FORQUETA TEMPOS DIFICEIS
Abertura da estrada de ferro . Ao fundo os ranchos onde viviam os trabalhadores Foto Mancuso 1909 .AMHJSACX |
Artur Perottoni um primeiros moradores de Forqueta não gostou das consequências da construção
da estrada de ferro.Ele possuía terras
próximas da praça central e da estrada
de ferro. Para o grupo de colonos formado por italianos e trentinos de nascimento e
de origem a chegada da estrada de ferro trouxe mudanças profundas. Foi como se finalmente os brasileiros
chegassem à Estação Forqueta. Para se livrar desses novos habitantes vendeu
suas terras e se mudou para um lugar distante da ferrovia
A
localidade tinha tudo para progedir. Trabalho era o que não faltava, tanto para
os marceneiros como para os carpinteiros. Quem sabia construir casas, carretas
e móveis tinha sempre o que fazer. Outra
atividade que dava trabalho garantido era o hotel. O dono do hotel era José
Della Giustina,também proprietário do açougue. Falava-se que matava cachorros e
gatos para preparar a comida dos hóspedes. Os moradores de Forqueta já tinham
então o hábito da maledicência.Não era só a comida que era mal falada ,o mesmo
acontecia com as moças que trabalhavam
no hotel. O Hotel ficava situado onde
hoje é o bar do Vermelho,próximo da Praça. Era um prédio de madeira de dois
pavimentos. No andar de cima ficavam os quartos e no andar de baixo a casa de
comércio e o açougue .Mais tarde o hotel e a casa
comercial foram comprados por Francisco Gobbato.Mais tarde João Prezzi tornou-se dono do armazém.
Velha serraria colonial. 1906..In Buccelli |
Quem era o guarda -chaves da Estação
era Gaetano Novelli. Sua família veio de Marcaria em
1878 ,província de Mântua, na
,Lombradia.sua família chegou ao RS em 3 3 1878 e se localizaram no lote 23 do
travessão Esmeralda , 9ª Légua ( Hoje flores da Cunha).Guarda-chaves
era o nome dado ao “empregado
ferroviário encarregado de manobrar e vigiar as chaves dos desvios nos
entroncamentos das linhas férreas”. O seu trabalho era importantíssimo e os
guarda-chaves de Forqueta eram cidadãos proeminentes na comunidade.
Mais importante que o guarda chaves então eram
os professores .Na localidade havia duas escolas . A pequena escola municipal e
a escola particular de Giuseppe Zucollotto ,segundo lembranças de
algumas pessoas entrevistadas. Adelinda Giacomoni ela estudou na pequena escola municipal
situada ao lado da Capela de Santo Antônio.A professora ensinava em português
e era de Porto Alegre.
As lembranças dos mais antigos moradores faz surgir uma nova Forqueta, a dos primeiros tempos do povoamento, muito diferente da atual.Não parece ter sido
pacífica a relação estabelecida
"brasileiros" e imigrantes italianos.Travaram-se algumas brigas e uma divisão entre os dois grupos de
povoadores.
As primeiras serrarias hidráulicas ,reponsáveis pelo fim dos pinheirais. 1925 ( Álbum do Cinquentenário) |
Os colonos eram pequenos proprietários, os
trabalhadores eram proletários,visto que trabalhavam para outros. No Brasil o
trabalho agrícola,por quatrocentos anos ,foi realizados pelos escravos. Plantar
e cultivar era visto com desprezo pelas elites brasileiras. Plantar era tarefa
de negros e de escravos. Os trabalhadores desprezavam os colonos. Os colonos
julgavam uma ascenção social possuírem
terra e nela plantar e colher em suas
próprias terras.Viam com desconfiança os brasileiros que não tinham propriedade
e gastavam tudo o que ganhavam .Os dois grupos tinham ideologias diferentes.
Casa típica da colônia .1906. IN Buccelli |
Entre
os colonos e os "brasileiros" foi estabelecida uma distância física até mesmo para o entretenimento.Os
trabalhadores da serraria dos Travi (lote 24 e 25 do Travessão Alencastro)
reuniam-se numa " bodega " situada além do acesso atual para Salete e
Santos Anjos,ali jogavam "bocha" e cartas.Já os colonos preferiam
jogar na bocha dos Slomp ,situada
próxima da casa comercial de Joaquim.
Os
"brasileiros" gastavam tudo o que ganhavam e os colonos não comiam um
ovo para não jogar fora a casca.O entendimento entre os dois grupos era difícil
.As brigas dividiam o povoado.
Forqueta
lembrava mais uma cidade do Oeste americano do que uma tranquila povoação colonial.
Os
trabalhadores viviam em ranchos construídos próximos das serrarias e os da estrada de ferro acampavam próximo dos trilhos Se comparadas aos ranchos
dos trabalhadores , as pobres casas dos
colonos pareciam castelos.
