre a situação dos agricultores na Itália. MAINARDI
1)     Uma vez que as famílias tornavam-se mais numerosas quando os filhos atingiam a idade do casamento, constituindo nova família, ocorria à busca de novas propriedades. (...).” – p. 16 MAINARDI

“O mundo ideológico destes imigrantes caracteriza-se pelo fascínio da posse de terra: a crise da propriedade na Itália e a exploração a que se encontravam submetidos (...), fê-los considerar a propriedade do solo como sinônimo de independência, dignidade e liberdade, proporcionando aos filhos alimentação farta e futuro; (...).” – p. 09 BRESOLIN

“Muitos colonos procuram mesmo aumentar sua propriedade, investindo as poucas economias na aquisição de outras terras, de outros lotes para os filhos. (...).” – p. 09 BRESOLIN
Uma vez que as famílias tornavam-se mais numerosas quando os filhos atingiam a idade do casamento, constituindo nova família, ocorria à busca de novas propriedades. (...).” – p. 16 MAINARDI
“(...). A possibilidade de ir para a América, para essa gente, era a realização do sonho de ter a sua propriedade, e de não mais serem explorados pelos donos e senhores das terras.” – p. 01 BORTOLINI

“(...). O importante era aquisição das terras que um dia pudessem dizer: este pedaço de terra é meu e, dele vou tirar o sustento para a minha família.” – p. 03 BORTOLINI

“Ao receberem as terras, (...). A primeira condição era que tivesse água por perto, primeira e principal necessidade à sobrevivência humana. (...).” – p. 06

“ (...), lá no fundo se enchiam de esperança, pois o seu maior desejo era o de serem proprietários de terras. (...).” – p. 19 BORTOLINI
Ter saúde e trabalhar em sua própria terra era tudo para os primeiros colonizadores. Do trabalho familiar surgiria à sobrevivência, ou quem sabe a riqueza da família.” – p. 28 FARINA
“(...). Nesse ambiente perigosamente sobrecarregado pelas tensões sociais, a promessa usada pela propaganda emigratória de que cada família que fosse para a América ficaria dona de um vasto pedaço de terras, pagas ao Governo em pequenas parcelas em longo prazo soava como dádiva aos ouvidos dos contadini sem terra, sem pão e sem justiça...” – p. 143 BONGIOVANNI




" Cirillo Piccoli fixou-se em definitivo na colônia (lote) n 49..... Era alfabetizado. Casou com Albina Armigliato, de 16 anos em Ronco All' Àdige em 06 de agosto de 1872, não alfabetizada... O casal teve um início difícil. O importante, porém era possuir um pedaço de terra, o que era quase impossível na Itália." (29)PICCOLI


“(...). Pobres. Não mais pobres que os outros. Pouca terra. (...).”– p.18. Quando ainda estão na Itália. DALL’ALBA

“Dos Zaupa diz-se que não passavam fome, mas poareti come ragni, parece que não tinham terra própria. Sempre a fito, pagando renda, à meia.”– p. 18. Sobre a vida na Itália. DALL’ALBA

“São gente pobre, mas livre, exercendo verdadeira democracia. De início tinham arrendado os terrenos, mas agora já eram proprietários. É admirável o espírito comunitário.” – p. 21. Comentando da Itália. DALL’ALBA


A Itália é a pátria – mãe de muitos imigrantes. Alicerçada na doutrina cristã de ‘crescei e multiplicai-vos’, sem restrições, as famílias eram numerosíssimas. Não é raro encontrar casais com mais de 15 filhos. (...).” – p.42. Citação feita para explicar como eram as famílias na Itália .MOLON


 “A nona Marietta não era uma mulher de falar bobagem. De noite, enquanto ela ficava fazendo trança, para me fazer ficar com ela contava-me da Itália: (...).” – p.28 DALL’ALBA

Mas, quase de repente, Luigi deixa tudo, nem vende sua propriedade, nem fecha a casa, e parte para o Brasil. (...). Na família conserva-se uma tradição de que houvera atrito com um parente de lá. (...).” –p.26 DALL’ALBA


..foi  o patriarca italiano,  o tronco da numerosa descendência da grande família Dall' Onder no Brasil. Nasceu em 29 de maio de 1853 na comunidade de Fongaso, Província de Beluno. Era filho de Guiseppe Onder e Ana Rech." (41)Zardo




