A ASSOCIAÇÃO
COMERCIAL
A Associação
Comercial foi a organização que substituiu a Associção dos Comerciantes .Era
uma organização de prestação de
serviços, dela faziam parte alguns departamentos como o :dos Varejistas e Molhadistas (1937), o Bureau Jurídico (1938),
e a criação do gabinete médico (1940). Os novos departamentos serviam exclusivamente
os associados prestando-lhes assistência
jurídica ,econômica e médica .
Os associados
pretendiam já em 1938 construir o “Palácio do Comércio”, mas isso não se tornou
viável. Pois não conseguiram
financiamento, apesar das diversas tentativas para conseguir empréstimos junto
aos órgãos governamentais. O que fica
evidenciado, através da leitura das atas, é que com o Estado Novo a atuação da
Associação Comercial de Caxias, foi marcada por uma postura diversa da seguida
no período compreendido entre 1930 a 1937. O órgão deixou de reivindicar e
passou a ter um caráter assistencialista, as características de um verdadeiro sindicato
da classe patronal.
Entre os membros da Associação destacavam-se :
Dr. Paulo Rache
- Joaquim Pedro Lisboa
Industria Fabril - Orestes Manfro do
distrito de Galópolis
Agostinho Panceri
Fabricação de Barris e Tanoaria Adelino Sassi e Arthur Rech
Carpintaria e marcenaria - João
Bragagnollo e Egidio Viero
Padarias - Henrique Guidalli e
Paulo Lohmann
Indústria Metalúrgica - Abramo
Eberle de José Gazola
Industria Vinícola - Galeazzo Paganelli e
Alfredo Garbin
Engarrafamento de vinhos -
Armando Antunes e Emílio Michielon
Hotéis e Cafés - Hermegildo
Buratto e Jacinto Lozano
Comércio Atacadista - Angelo De
Carli e Vitório Cesa
Comércio Varejista Ottoni
Minghelli e Oscar Luswig
Moinho e Curtume Alfredo Germani
e Júlio Ungaretti
Construção Civil João Spinato e
Luiz Bertola
No
período que antecedeu o Estado Novo a Câmara de Vereadores, composta por oito
membros, era constituída por cinco comerciantes e três industrialistas. O predomínio político dos
comerciantes no legislativo não impediu a equiparação que os dois grupos estavam
conquistando na direção da Associação.
A
acomodação dos empresários locais se revela nas atas lavradas durante o
período. A situação nacional toma novos rumos e não há qualquer registro dos fatos que então ocorreram.O mais importante dos quais foi a
proclamação de Vargas Foi o Estado Novo que
retirou as liberdades políticas do Pais ,ao mesmo tempo que passou a conceder
direitos aos trabalhadores pelos quais eles vinham lutando desde 1907.
A vibrante
atuação política da Associação no período anterior a 1930 foi substituída por sua adaptação à nova ordem.Nem
o inicio da 2º Guerra mereceu registro algum. Em 12 de setembro de 1939 os
membros da Associação preocupavam-se com o discurso “pronunciado no dia 3 de
setembro, por ocasião dos festejos da Semana da Pátria”, proferido pelo líder
sindical Evangelista da Costa Pires, que
agrediu aos industriais de então.. Sobre o fato diz Gardelin “nossa
querida Caxias, em sua maioria importante associação, não conseguiu uma linha.
Estaria ela desinteressada? Não. Preocupavam-se com algumas palavras do Sr
Pires. É que o mundo era outro. A Europa estava distante. Da guerra não se
tinha a imagem atual”
A
cidade, porém não estava à margem dos acontecimentos mundiais. A situação europeia
era o tema nos jornais, ocupando suas manchetes.
A Propaganda fascista fazia-se presente
em alguns períodos locais. Os habitantes de Caxias estavam atentos não só a
situação mundial, como também da expansão do nacional-socialismo, que contava
com grande número de adeptos no município.
O
Estado Novo imprimia nova orientação à Associação Comercial. A guerra era
assunto que ainda não estava resolvido a nível nacional.Não se tinha ideia de
que lado o Brasil iria se unir aos
Aliados ou ao Eixo. Por sua vez,os comerciantes e industriais silenciavam sobre
o fato, pois,também entre eles não havia
consenso sobre a questão.Dessa maneira suas manifestações e interesses ficaram centrados em suas questões e
interesses particulares.
Em
1941 a Associação foi declarada entidade
de utilidade pública pela Prefeitura Municipal, que reconheceu “os inestimáveis
serviços prestados pela Associação á coletividade caxiense e a sua decidida e
eficiente colaboração com os poderes públicos” .
A Associação
Comercial de Caxias denominação que a entidade recebeu em 1939 realizava um
serviço de mediação entre os trabalhadores e os patrões, em busca da paz
social. Os assuntos da Associação são setoriais resumindo-se a salários, a horários de jornadas de trabalho e a seleção de dias feriados.
Só
a partir de 1948 foram criados os sindicatos patronais, dando nova feição a
entidade.
Observação
Para os que se interessarem pelo assunto
recomenda-se a leitura da História da C.I.C., onde estes são apresentados de
forma detalhada..
As atas da Associação Comercial (
que se encontram na CiC
Gorender Jacob, “ A Burguesia Nacional” - São Paulo,
Brasiliense, 1982
Gardelin, Mário. História da
C.I.C., Caxias do Sul. S/E e S/D, .
Giron, Loraine Slomp. “ O
imigrante italiano: agente de modernização, in Imigração Italiana; estudos.
Caxias do Sul, Educs-EST,1979,
Poulantzas, Nicos Poder Político
e classes sociais. São Paulo, Martins Fontes, 1977
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