Artur Perottoni um primeiros moradores de Forqueta não gostou das consequências da construção
da estrada de ferro.Ele possuía terras
próximas da praça central e da estrada
de ferro. Para o grupo de colonos formado por italianos e trentinos de nascimento e
de origem a chegada da estrada de ferro trouxe mudanças profundas. Foi como se finalmente os brasileiros
chegassem à Estação Forqueta. Para se livrar desses novos habitantes vendeu
suas terras e se mudou para um lugar distante da ferrovia
A
localidade tinha tudo para progedir. Trabalho era o que não faltava, tanto para
os marceneiros como para os carpinteiros. Quem sabia construir casas, carretas
e móveis tinha sempre o que fazer. Outra
atividade que dava trabalho garantido era o hotel. O dono do hotel era José
Della Giustina,também proprietário do açougue. Falava-se que matava cachorros e
gatos para preparar a comida dos hóspedes. Os moradores de Forqueta já tinham
então o hábito da maledicência.Não era só a comida que era mal falada ,o mesmo
acontecia com as moças que trabalhavam
no hotel. O Hotel ficava situado onde
hoje é o bar do Vermelho,próximo da Praça. Era um prédio de madeira de dois
pavimentos. No andar de cima ficavam os quartos e no andar de baixo a casa de
comércio e o açougue .Mais tarde o hotel e a casa
comercial foram comprados por Francisco Gobbato.Mais tarde João Prezzi tornou-se dono do armazém.~
Quem era o guarda -chaves da Estação
era Gaetano Novelli. Sua família veio de Marcaria em
1878 ,província de Mântua, na
,Lombradia.sua família chegou ao RS em 3 3 1878 e se localizaram no lote 23 do
travessão Esmeralda , 9ª Légua ( Hoje flores da Cunha).Guarda-chaves
era o nome dado ao “empregado
ferroviário encarregado de manobrar e vigiar as chaves dos desvios nos
entroncamentos das linhas férreas”. O seu trabalho era importantíssimo e os
guarda-chaves de Forqueta eram cidadãos proeminentes na comunidade.
Mais importante que o guarda chaves então eram
os professores .Na localidade havia duas escolas . A pequena escola municipal e
a escola particular de Giuseppe Zucollotto ,segundo lembranças de
algumas pessoas entrevistadas. Adelinda Giacomoni ela estudou na pequena escola municipal
situada ao lado da Capela de Santo Antônio.A professora ensinava em português
e era de Porto Alegre.
As lembranças dos mais antigos moradores faz surgir uma nova Forqueta, a dos primeiros tempos do povoamento, muito diferente da atual.Não parece ter sido
pacífica a relação estabelecida
"brasileiros" e imigrantes italianos.Travaram-se algumas brigas e uma divisão entre os dois grupos de
povoadores.
De um lado os colonos italianos ou filhos de imigrantes italianos
,que em suas terras plantavam milho, videiras
,batatas e outras culturas para sua subsistência e para a
comercialização. De outro os trabalhadores "brasileiros”,que vinham para a
região com as serrarias e com a estrada
de ferro .Se as serrarias e a ferrovia
trouxeram progresso e movimento a
Estação Forqueta , trouxeram também problemas de convivência e de entendimento.
Os colonos eram pequenos proprietários, os
trabalhadores eram proletários,visto que trabalhavam para outros. No Brasil o
trabalho agrícola,por quatrocentos anos ,foi realizados pelos escravos. Plantar
e cultivar era visto com desprezo pelas elites brasileiras. Plantar era tarefa
de negros e de escravos. Os trabalhadores desprezavam os colonos. Os colonos
julgavam uma ascenção social possuírem
terra e nela plantar e colher em suas
próprias terras.Viam com desconfiança os brasileiros que não tinham propriedade
e gastavam tudo o que ganhavam .Os dois grupos tinham ideologias diferentes.
As diferenças não tardaram a se manifestar.
Tendo suas terras invadidas pelos cortadores de mato,empregados da serraria
,Artur Perotoni teve o desgosto de ver
suas plantações serem roubadas
pelos novos moradores da Estação. Primeiro tinham cortado os pinheiros sem
pedir licença,depois roubavam parte da colheita .Parecia difícil conviver com
os "brasileiros".Desgostoso, vendeu suas terras e foi viver distante do caminho de ferro. A estrada de ferro com sua cerca de
arame farpado impedia a passagem das antigas estradas vicinais. Muitas vezes
dividia as propriedades e os trens traziam possíveis posseiros.
Entre
os colonos e os "brasileiros" foi estabelecida uma distância física até mesmo para o entretenimento.Os
trabalhadores da serraria dos Travi (lote 24 e 25 do Travessão Alencastro)
reuniam-se numa " bodega " situada além do acesso atual para Salete e
Santos Anjos,ali jogavam "bocha" e cartas.Já os colonos preferiam
jogar na bocha dos Slomp ,situada
próxima da casa comercial de Joaquim.
Os
"brasileiros" gastavam tudo o que ganhavam e os colonos não comiam um
ovo para não jogar fora a casca.O entendimento entre os dois grupos era difícil
.As brigas dividiam o povoado.
Forqueta
lembrava mais uma cidade do Oeste americano do que uma tranquila povoação colonial.
Os
trabalhadores viviam em ranchos construídos próximos das serrarias e os da estrada de ferro acampavam próximo dos trilhos Se comparadas aos ranchos
dos trabalhadores , as pobres casas dos
colonos pareciam castelos.
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