" Vovô Gasperin nasceu em Vila de Vila- Mel, Feltre, Beluno. Nem ele, nem os avós e pais dele, nunca foram donos de terras na Itália. Sempre viveram debaixo de patrões. Viviam em casarões, avós, pais e filhos. Todos debaixo do mesmo teto, por não terem onde morar. Apenas ganhavam para viver..." (12) Gasperin

" No inverno, que era sempre rígido e extenso, se reuniam em estábulos, tanto de dia como no serão. As mulheres fiavam. As famílias numerosas tinham os seus teares manuais e faziam seus tecidos, especialmente de linho, tanto para vestir-se como para roupa de cama. Faziam meias, costuravam tudo a mão e consertavam roupas. Os homens se dedicavam ao artesanato de madeira. Faziam baldes, estátuas de santos, molduras, soldas, etc... Aprendiam um do outro." (13) Gasperin

            "Na Itália, os Dall' Acqua moravam em La Vale D’Agordo, Beluno. Também eles, como os Gasperin, viviam em casarões. Avós, pais e filhos moravam sob o mesmo teto, por não terem onde morar. Quem determinava tudo eram os mais velhos, os avós. Ordem dada, ordem cumprida. Não se desmembravam  por não terem aonde ir. Trabalhavam para os patrões, passando misérias." (13) Gasperin


" Vovô Giiuseppe tinha conhecimentos de geografia. Ao inscrever-se para o Brasil, preferiu o Sul. Estavam acostumados ao frio. (...) Quando embarcaram, mamãe tinha três anos, tio Matio seis, tia Angela oito, tio Angelo onze e tiio Luiz doze. Venderam o pouco que tinham e vieram apenas com o indispensável. Mamãe dizia que trouxeram baldes e panelas de cobre." (15) Gasperin


"Na Sertorina, que foi a nossa Segunda morada depois do Barracão, as famílias tinham um linguajar diferente do nosso. Mamãe era de Beluno, por isso nos apelidaram de 'belunati mezzi mati'(3). Havia lá cremoneses, mantuanos, brescianos, bergamascos, vicentinos, trevisanos etc... Cada família com o seu linguajar, de acordo com os seus lugares de origem da Itália." (27) Gasperin

"...O mundo da mamãe era a Itália, e depois São Miguel e Barracão." (26) Gasperin


"Nós também crescíamos falando só o dialeto italiano e aprendendo coisas da Itália. Como os pais eram italianos, nós também pensávamos ser italianos. Nada sabíamos do Brasil. O Governo daquela época pouco ou nada fez pela instrução dos imigrantes e seus filhos. Tiveram que se arranjar como podiam nesse setor. Mamãe, para nós, arrumava cadernos e livros escolares no consulado Italiano de Bento Gonçalves. Meus avós, como os pais, nada esperavam do Poder Público. Contavam  com suas próprias forças. Construíam as suas estradas, escolas, pontes e pagavam os seus professores. Sentiam-se contentes e gratíssimos ao Governo Brasileiro por tê-los acolhido, dando-lhes terras para trabalhar e liberdade para viver, sem preocupações." (26) Gasperin

Hábito de família ou da comunidade, os italianos usavam muitos provérbios. Quase para cada assunto havia um. Recordo de alguns poucos, certamente conservados por tradição antiga, transmitidos de boca em boca, de geração em geração e pronunciados muitas vezes em linguagem dialetal. Gasperin

            - Conti spezzi, amicizzia longa         - contas freqüentes, amizade longa
            - Chi arte non sa fare, boteco sará    - Quem ofícios não sabe, bodegueiro será
            - In boca chiusa non entran mosche              - Em boca fechada não entram  moscas.
            - Giovani oziozi, vecchi bisognosi    -Jovens ociosos velhos necessitados
            -Tutti piace veder un mato  in pia-    - Todos gostam de ver um louco na praça,
            zza ma che nol sai della sua razza.     mas que não seja de sua raça. (29)
     

... Ele estava de cama, esgotado de tanto trabalhar. Viveu só para trabalhar. Era de temperamento oposto ao meu pai. Papai era explosivo e trabalhava tanto na lavoura como de carpinteiro. Gostava de farras e de festas. Tio Francisco era calmo, nunca se alterava. Tinha autoridade sim, mas sempre no mesmo ritmo. Só se dedicou à lavoura. Gastou-se trabalhando. Pai de dezessete filhos e comprou terras para todos." (89) Referência ao seu tio Francisco. Gasperin
















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