Vista de Nova Trento ,em 1924, época da emancipação. |
Não é só a riqueza que move os imigrantes e seus descendentes,mas também o poder político.Até a primeira metade do século XX os colonos foram menosprezados pelas oligarquias.Quando foram vistos como figuras marginais no cenário político nacional e excluídos da história regional. São as questões políticas que os apaixonam; grande parte dos problemas de Nova Trento/Flores da Cunha delas derivam
A história de Nova Trento foi marcada pelas lutas políticas que dividiram o Estado após o advento da República(1889). Um fato que levou os florenses a participar das lutas é sua posição geográfica que faz a ligação entre os campos do Planalto meridional e a a sua Encosta ,em outras palavras, entre os lusos e seu gado e os colonos e suas lavouras.Com sua população pequena era fácil para os revolucionários saquear sua produção agrícola e seus animais ,evitando as regiões mais povoadas,como Caxias e Alfredo Chaves. Nem só de produtos agrícolas se abasteciam as tropas,mas também de homens Colhi terremunho José Corsetti que foi obrigado a lutar na revolução de 1923, levando inclusive o caminhão que ele dirigia de sua empresa(um dos primeiros da região)quando trafegava pela região.
A região de Nova Trento tem uma posição privilegiada .Está situada no centro da chamada Região Colonial Italiana do Nordeste gaúcho. Quando da demarcação da colônia Caxias, foram previstos dois núcleos: o da Sede situado na 5ª Légua, travessão Santa Tereza e de Nova Trento na 15ª légua ,entre o Travessão Salgado e o Rondeli.O primeiro demarcado pela maior facilidade de acesso à capital ,o segundo por ser o centro geodésico da colônias ,marca indelével da colonização e do modelo iluminista empregado pelos engenheiros do império.
O núcleo de Nova Trento foi povoada em sua maioria por vicentinos, mantuanos e paduanos.As brigas na escolha dos nomes foi enorme. Conta Boscatto, que para resolver a questão, Sisto Rosseto (marceneiro trentino ,culto e viajado) pregou no mais alto dos pinheiros do centro da pequena povoação, uma grande tabuleta( 4 mX80cm) com a inscrição NOVA TRENTO traçada a carvão. Como os trentinos eram poucos e não tinham ambições políticas o nome foi bem aceito pelo engenheiro Diogo dos Santos, da administração da Colônia. O restante da população dividida em grupos também se aquietou. E assim, levando um nome que pouco dizia das origens foi garantida uma paz relativa sobre o nome ,por meio século. Foi com esse nome que se tornou 2º Distrito de Caxias, em1890.
O núcleo de Nova Trento foi povoada em sua maioria por vicentinos, mantuanos e paduanos.As brigas na escolha dos nomes foi enorme. Conta Boscatto, que para resolver a questão, Sisto Rosseto (marceneiro trentino ,culto e viajado) pregou no mais alto dos pinheiros do centro da pequena povoação, uma grande tabuleta( 4 mX80cm) com a inscrição NOVA TRENTO traçada a carvão. Como os trentinos eram poucos e não tinham ambições políticas o nome foi bem aceito pelo engenheiro Diogo dos Santos, da administração da Colônia. O restante da população dividida em grupos também se aquietou. E assim, levando um nome que pouco dizia das origens foi garantida uma paz relativa sobre o nome ,por meio século. Foi com esse nome que se tornou 2º Distrito de Caxias, em1890.
O inicio do movimento emancipacionista logo começou. A maçonaria teve nele papel importante, envolvendo-se nas tratativas com a administração estadual.Já ,em 1903 há requerimentos visando a sua libertação de Caxias. Nova Trento teve representantes no Conselho Municipal . Entre eles ,Benedeto Bigarella e Joaquim Mascarello,porém,esse fato não resolvia os seus problemas infra-estruturais .
