segunda-feira, 26 de agosto de 2013

VARGAS & CAXIAS



                   Não havia caxienses em 1875. Alguns eram imigrantes italianos e outros  eram nascidos em outros lugares da Província Desde o inicio houve os associados ao poder,Caxias foi colônia imperial até 1884. Em 1884 torna-se distrito de São Sebastião do Cai, o primeiro administrador da sede Dante o escolhido foi Ângelo Muratore ,que estava próximo do Governo provincial.
              Em 1889, com a proclamação da república Caxias continua distrito de São Sebastião. O distrito era mais populoso e tinha economia mais diversificada do que a Sede do municipal. Em 1890  começou a vida política de Caxias com a escolha de um Intendente e de uma junta governativa. Foi com a eleição ( que já começou fraudulenta) do primeiro Conselho Municipal e com a indicação do primeiro Intendente . Os membros da Junta não sabiam como governar e suas ações se limitavam a pedir informações ao presidente do Rio Grande do Sul, que por sua vez não tinha o que dizer. Por incrível que pareça de 1890 a 1895 a vida continuava, apesar do desgoverno e da  Revolução Federalista (1892 -1895).   Em1890 foi criado um distrito policial   e inaugurados os sinos da catedral.
        Em 22 de julho de 1891 foi promulgada a Constituição do Estado, e, em setembro, um surto de varíola causou muitas mortes  na Vila. Foram nomeados o Conselho Municipal formado por sete membros e o  intendente. A administração da Vila estava submetida ao governo do Estado. A Constituição não era nada democrática. O executivo exercia os outros poderes fazendo do presidente do Estado uma espécie de monarca. Essa foi a causa da Revolução que exigia sua mudança. Tropas de maragatos vindas dos Campos de Cima da Serra invadiram Caxias  causando muitos mortos , e na zona rural ,os  colonos tiveram  seus víveres roubados .Sem governo efetivo não havia a quem  reclamar. Para complicar houve um aumento dos impostos territoriais.  A revolta dos moradores foi grande.  A Intendência foi invadida  e os móveis e documentos sequestrados pelos invasores , impedindo a instalação do Conselho.. Foram momentos sangrentos com mortos e feridos.
     A Diretoria de Terras continuava a funcionar no Barracão,que  continuava a receber imigrantes encaminhados para outras colônias como as  de Antônio Prado e  São Marcos .Foi então que ocorreu  a morte de dezenas de filhos pequenos de imigrantes  poloneses que no Barracão esperavam pelos lotes .
O Presidente do Estado Júlio de Castilhos, recém-eleito considerava que o futuro do Rio Grande passava pela produção da região colonial. Cuidou das estradas e tentou acelerar a constrição da estrada de ferro. Sem sucesso. Em 1898 em visita festiva à Caxias atribui-lhe o epíteto de’ Perola das Colônias’ que durante muitos anos serviu como slogan da cidade. Quando em 1903 morreu Castilhos acidade entrou em luto, a sua rua principal então chamada de Rio Branco tomou o nome do Presidente morto. O primeiro monumento da cidade erigido em 1914  foi o busto do ilustre  falecido .
Mas as posições políticas da população eram diversas. A maior parte da população era partidária dos maragatos (federalista),enquanto a elite era  composta de  chimangos (republicanos).Mais, tarde em 1927, segundo a Associação dos Comerciantes, os seus associados tinham em  Caxias tinham cinco posições políticas diferentes. A entidade não explicita quais eram, mas não é difícil supor que variavam da extrema esquerda à extrema direita. Tal pressuposição é verdadeira, pois ficou provado na pesquisa realizada para minha tese de doutorado, que na época havia na cidade comunistas, anarquistas , fascistas ,integralistas  e democratas entre os industriais  e os comerciantes do município. Mas a maioria da população da região colonial  era omissa politicamente ,nos primeiros anos, por ser composta em sua maioria por estrangeiros e pela descrença generalizada sobre os político.
Em 1923 foi realizado um grande ato, na Praça em homenagem a Assis Brasil.Vários caxienses participaram  da revolta tenentista em 1923 entre eles, Américo  Martini, Virgilio Fabris ,José Mandelli e Alfredo Baccichet..


Em 1926, o presidente Washington Luiz  escolheu  Vargas para o Ministério  da Fazenda, deixou o cargo em 1928, para se  tornar-se Presidente do Rio Grande do Sul.. Eleito em chapa única ( sem opositores) em 25 de novembro de 1927 tomou posse a 25 de janeiro de 1928
Ao que se sabe, pela documentação da época Vargas  não veio à cidade para promover  sua candidatura à Presidência do Estado. Não havia necessidade de muita propaganda, pois com as eleições sem voto secreto os resultados  estavam  abertos a  manipulação. Não tendo havido ( sob protesto ) candidato de oposição ao governo estadual.Mas veio em 1928, para a inauguração da hidráulica municipal. Há fotos do evento.
A eleição para a presidência do Estado não mereceu destaque na imprensa local , em geral mais interessada no governo municipal.Eleito presidente do Estado os jornais de Caxias dão notas mínimas .Quem festeja é a Associação dos Comerciantes,que declara o dia de sua posse 25 de janeiro de 1928, meio feriado .As casas de negócio que não fechavam nem a noite,nem aos domingos fizeram  feriado, tendo fechado ao meio-dia na data  da posse .Em 30 de março foi formada uma comissão para recepcionar Vargas  formada por Joaquim Pedro Lisboa,Alberto Ungaretti. Eduardo Verdi e Augusto Dal Cortivo. (Atas da Associação ) que foi recebido com grande homenagens.
Logo os comerciantes se agilizam para cobrar do governo do Estado aocnstrução da Ponte do Rio Das Antas enviando um memorial ao novo Presidente.O memorial foi elaborado por Paulo Rache, Olmiro de Azevedo e Eduardo Verdi .
Entregue a Vargas no Palácio Piratini pelos mais ilustres  empresários de Caxias ( na qual não havia caxienses de nascimento) liderados por Celeste Gobato e Abramo Eberle. Não se sabe o porquê do Prefeito Tomás Beltrão de Queiroz não fazer parte dela.   No mesmo ano foi enviado um telegrama ao Presidente o Estado para o recomeço dos trabalhos da estrada de ferro Faria Lemos-Piai.
Em 1929 Vargas foi escolhido candidato à  presidência da República.pela Aliança Liberal contra Júlio Prestes (presidente de São Paulo ) Concorrendo à presidência do Brasil em 1930, pela Aliança Liberal, fundado por Getúlio ,perdeu .Dando inicio à revolução de 30.
Os caxienses ajudaram com muito dinheiro para a  “Revolução de 30 “ pois não há dúvidas que Os ricos  empresários caxienses eram favoráveis ao Golpe.(que podem ser visto abaixo)





Continua...

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