terça-feira, 25 de outubro de 2011

HISTÓRIA NA PRAÇA



A praça e as procissões.Isso é história  .!
 
 Muitos pensam que a história está no passado ,ou em lugares distantes como Grécia, Egito ou Roma. Ou, pior ainda,  escondida sob toneladas de entulhos de demolição .
Bobagem!  A história  não está  morta ou enterrada. Ao contrário, está diante de nossos olhos,e,mais do que isto, está entranhada em nossa memória. A  história está em nós,assim se pode  afirmar que "somos a história" e que cada um de nós é uma parte dela. Só uma visão eurocêntrica ou  autocrática pode pensar  diferente. Só se vive  no presente  ? Perfeito, mas ainda assim o homem é  produto de um processo de passagem pelo tempo.Há um tempo residual solidificado dentro de cada um. Ou não há?
Em cada lugar ,por mais remoto e pequeno que seja a história está presente.Sem querer ser historicista ,é  impossível escapar do tempo.Já dizia Hegel :"Aqui é Rodes, aqui se deve dançar" (rodoz em grego significa tanto 'rosa',como a Ilha) . Em cada um de nós é e está em Rodes Assim,.não é  preciso 'viajar'  ,nem 'surfar' no tempo para encontrar  a história

  Na praça de cada cidade tem história.Algumas  vezes petrificada  em monumentos,outras escondida em uma planta. Mentira? Veja a oliveira da praça Dante, tem uma fatia da história mundial  em suas raízes.
Em tempos republicanos,em 1889, Caxias se organiza para a  emancipação.  Desde 1884 era distrito do município de São Sebastião do Cai  e em 1890, se emancipa. As festas foram  grandes ,Caxias se engalanava  e tudo parecia estar  bem. .Em 1891, foi eleito  o primeiro  Conselho Municipal e o Intendente  nomeado pelo governador. .Até que ocorre a Revolução federalista de 1893-1895.

A luta entre o delegado da Vila e os conselheiros movimentou a  cidade.Era a luta entre federalistas do conselho liderados por Ernesto Marsiaj e  o  delegado republicano Francisco Salerno As disputas municipais  eram reflexo das lutas estaduais,travadas  entre os  partidários de Júlio de Castilhos e o General Câmara,ou seja monarquistas (federalistas ou maragatos)  e republicanos (pica-paus) A Intendência localizada na praça foi palco da disputa, entre os dois grupos. o mesmo ocorrendo com toda a cidade envolvida no conflito.  
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Em 1910 foi a festa da elevação da Vila  à cidade ,no mesmo  no dia da chegada do trem .As grandes manifestações ocorreram  na Praça na frente da Intendência .Em 1919  a Intendência foi transferida para a Rua Visconde de Pelotas onde permaneceu até 1975. A Praça então ficou 'pop'!


Revolução de 1923, o povo vai à Praça!
  Na Praça os episódios a partir  de então são de outra ordem.As manifestações políticas vão se realizar  na frente ou dentro da Intendência.Na década de quarenta, foi inaugurado um sistema alto falantes que funcionou na  Avenida Júlio defronte a Praça . era uma” tribuna espírito maçônica” ,segundo o pároco. Na verdade era  um serviço de utilidade pública com músicas e informações enfim uma rádio profana  em frente ao espaço sagrado da Catedral .O pároco odiava  com o mesmo fervor a música e a democracia!


As sepimternas Festas da Uva ,do outro lado da Praça.1950
  No fim da II Guerra (1939-1945)  Praça presenciou tanto atos cívicos como de rebeldia , e ainda,  manifestações de regozijo  pela vitória dos Aliados.Em comemoração ao fim do conflito , foi plantada uma oliveira hoje maltratada pelas podas  e esquecida de quase todos. 
Há ainda muitas histórias e história na Praça .Só faltam historiadores!
 
Igreja e casa canônica de onde o padre foi expulso

 
Festa pela emancipação de São Sebastião do Cai, 1890

Guarda Municipal na nova  Intendência (1919-1974). Rua Visconde de Pelotas (hoje Museu Municipal )1923?
 
Antiga Intendência(1895-1919),
 sempre em obras e  atos.


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