terça-feira, 5 de junho de 2012


COOPERATIVISMO NA COLÔNIA

Cooperativa Vitivinícola Forqueta ,fundada em 1929 ,junto à Ferrovia.

Os colonos da  2ª Légua da colônia Caxias desde o inicio de seu povoamento no ano 1875, começaram  a plantação e o cultivo da uva. A uva era parte da policultura, trabalho familiar e pequena propriedade e da policultura. Anos depois a produção do vinho tornou-se a base econômica. Com o advento do transporte ferroviário, e, 1910,  o escoamento da safra passava necessariamente por Forqueta.
Fundação da Cooperativa em 11 de agosto de 1929 ,porão da casa de Quinto Slomp.
Ao mesmo tempo em que crescia produção de vinho colonial crescia a produção na na zona urbana..Os colonos vendiam seu vinho na cidade, mas com o aumento da produção nas empresas vinícolas o vinho caseiro não encontrava mercado. As crises no setor vinícola eram e são fenômenos cíclicos, próprios do capitalismo. Quanto maior a safra menor os preços e quanto maior a produção maior a crise, pois, o vinho é   produto inelástico.
O governo da Primeira República sabia dos problemas enfrentados pelos pequenos produtores rurais.  Assim em 1910, o Ministério da Agricultura contratou Giuseppe Destefano Paternó , especialista  italiano em  cooperativismo. Paternó para organizar  cooperativas em regiões de  imigração italiana, entre os pequenos produtores de vinho do Rio Grande do Sul.  Já no ano de sua chegada criou cooperativas nas antigas colônias povoadas por imigrantes italianos nos municípios de Caxias, Garibaldi, Bento Gonçalves, Guaporé, Antônio Prado e Alfredo Chaves. Entre setembro de 1911 a dezembro de 1912, por sua orientação, foram  organizadas quinze  cooperativas.
                                              
Durante algum tempo entre 1911 e 1915 o cooperativismo vinícola conseguiu evitar o impasse entre duas formas de produção, ou seja, entre a produção social da cooperativa e a livre iniciativa das empresas. Com a produção cooperativada aumentou produção do vinho e, por consequência, baixou o seu preço. As cooperativas de criadas por Paternós faliram. As causas foram muitas: boicote a seus produtos, acusadas de produzir vinho da má qualidade, falta de pagamento das cotas dos associados.Algumas foram queimadas  Era  a velha luta entre o capital privado e o  social.  
 Com o fim do cooperativismo  o problema ressurgiu , com a  safra de 1928 que foi a maior de todas. A produção de vinho foi de 65 milhões de litros. Os mercados existentes não eram suficientes para absorver o produto.
Em 1929, a produção foi  menor, mas o problema  estava presente. O mercado para o vinho coloniais era insuficiente. O "vinho da colônia", produzido de forma rudimentar, não podia fazer frente as indústrias vinícolas, que dominavam o mercado exportador. Os colonos vinificaram apenas parte da safra, o restante foi vendido ao produtores urbanos, que pagavam pelo produto preços inferiores aos do custo de produção.
Diante do problema a solução cooperativista  foi lembrada. Parecia ser  o única solução para a crise, que estava inviabilizando o setor vinícola. Joaquim Slomp, desde  1910, comprava  vinho dos colonos para a revenda . Sua casa comercial estava situada na frente da estação do trem vinho dos colonos 
Em abril de 1929  , não tendo  vendido   a produção de vinho colonial no mercado regional. ,a situação se  insustentável .No dia 19 de abril de 1929, pela manhã, Joaquim procurou Arthur Perottoni, que morava a poucos quilômetros de Forqueta .Perottoni havia presidido a Cooperativa de Nova Vicenza durante a primeira fase do movimento..
O fracasso do movimento cooperativista de Paternó deixara Arthur Perottoni amargurado .Diante das circunstâncias daquele momento ,a sugestão de Joaquim parecia ser a única solução  para crise do vinho colonial. Perottoni escreve em seu diário, naquele dia :"com a cooperativa daremos um salto no escuro".  A proposta  deu  certo , e no dia 11 de agosto de 1929  é criada a Cooperativa Agrícola Forqueta ,que  a primeira da América Latina na produção de vinho .Aprovados os estatutos foram subscritas 117 ações no valor de onze contos e seiscentos e oitenta mil réis. A sociedade era composta de 8 associados: Arthur Perottoni , Quinto Slomp, Pedro Tamanini, José Lain, Jacob Rizzi ,José Slomp Filho, Augusto Pozzer e Ernesto Silvestre.Joaquim Slomp então não plantava uvas,motivo pelo qual não se associou.
Quinto Slomp, primeiro diretor da Cooperativa VV Forqueta.Ficou pouco tempo no cargo.
            Entre  1929 e 1973 a Cooperativa cresceu ,tanto na produção como nos associados, reunido mais de trezentos, de toda a região. A entrada de capitais estrangeiros no setor vinícola vai reverter a situação .As cooperativas entram em crise e o setor privado retoma seu curso.
A história econômica não é só cíclica. Como a roda da fortuna sobe e desce.
Arthur Perotoni  primeiro presidente da C.Forqueta ficou no cargo desde a fundação até sua norte. Ele acreditava na união dos pequenos produtores 


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