sábado, 2 de junho de 2012



FORQUETA TEMPOS DIFICEIS  
Abertura da estrada de ferro .  Ao fundo os ranchos onde viviam os trabalhadores Foto Mancuso 1909 .AMHJSACX


Artur Perottoni  um primeiros moradores de Forqueta  não gostou das consequências da construção da  estrada de ferro.Ele possuía terras próximas da praça  central e da estrada de ferro. Para o grupo de colonos formado por italianos e trentinos de  nascimento e  de origem a chegada da estrada de ferro trouxe mudanças profundas.  Foi como se finalmente os brasileiros chegassem à Estação Forqueta. Para se livrar desses novos habitantes vendeu suas terras e se mudou para um lugar distante da ferrovia

                        A localidade tinha tudo para progedir. Trabalho era o que não faltava, tanto para os marceneiros como para os carpinteiros. Quem sabia construir casas, carretas e  móveis tinha sempre o que fazer. Outra atividade que dava trabalho garantido era o hotel. O dono do hotel era José Della Giustina,também proprietário do açougue. Falava-se que matava cachorros e gatos para preparar a comida dos hóspedes. Os moradores de Forqueta já tinham então o hábito da maledicência.Não era só a comida que era mal falada ,o mesmo acontecia com as  moças que trabalhavam no hotel.  O Hotel ficava situado onde hoje é o bar do Vermelho,próximo da Praça. Era um prédio de madeira de dois pavimentos. No andar de cima ficavam os quartos e no andar de baixo a casa de comércio  e o  açougue .Mais tarde o hotel e a casa comercial foram comprados por Francisco Gobbato.Mais tarde  João Prezzi tornou-se dono do armazém.
Velha serraria colonial. 1906..In Buccelli


         Quem era o guarda -chaves  da Estação  era Gaetano Novelli. Sua família veio de Marcaria  em 1878 ,província de Mântua, na ,Lombradia.sua família chegou ao RS em 3 3 1878 e se localizaram no lote 23 do travessão Esmeralda , 9ª Légua ( Hoje flores da Cunha).Guarda-chaves  era o nome dado ao  “empregado ferroviário encarregado de manobrar e vigiar as chaves dos desvios nos entroncamentos das linhas férreas”. O seu trabalho era importantíssimo e os guarda-chaves de Forqueta eram cidadãos proeminentes na comunidade.
 Mais importante que o guarda chaves então eram os professores .Na localidade havia duas escolas . A pequena escola municipal e a escola particular de  Giuseppe Zucollotto ,segundo lembranças de algumas pessoas entrevistadas. Adelinda Giacomoni  ela estudou na pequena escola municipal situada ao lado da Capela de Santo Antônio.A professora ensinava em português e   era de Porto Alegre.
            As lembranças dos mais antigos moradores faz surgir uma nova  Forqueta, a  dos primeiros tempos do povoamento,  muito diferente da atual.Não parece ter sido pacífica a relação estabelecida   "brasileiros" e imigrantes italianos.Travaram-se algumas brigas  e uma divisão entre os dois grupos de povoadores.
As primeiras serrarias hidráulicas ,reponsáveis pelo fim dos pinheirais. 1925 ( Álbum do Cinquentenário)
             De um lado os colonos  italianos ou filhos de imigrantes italianos ,que em suas terras plantavam milho, videiras  ,batatas e outras culturas para sua subsistência e para a comercialização. De outro os trabalhadores "brasileiros”,que vinham para a região com as serrarias e  com a estrada de ferro .Se  as serrarias e a ferrovia trouxeram  progresso e movimento a Estação Forqueta , trouxeram também  problemas de convivência e de entendimento.
Os colonos eram pequenos proprietários, os trabalhadores eram proletários,visto que trabalhavam para outros. No Brasil o trabalho agrícola,por quatrocentos anos ,foi realizados pelos escravos. Plantar e cultivar era visto com desprezo pelas elites brasileiras. Plantar era tarefa de negros e de escravos. Os trabalhadores desprezavam os colonos. Os colonos julgavam uma ascenção social  possuírem terra  e nela plantar e colher em suas próprias terras.Viam com desconfiança os brasileiros que não tinham propriedade e gastavam tudo o que ganhavam .Os dois grupos tinham ideologias diferentes.

Casa típica da colônia .1906. IN Buccelli 
      As diferenças não tardaram a se  manifestar. Tendo suas terras invadidas pelos cortadores de mato,empregados da serraria ,Artur Perotoni teve o desgosto de ver  suas plantações serem  roubadas pelos novos moradores da Estação. Primeiro tinham cortado os pinheiros sem pedir licença,depois roubavam parte da colheita .Parecia difícil conviver com os "brasileiros".Desgostoso, vendeu suas terras e  foi viver distante do caminho  de ferro. A estrada de ferro com sua cerca de arame farpado impedia a passagem das antigas estradas vicinais. Muitas vezes dividia as propriedades e os trens traziam possíveis posseiros.
            Entre os colonos e os "brasileiros" foi estabelecida uma distância física  até mesmo para o entretenimento.Os trabalhadores da serraria dos Travi (lote 24 e 25 do Travessão Alencastro) reuniam-se numa " bodega " situada além do acesso atual para Salete e Santos Anjos,ali jogavam "bocha" e cartas.Já os colonos preferiam jogar na bocha dos  Slomp ,situada próxima da  casa comercial de Joaquim.
            Os "brasileiros" gastavam tudo o que ganhavam e os colonos não comiam um ovo para não jogar fora a casca.O entendimento entre os dois grupos era difícil .As brigas dividiam o povoado.
            Forqueta lembrava mais uma cidade do Oeste americano do que uma tranquila povoação colonial.
            Os trabalhadores viviam em ranchos construídos próximos das serrarias e   os da estrada de ferro acampavam  próximo dos trilhos Se comparadas aos ranchos dos trabalhadores , as  pobres casas dos colonos pareciam castelos.
           