Caxias não via com bons olhos o desligamento de seu mais rico distrito; que detinha a maior parte da produção vinícola, e do comércio de exportação
A povoação foi duramente castigada tanto pela Revolução Federalista(1893-95) como pela de 1923. Houve mortos e alguns heróis regionais surgiram ... Um deles foi deles foi Quintino Biazus ,ferido em combate em 1923, tendo morrido no dia 17 de outubro.Seu enterro em Caxias foi um acontecimento,milhares pessoas acompanharam o enterro Outro líder foi o industrialista Josué Fávaro ,que muito lutou pela emancipação e que morreu antes que fosse conseguida
A povoação foi duramente castigada tanto pela Revolução Federalista(1893-95) como pela de 1923. Houve mortos e alguns heróis regionais surgiram ... Um deles foi deles foi Quintino Biazus ,ferido em combate em 1923, tendo morrido no dia 17 de outubro.Seu enterro em Caxias foi um acontecimento,milhares pessoas acompanharam o enterro Outro líder foi o industrialista Josué Fávaro ,que muito lutou pela emancipação e que morreu antes que fosse conseguida
Enterro de Quintino Biazus em 1923.Caxias.Av.Júlio de Castilhos |
As agressões sofridas pelos colonos durante revolta de 23 deixou seqüelas. Essa revolta foi o estopim. Em 1924, a Comissão da emancipação fez um acordo com o Presidente do Rio Grande do Sul. Em troca da vitória do PRR(Partido Republicano Riograndense ) nas eleições daquele ano em Nova Trento ,Borges de Medeiros ,prometeu em troca a imediata emancipação.
Joaquim Mascarello presidente da Comissão fez inflamado discurso para a população reunida em frente a Igreja, informando das condições imposta por Borges e da necessidade de votarem nos candidatos do PRR . Não deu outra! O Partido Republicano Riograndense (PRR) venceu em Nova Trento.Em compensação em Caxias,só ganhou com uma coalisão . De acordo com o combinado , foi concedida pelo Presidente do Estado a emancipação . Por meio do Decreto Estadual nº3.320, de 17 de maio de 1924.
Caxias perdeu além de Nova Trento , Nova Pádua e Otávio Rocha. A dívida imposta por Caxias foi implacável e impagável:pouco mais de duzentos contos de réis.O total da receita de Caxias era de cerca de 500 contos de réis ( 3.000 milhões em reais atuais ). O que era muito dinheiro,par se ter uma idéia do valor cada um dos 7082 habitantes ficou devendo cerca 40 mil réis ,o suficiente hoje para comprar um apartamento de 240 mil reais. Mais tarde, foram feitos acertos a divida foi recalculada e parcelada.
Os caxienses tinham lá suas razões ,o municipio eternamente endividado e pagando juros para vários bancos, por empréstimos, perdia 40% de seu terrítório e de sua receita. Era uma grande perda.Da mesma forma que os portugueses haviam perdido cerca de 60% de sua receita e de seu império,com a Indenpendência do Brasil. Imperdoável!
Cartão Postal que retrata a manifestação dos caxienses contra a emacipação de Nova Trento,Praça Dante. |
O preço pela emancipação não foi apenas em dinheiro,outros tipos de represálias e elas que duraram muito mais. A população de Caxias foi às ruas clamar contra a emancipação,até cartão alusivo foi publicado.
Nova Trento foi preterida no Álbum do cinqüentenário. Onde mereceu apenas 1/4 de página,bem menos do que Ana Rech ou o bairro da Tristeza de Porto Alegre. Coisas do poder!
Em geral, ficou esquecida nas obras gerais que tratam da região, sendo obrigada a criar sua própria história Em compensação possui o melhor cronista da colônia: Claudino Antônio Boscatto. Com lucidez e sarcasmo ele conta os fatos mais secretos da pequena comunidade,seus percalços,amores, malandragens e safadezas .Bem ao gosto da população nacional. Mas como bom colono ,ele toma partido,não escondendo suas convicções. Livro excelente,mas muitas vezes enganoso.
Texto que Nova Trento mereceu no Álbum do cinquentenário, de 1925. |
Planta do municipio de Nova Trento com as seis léguas (da 10ª a 16ª) que Caxias Perdeu |
Emocionante visualizar fatos e fotos de minha terra. Obrigada
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