COOPERATIVISMO NA COLÔNIA
Cooperativa Vitivinícola Forqueta ,fundada em 1929 ,junto à Ferrovia. |
Os colonos da 2ª Légua da colônia Caxias desde o inicio de
seu povoamento no ano 1875, começaram a
plantação e o cultivo da uva. A uva era parte da policultura, trabalho familiar
e pequena propriedade e da policultura. Anos depois a produção do vinho tornou-se
a base econômica. Com o advento do transporte ferroviário, e, 1910, o escoamento da safra passava necessariamente
por Forqueta.
Fundação da Cooperativa em 11 de agosto de 1929 ,porão da casa de Quinto Slomp. |
Ao mesmo tempo em que crescia
produção de vinho colonial crescia a produção na na zona urbana..Os colonos
vendiam seu vinho na cidade, mas com o aumento da produção nas empresas vinícolas
o vinho caseiro não encontrava mercado. As crises no setor vinícola eram e são
fenômenos cíclicos, próprios do capitalismo. Quanto maior a safra menor os
preços e quanto maior a produção maior a crise, pois, o vinho é produto
inelástico.
O governo da Primeira
República sabia dos problemas enfrentados pelos pequenos produtores rurais. Assim em 1910, o Ministério da Agricultura
contratou Giuseppe Destefano Paternó , especialista italiano em cooperativismo. Paternó para organizar cooperativas em regiões de imigração italiana, entre os pequenos produtores
de vinho do Rio Grande do Sul. Já no ano
de sua chegada criou cooperativas nas antigas colônias povoadas por imigrantes
italianos nos municípios de Caxias, Garibaldi, Bento Gonçalves, Guaporé,
Antônio Prado e Alfredo Chaves. Entre setembro de 1911 a dezembro de 1912, por sua
orientação, foram organizadas quinze cooperativas.
Durante algum tempo entre
1911 e 1915 o cooperativismo vinícola conseguiu evitar o impasse entre duas
formas de produção, ou seja, entre a produção social da cooperativa e a livre
iniciativa das empresas. Com a produção cooperativada aumentou produção do
vinho e, por consequência, baixou o seu preço. As cooperativas de criadas por Paternós
faliram. As causas foram muitas: boicote a seus produtos, acusadas de produzir
vinho da má qualidade, falta de pagamento das cotas dos associados.Algumas
foram queimadas Era a velha luta entre o capital privado e o social.
Com o fim do cooperativismo o problema ressurgiu , com a safra de 1928 que foi a maior de todas. A
produção de vinho foi de 65 milhões de litros. Os mercados existentes não eram
suficientes para absorver o produto.
Em 1929, a produção foi menor, mas o problema estava presente. O mercado para o vinho
coloniais era insuficiente. O "vinho da colônia", produzido de forma
rudimentar, não podia fazer frente as indústrias vinícolas, que dominavam o
mercado exportador. Os colonos vinificaram apenas parte da safra, o restante
foi vendido ao produtores urbanos, que pagavam pelo produto preços inferiores
aos do custo de produção.
Diante do problema a solução
cooperativista foi lembrada. Parecia
ser o única solução para a crise, que
estava inviabilizando o setor vinícola. Joaquim Slomp, desde 1910, comprava vinho dos colonos para a revenda . Sua casa
comercial estava situada na frente da estação do trem vinho dos colonos
Em abril de 1929 , não tendo
vendido a produção de vinho
colonial no mercado regional. ,a situação se
insustentável .No dia 19 de abril de 1929, pela manhã, Joaquim procurou
Arthur Perottoni, que morava a poucos quilômetros de Forqueta .Perottoni havia
presidido a Cooperativa de Nova Vicenza durante a primeira fase do movimento..
O fracasso do movimento
cooperativista de Paternó deixara Arthur Perottoni amargurado .Diante das
circunstâncias daquele momento ,a sugestão de Joaquim parecia ser a única
solução para crise do vinho colonial.
Perottoni escreve em seu diário, naquele dia :"com a cooperativa daremos um salto no escuro". A proposta
deu certo , e no dia 11 de agosto
de 1929 é criada a Cooperativa Agrícola
Forqueta ,que a primeira da América
Latina na produção de vinho .Aprovados os estatutos foram subscritas 117 ações
no valor de onze contos e seiscentos e oitenta mil réis. A sociedade era
composta de 8 associados: Arthur Perottoni , Quinto Slomp, Pedro Tamanini, José
Lain, Jacob Rizzi ,José Slomp Filho, Augusto Pozzer e Ernesto Silvestre.Joaquim Slomp então não plantava uvas,motivo pelo qual não se associou.
Quinto Slomp, primeiro diretor da Cooperativa VV Forqueta.Ficou pouco tempo no cargo. |
Entre
1929 e 1973 a Cooperativa cresceu ,tanto na produção como nos
associados, reunido mais de trezentos, de toda a região. A entrada de capitais
estrangeiros no setor vinícola vai reverter a situação .As cooperativas entram
em crise e o setor privado retoma seu curso.
A história econômica não é só cíclica. Como a roda da fortuna sobe e desce.
A história econômica não é só cíclica. Como a roda da fortuna sobe e desce.
Arthur Perotoni primeiro presidente da C.Forqueta ficou no cargo desde a fundação até sua norte. Ele acreditava na união dos pequenos produtores |
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