        Artur Perottoni  um primeiros moradores de Forqueta  não gostou das consequências da construção da  estrada de ferro.Ele possuía terras próximas da praça  central e da estrada de ferro. Para o grupo de colonos formado por italianos e trentinos de  nascimento e  de origem a chegada da estrada de ferro trouxe mudanças profundas.  Foi como se finalmente os brasileiros chegassem à Estação Forqueta. Para se livrar desses novos habitantes vendeu suas terras e se mudou para um lugar distante da ferrovia

                        A localidade tinha tudo para progedir. Trabalho era o que não faltava, tanto para os marceneiros como para os carpinteiros. Quem sabia construir casas, carretas e  móveis tinha sempre o que fazer. Outra atividade que dava trabalho garantido era o hotel. O dono do hotel era José Della Giustina,também proprietário do açougue. Falava-se que matava cachorros e gatos para preparar a comida dos hóspedes. Os moradores de Forqueta já tinham então o hábito da maledicência.Não era só a comida que era mal falada ,o mesmo acontecia com as  moças que trabalhavam no hotel.  O Hotel ficava situado onde hoje é o bar do Vermelho,próximo da Praça. Era um prédio de madeira de dois pavimentos. No andar de cima ficavam os quartos e no andar de baixo a casa de comércio  e o  açougue .Mais tarde o hotel e a casa comercial foram comprados por Francisco Gobbato.Mais tarde  João Prezzi tornou-se dono do armazém.~

         Quem era o guarda -chaves  da Estação  era Gaetano Novelli. Sua família veio de Marcaria  em 1878 ,província de Mântua, na ,Lombradia.sua família chegou ao RS em 3 3 1878 e se localizaram no lote 23 do travessão Esmeralda , 9ª Légua ( Hoje flores da Cunha).Guarda-chaves  era o nome dado ao  “empregado ferroviário encarregado de manobrar e vigiar as chaves dos desvios nos entroncamentos das linhas férreas”. O seu trabalho era importantíssimo e os guarda-chaves de Forqueta eram cidadãos proeminentes na comunidade.
 Mais importante que o guarda chaves então eram os professores .Na localidade havia duas escolas . A pequena escola municipal e a escola particular de  Giuseppe Zucollotto ,segundo lembranças de algumas pessoas entrevistadas. Adelinda Giacomoni  ela estudou na pequena escola municipal situada ao lado da Capela de Santo Antônio.A professora ensinava em português e   era de Porto Alegre.
            As lembranças dos mais antigos moradores faz surgir uma nova  Forqueta, a  dos primeiros tempos do povoamento,  muito diferente da atual.Não parece ter sido pacífica a relação estabelecida   "brasileiros" e imigrantes italianos.Travaram-se algumas brigas  e uma divisão entre os dois grupos de povoadores.
             De um lado os colonos  italianos ou filhos de imigrantes italianos ,que em suas terras plantavam milho, videiras  ,batatas e outras culturas para sua subsistência e para a comercialização. De outro os trabalhadores "brasileiros”,que vinham para a região com as serrarias e  com a estrada de ferro .Se  as serrarias e a ferrovia trouxeram  progresso e movimento a Estação Forqueta , trouxeram também  problemas de convivência e de entendimento.
Os colonos eram pequenos proprietários, os trabalhadores eram proletários,visto que trabalhavam para outros. No Brasil o trabalho agrícola,por quatrocentos anos ,foi realizados pelos escravos. Plantar e cultivar era visto com desprezo pelas elites brasileiras. Plantar era tarefa de negros e de escravos. Os trabalhadores desprezavam os colonos. Os colonos julgavam uma ascenção social  possuírem terra  e nela plantar e colher em suas próprias terras.Viam com desconfiança os brasileiros que não tinham propriedade e gastavam tudo o que ganhavam .Os dois grupos tinham ideologias diferentes.

      As diferenças não tardaram a se  manifestar. Tendo suas terras invadidas pelos cortadores de mato,empregados da serraria ,Artur Perotoni teve o desgosto de ver  suas plantações serem  roubadas pelos novos moradores da Estação. Primeiro tinham cortado os pinheiros sem pedir licença,depois roubavam parte da colheita .Parecia difícil conviver com os "brasileiros".Desgostoso, vendeu suas terras e  foi viver distante do caminho  de ferro. A estrada de ferro com sua cerca de arame farpado impedia a passagem das antigas estradas vicinais. Muitas vezes dividia as propriedades e os trens traziam possíveis posseiros.
            Entre os colonos e os "brasileiros" foi estabelecida uma distância física  até mesmo para o entretenimento.Os trabalhadores da serraria dos Travi (lote 24 e 25 do Travessão Alencastro) reuniam-se numa " bodega " situada além do acesso atual para Salete e Santos Anjos,ali jogavam "bocha" e cartas.Já os colonos preferiam jogar na bocha dos  Slomp ,situada próxima da  casa comercial de Joaquim.
            Os "brasileiros" gastavam tudo o que ganhavam e os colonos não comiam um ovo para não jogar fora a casca.O entendimento entre os dois grupos era difícil .As brigas dividiam o povoado.
            Forqueta lembrava mais uma cidade do Oeste americano do que uma tranquila povoação colonial.
            Os trabalhadores viviam em ranchos construídos próximos das serrarias e   os da estrada de ferro acampavam  próximo dos trilhos Se comparadas aos ranchos dos trabalhadores , as  pobres casas dos colonos pareciam castelos.
A ferrovia e a morte dos pinheirais. 1925  Álbum 
           

Nenhum comentário:

Postar um comentário